Chapter Nine

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Ao longo de todo o dia seguinte, e no outro também, lorde Jeon – Jeongguk – não fez mais qualquer tentativa de beijar Jimin. Foi um perfeito cavalheiro, respeitoso e atencioso, certificando-se o tempo todo de os dois estarem acompanhados, ou à vista de alguém.

Jimin ficou muito feliz com isso.

Bastante feliz.

Mais ou menos feliz.

Fato #34 Beijar é como um daqueles experimentos elétricos nos quais a pessoa faz uma nova descoberta fascinante, mas termina frita como uma costeleta de carneiro.

Ainda assim, ele não conseguiu evitar se perguntar por que Jeongguk não tentara de novo desde aquele primeiro dia. 

Era bem verdade que Jimin não deveria ter permitido. Lady Manoban certa vez lhe dissera que um cavalheiro às vezes testava um jovem fazendo avanços impróprios e julgando-o severamente se ele não resistisse. 

Embora parecesse muito cruel fazer uma coisa dessas, Jimin não conhecia os homens o suficiente para descartar tal possibilidade. Mas a razão mais provável para Jeongguk não ter tentado beijá-lo de novo era que ele não beijava bem. Não tinha ideia de como beijar, do que fazer com os lábios ou com a língua. Mas as sensações que o beijo provocara haviam sido tão extraordinárias que a natureza excitável dele assumira o comando e ele praticamente atacara. Então, Jeongguk fizera aquele comentário sobre ele beijar como um pirata, que continuava a confundi-lo. Ele falara aquilo de forma depreciativa? Não havia soado exatamente como uma reclamação, mas seria possível encarar como um elogio?

Fato #35 Nenhuma lista de qualidades juvenis ideais jamais incluiu a frase “você beija como um pirata”.

Embora Jimin se sentisse mortificado e na defensiva cada vez que pensava no beijo-catástrofe, Jeongguk fora tão encantador nos últimos dois dias que ele não conseguia evitar apreciar a companhia dele. 

Eles haviam passado uma grande quantidade de tempo juntos, conversando, caminhando, andando a cavalo, jogando tênis, croqué e outros esportes ao ar livre, sempre na companhia de membros da família de um ou de outro. De certo modo, Jeongguk lhe lembrava Hoseok, com quem, aliás, ele parecia ter estabelecido rapidamente uma amizade. Os dois eram homens irreverentes e de raciocínio rápido, que tendiam a ver o mundo com um misto de ironia e pragmatismo perspicaz. Mas enquanto a natureza de Hoseok era espontânea e às vezes volátil, Jeongguk era mais cuidadoso e ponderado, seu caráter temperado com uma maturidade rara para um homem ainda relativamente jovem.

Como primogênito do duque, Jeongguk era o futuro dos Jeon's, o filho a quem caberia a propriedade, o título e os investimentos da família. Era bem-educado, compreendia finanças e comércio e tinha uma ampla noção de como gerir a propriedade. Nos dias que corriam, com o desenvolvimento industrial e tecnológico, a nobreza já não podia mais se dar ao luxo de depender apenas dos rendimentos das terras de seus ancestrais. Ouvia-se falar com cada vez mais frequência de nobres empobrecidos, que haviam sido incapazes de adaptar sua maneira retrógrada de pensar e que, agora, viam-se forçados a abandonar suas terras e vender seus bens.

Não havia dúvida, na mente de Jimin, de que Jeongguk estaria à altura dos desafios de um mundo em rápida transformação. Era astuto, inteligente, calmo, um líder nato. Ainda assim, pensou ele, devia ser difícil para qualquer homem viver sob o peso de tamanhas expectativas e responsabilidades. Será que ele tinha medo de cometer erros, de parecer tolo, ou fracassar em alguma coisa?

No terceiro dia, eles passaram a tarde praticando arco e flecha no terreno da propriedade, com Kihyun, Joomin e Sooyong. 

Quando perceberam que estava na hora de entrar e se trocar para jantar, o grupo foi recolher as flechas e a fileira de alvos apoiados em montes cobertos de grama.

APM || JJK+PJMWhere stories live. Discover now