Soulmate

Equilíbrio em meio a promessas

Boa leitura hihihi

Os olhos do alfa se mantinham atentos na movimentação próxima ao jardim enquanto buscava colocar seus pensamentos em ordem, assim como seus sentimentos que no momento pareciam querer lhe consumir mais do que qualquer outra coisa.

Jaebum umedeceu os lábios levemente, olhando de soslaio para Jinyoung que estava deitado sobre a cama, perdido em um sono profundo após almoçarem no quarto. Seus passos foram calmos até o rapaz coberto pelos lençóis escuros que entravam em contraste com a pele alva e tão clara. Seus dedos logo a tocaram de modo cuidadoso, não queria o acordar, mesmo que a hora não compensasse o manter dormindo.

Soltou uma lufada de ar descompassada, irregular a medida que, no tato, sentia-no quente. Jaebeom fechou os olhos lentamente, sentindo seu coração agitar ao deixar-se imaginar o que poderia ter acontecido se não estivesse ali com ele. Mesmo sendo um pensamento errôneo, não deixava de o cometer. Nem ao menos notou quando um rosnado irritado saiu por entre os lábios ao lembrar da insistência de Park Chanyeol para ver o seu ômega.

O estado de Jinyoung não era dos melhores, e ter o comandante ao lado dele deixava-lhe alarmado, um tanto amedrontado. Jaebum sabia que da parte do ômega era apenas uma amizade, mesmo que às vezes, se questionava sobre ela, mas sobre os sentimentos de Chanyeol para com Jinyoung, não existiam dúvidas. Ele o amava e Jaebeom sentia como se estivesse diante de uma disputa pelo coração daquele ômega. Uma disputa que, agora, ele mesmo havia se colocado e faria de tudo para vencê-la.

Não imaginava em qual momento ele havia obtido um domínio tão grande consigo. Nem sequer era bom o bastante para identificar aquele sentimento que lhe confundia e lhe deixava totalmente perdido. Embora quisesse e, muito, passar o resto dos seus dias apenas ignorando qualquer que fosse o envolvimento de ambos, pequenas coisas faziam com que Jaebeom imediatamente voltasse atrás de suas palavras preferidas ao vento. A maior prova daquilo era o sentimento doloroso de não ter Jinyoung consigo.

Quando ouviu da boca de Chanyeol que o seu ômega não encontrava-se em lugar algum fora como sentir o chão abrir abaixo dos pés. Passou tantas coisas em sua cabeça, tantas que Jaebeom não suportou tamanha dor ao ter alguém de tão grande importância para si, fora do seu campo de visão, proteção.

Temeu pelo pior, mesmo que algo no fundo lhe assegurasse que o mais novo estava bem. Jaebeom queria vê-lo, tocá-lo, senti-lo acima de qualquer coisa. E foi de tremendo alívio quando ouviu a voz suave que aprendeu a apreciar. Era como se uma paz lhe invadisse, lhe deixasse certo que tudo voltava a pertencer ao local de origem e, quando sentiu o abraço caloroso dele, foi como ter tudo de mais sagrado ali, dentro de um gesto que certamente mexia com tudo que havia dentro de si.

Jaebeom sabia que seu lobo e seu lado coerente, racional, aquele que ainda mantinha-se sobre domínios humanos estavam em um conflito único; Não era como se não quisesse ceder, prezava pela segurança de Jinyoung e, machucá-lo, certamente era algo que Jaebeom jamais se perdoaria caso fizesse. Todavia, já não era mais do seu controle manter as aparências de uma negação quanto aos seus sentimentos confusos. E, talvez, Jaebeom já não quisesse mais negar nada.

Talvez ele estava começando a se tornar totalmente disposto a apenas viver algo que lhe fazia bem. Bem demais para querer parar.

[...]

— Todos os dias você vai até ele. O segue, trilha todos os passos, decora os rostos de quem ele conversa... e isso já faz meses. Pergunto-me até quando.

— Isso já está acabando. — Proferiu risonho, o olhar deixando claro que tudo parecia fácil demais no momento.

— Ele parece contente...