Capítulo 02

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Aparentemente, Granger e Weasley haviam estabelecido uma rotina de colocar Potter na cama toda noite. Algumas vezes, eles saíam rapidamente; outras vezes, eles ficavam e conversavam. Se não fosse pela, bem fundamentada, paranoia de Draco, ele teria lançado feitiços silenciadores. Assim, ele cerrou os dentes e ouviu enquanto o Trio de Ouro conversava sobre seu tedioso dia, cheio de trabalhos escolares, Quadribol e caridades de guerra.

Pareceu que, no entanto, colocar Potter na cama o fez parar com seus regulares passeios noturnos ao redor de Hogwarts. E em cada uma dessas noites, o subconsciente de Potter havia decidido caminhar até a cama de Draco em vez disso.

Draco acordou de novo quando Potter rastejou, dormindo, sobre sua cama. Fracamente, ele percebeu que Potter estava ficando melhor nisso — ele colocou todo o seu corpo na cama e, se Draco o deixasse, ele provavelmente descobriria como aconchegar-se embaixo das cobertas. Parecia quase uma rotina ajeitar os cobertores de Potter de volta, o levitar até sua cama verdadeira e o botar ali. Durante o tempo que levou para Potter parar de gritar, Draco deixou sua mão correr pelo seu cabelo.

Draco aspirava dar a Potter a poção do Sono sem Sonhos modificada que ele havia feito para sua mãe, mas quando ele remexeu na mesa de cabeceira de Potter e encontrou velhos frascos vazios de poções para dormir, Draco soube que não podia, já que corria o risco de Potter ficar viciado; e fazer algo mais fraco não ajudaria. No entanto, isso explicou por que Potter não havia ido até a cama de Draco enquanto dormia antes.

E Draco dificilmente poderia dar a Potter sua pedra da lua, ou ensiná-lo como usar Oclumência para afastar os sonhos.

Turvamente, Draco caiu de volta em sua própria cama.

"Malfoy!"

Draco não se virou e se negou a acelerar o passo. Ele, no entanto, enrolou os dedos em torno da varinha em seu bolso. Podia ouvir as passadas de talvez uma dezena de estudantes atrás. Lufanos e corvinais presunçosos.

"Acha que é melhor do que nós? Você deveria estar em Azkaban!" Um dos garotos mais velhos bradou. O som ricocheteou nas paredes, deixando para trás um eco de aaazkaban-ban-ban.

A mente de Draco se resfriou. Sim, e foi o seu Potter quem me manteve fora. Frequentar Hogwarts como um aluno do oitavo ano foi um das condições de sua liberdade condicional. Ele supunha que era a ideia de microagressão da Suprema Corte dos Bruxos quando eles foram impedidos de jogar Draco dentro de alguma cela em uma rocha no meio do mar, entregando a execução da lei a crianças em idade escolar que, em virtude de estarem do lado da 'Luz', não poderiam ser culpadas —

Um feitiço passou silvando por sua orelha, cortando a borda de seu escudo.

Raiva borbulhou. Draco se virou, sacando sua varinha assim que o resto do grupo decidiu atacar. Ele estreitou os olhos e, com um rápido movimento, mandou as azarações colidirem contra as paredes do castelo.

Malditas crianças que acham que podem me pegar. Eles nunca tiveram o maldito Lorde das Trevas vivendo em suas casas 

Draco quase não se conteve, uma maldição na ponta de sua língua¹. Um maldito arranhão em qualquer um deles e ele seria desviado de volta para Azkaban, e apostava que essas crianças sabiam disso. Com um grunhido interno, ele reprimiu a sua raiva.

O melhor que ele pôde fazer foi lançar o escudo mais forte que pôde e se afastar como se feitiços não estivessem sendo apontados para suas costas. Ele não os deu o prazer de estremecer quando uma azaração atravessou e o atingiu em uma explosão estelar de dor, quebrando seu escudo. Ele se concentrou em fazer outro escudo. Em pouco tempo, eles pararam, quando Draco virou em um corredor.

The Standard You Walk Past • drarry [portuguese version]Onde histórias criam vida. Descubra agora