Tengoku No Yami

Tsuryhime

2 meses após a decorrência do vulcão, um homem, dono da Taverna Solitária, caminhava pelo interior da floresta de Dungwu com o intuito de encontrar ervas para novos temperos para suas refeições. Era manhã, acabara de alvorar, estava nublado e, diferente de outras visitas anteriores, o homem sentia um ar sombrio pela floresta, imaginava que algo teria ocorrido na madrugada.
A medida em que se aprofundava, mais temor sentia, o forte odor que pairava pela localidade, só podia ser relacionado ao cheiro provindo de sangue e carne, dada a experiência com a carne que cozinhava. Seguindo o mau odor de sangue, o homem percebe a presença de uma pequena névoa de coloração escura. Se aproximando, começou a encontrar cadáveres já em decomposição, seus rostos e corpos estavam desfigurados, não parecia algo possível de ser feito por um animal, ou, até mesmo, seres humanos comuns, o ambiente havia perdido a coloração natural da flora, se tornou apenas um pequeno rio de sangue. O homem não aguenta a podridão do local e vomita por algumas vezes, não possuía psicológico para tais imagens. Dungwu, Deusa da flora, permitiria esse caos?
Analisando o espaço, na tentativa de entender o que tinha ocorrido, acaba por encontrar uma garota, estava viva, apenas desmaiada. Aparentava ter 6 anos, usava roupas rasgadas e desgastadas, além de um tapa-olho em seu olho esquerdo. O mais intrigante na sobrevivente, era a sua fisiologia: orelhas e rabo de raposa, nariz, ligeiramente, longo. O homem, rapidamente, recolhe a garota e a leva para Shinkō, longe do ar mórbido dos corpos.

- Isso não faz sentido! - Dizia Shin, sozinho em sua casa, jogado em uma cadeira, de tal forma a quase estar deitado.
Ainda que tivesse passado 3 meses de sua aventura pelo vulcão, ainda existiam questões que pairavam sobre sua cabeça: Quem era aquele Yukimura? Que brasão foi aquele que Tatsumi recebeu?
Assim como Tatsumi, ele também possuía tal brasão no pescoço, apesar de ser um pouco diferente, mas possuíam a mesma estética. A única coisa que podia supor, era que, por ter completo a Dungeon, ambos teriam recebido esse símbolo. Entretanto, essa teoria tinha um furo: se funcionava de tal forma, por que Dark não recebeu?
Estava tão inerte em seus pensamentos, que não foi capaz de ouvir que alguém estava batendo em sua porta. Enquanto iniciava uma linha de pensamento sobre Yukimura e a Espada de Lava, que Tatsumi tinha lhe entregado, o visitante à porta bate contra a entrada com bastante força, o que faz Shin voltar a vida e atender o transeunte.
Abrindo a porta, se depara com um de seus conhecidos, homem de corpo grande e cabelo curto, espetado, de cor marrom, dono da Taverna Solitária, usava roupas de baixo custo atrás de um avental branco. Ao seu lado, uma garota pequena, com aparentes 6 anos, cabelos sujos e desgrenhados, orelhas e rabo de raposa, além de um vestido de baixo custo, mas bem tratado, e um tapa-olho em seu olho esquerdo.

-Alone? O que você está fazendo aqui? E... Com uma metamorfo? - Pergunta Shin, estranhando a visita inusitada.

- Opa, meu jovem, vamos entrar, temos uma longa conversa. - Alone entra, quase se infiltrando na casa de Shin, levando a criança junto, segurando sua mão.

- Que isso?! - Impede a entrada de Alone, segurando em sua gola.

- Qual é, Shin... É importante... Sério... - Lança um olhar para a garota que o acompanhava e nada falava, apenas observava, demonstrava não entender nada do que ocorria.

- O que você quer, em? - Perguntava com a voz arrastada, esboçando um claro desânimo com a situação, soltando a gola do visitante.
Alone, novamente, adentra a casa, se sentando na cadeira e se apoia na mesa. A garota, como um animal doméstico, fica ao lado de Alone, como se esperasse uma ordem.

- Olha, é uma história, então...

E Alone conta sobre como encontrou a garota e conviveu com ela durante o último mês, expondo os problemas que sofreu em sua taverna, devido a presença de uma metamorfo.

- Bom, é bas... - Antes que completasse sua fala, Shin interrompe a história e pega a criança, se afastando de Alone, ficando próximo da lareira, que não se distanciava muito da mesa em que estavam juntos.