Euphoria : After Jules

breaking rules

Meus pés se apoiavam sobre a carroceria do carro enquanto eu me sentava no capô do carro que Jules havia dirigido até aqui. Minha mente estava um pouco confusa, mas eu estava tendo um enorme explosão de felicidade dentro de mim naquele instante que encarava o céu estralado. Eu acho que de alguma forma eu sabia que aquela seria a última vez que que a sentiria tão perto de mim assim, que seria a última vez que a beijei.

Alguns longos minutos antes

—Vamos sair daqui... —Propôs a garota olhando-me fundo com seus olhos verdes e claros, os mesmos que tinham o poder de me sentir especial só de tê-los direcionados pra mim.
—E ir pra onde?
—Qualquer lugar. Eu dirijo.
—Caralho! Isso é estranho, eu ainda uso a minha bicicleta.
—Em LA não é uma boa ter uma bicicleta... Eles a roubam.

Logo Jules se levantou tirando as mãos que estavam em volta do meu quadril, a garota puloi até o banco da frente e ajeitou-se no vidro retrovisor. Eu estava parada no tempo ainda tentando entender tudo que havia acontecido e tentando guardar como aquela lembrança que eu nunca iria querer esquecer. Com um sorriso no rosto peguei o meu celular e mandei uma mensagem de texto para Lexi.

"Estou com a Jules, não esperem por mim"
"YAY!" Ela respondeu.

Quando pulei até o banco da frente reparo um cd por cima do porta luvas, inicialmente, uma banda claro, mas quando estiquei a minha mão para pegá-lo Jules imediatamente sinalizou um não com a cabeça e puxou de minha mão delicadamente, escondendo do lado da sua porta.

—São do meu pai... —Disse com um tom assustado que me deixou completamente intrigada.

Meus cotovelos foram a janela e me apoiei no banco do passageiro, coloquei o cinto e relaxei o meu corpo. Jules me olhava profundamente com um sorriso que eu não sabia interpretar, mas logo associei a todas as histórias que me contou, e geralmente, Jules estaria sentada no meu lugar enquanto...
—Eu tenho que dizer... Eu não esperava que isso fosse acontecer hoje, na real...Pensei que seria completamente diferente.
—Diferente como? —Pergunto virando o meu corpo em direção a motorista.
—Sei lá...
—Para ser sincera... Eu também não esperava isso hoje, mas.... Entorto os lábios elevando as sobrancelhas tentando fazê-la rir.
—Por que você fez aquilo? —Jules perguntara gozando de curiosidade.

Naquele instante todas as palavras sumiram e eu não sabia o dizer, como se todas as palavras do mundo fossem escapando dos meus braços e eu não conseguisse pegar uma sequer. O silêncio permaneceu por alguns segundos, até a garota mostrar-se sorridente e dizer que havia chegado, seja lá qual for o lugar que ela havia nos levado.

—Como você conhece esse lugar? —Pergunto intrigada.

—Bom...Lembra aquele dia que você me viu pela janela do carro e ficou completamente obcecada por mim? Caçoou a garota puxando-me pela mão e apresentando o lugar desconhecido.

—Eu? Eu não fiquei obcecada por você...

—AHAM...! Bom, eu estava aqui, e por muito tempo eu me sentei exatamente ali, ela dizia apontando o dedo. [...] E eu fiquei escutando a minha melhor playlist e dizendo pra mim mesma que me mudar pra cá seria um recomeço.

—Uau... Isso é, caralho...
—Eu sei, ahn... Eu pensei que isso poderia ser verdade na festa do Mckay.

Imediatamente Jules arranhou a garganta e me puxou para o capô do carro, olhando-me firmamente do jeito que sempre fazia, e voltou a perguntar por que eu havia feito aquilo. Ali era alto, ventava o suficiente para ouvirmos os sopros em nossos ouvidos, aparentemente se tratava de um antigo lugar que usavam para observar o céu com aquelas coisas que esqueci completamente o nome agora.

—Ahn... Eu não sei. —Respondi completamente envergonhada.
—Eu gostei.... Você está diferente.
—Diferente? Um diferente bom?
—Sim, e você não sabe o quanto fico feiz por isso.

Jules então deitara sobre o capô do carro, fazendo-me torcer todo o meu pescoço enquanto a observava completamente calma, acariciando a minha mão.

—É, eu também... Tudo está diferente por aqui desde que você foi embora.
—Ouch! —Gargalhou a menina colocando a mão por cima do peito.
—Não foi isso que eu quis dizer! Para! Qual é!
—Ok!

Meus pés se apoiavam sobre a carroceria do carro enquanto eu me sentava no capô do carro que Jules havia dirigido até aqui. Minha mente estava um pouco confusa, mas eu estava tendo um enorme explosão de felicidade dentro de mim naquele instante que encarava o céu estralado. Eu acho que de alguma forma eu sabia que aquela seria a última vez que que a sentiria tão perto de mim assim, que seria a última vez que a beijei.

—Eu acho que por saber que você não vai ficar, eu queria... Sei lá, pelo menos me despedir apropriadamente dessa vez, diferente. A última vez não foi muito boa né hahaha... —Tento suavizar a situação pegando na manga da minha blusa e mostrando um pequeno sorriso.
—Rue, você é incrível... Sabia disso?
—Eu não sou incrível.
—Sim, você é. —Rebateu a garota levantando-se dali e ficando cara a cara comigo.

Eu olhava para ela e via o quanto estar do seu lado era bom, confortante, e...

Jules dessa vez trazia-me uma segurança, pois antes tudo eu imaginava, aquele medo constante de como seria sem ela, que eu seria incapaz de sentir ISSO novamente e que pela primeira vez eu tinha achado algo tão bom e que me acalmava que não fosse os comprimidos que o Fez me vendia.

Porém, nesse exato instante que eu a encarava de tão perto eu sabia o que era ficar sem a companhia de Jules, e sabia que sem ela eu... Continuo sendo eu, e continuo sentindo aquele raio de felicidade que ela conseguia acender, e não há sensação melhor do que essa.

—Ás vezes é bom quebrar as regras e se divertir um pouquinho. —Disse a garota causando-me uma explosão de desejos suficientemente para me fazer paralisar atingindo o meu ápice de adrenalina. E então... Ela me beijou. Ela me agarrou tão forte que eu sequer tinha noção do que estava a nossa volta me perdendo no calor do seu corpo e no toque do seus lábios.

Eu não sabia se seria o último, e não sabia se seria um de muitos, mas independente de qual seja... Eu estava tudo bem com isso, assim como Jules.