The Fairly Oddparents - stanbrough au!

I don't mind if you cry with me

The Fairly Oddparents

Capítulo catorze

"I don't mind if you cry with me"

Com os livros já em mãos, Beverly Marsh fechou a porta de seu armário com delicadeza, dirigindo-se até a sala do professor Epping, onde aconteceria a primeira aula do dia. Gostava de história e adorava as aulas do professor, mas sua cara não era uma das melhores enquanto cruzava os corredores e só piorou ao ver o grupinho de Greta junto, dando risos maldosos ao olhar para ela. Que o feminismo a perdoasse, mas Beverly odiava Greta Bowie. Em um nível que dificultava a sua compreensão do quão necessário era para a garota a desprezá-la para se sentir superior, apenas aumentando a rivalidade feminina.

Como era recorrente, ela soltou um de seus comentários maldosos, insinuando alguns dos boatos. Greta nunca fora muito criativa, sempre acaba caindo nos mesmos xingamentos que insinuavam os boatos da menina ter ficado com a gangue Bowers inteira.

Beverly revirou os olhos e Greta, vendo que seria ignorada como todas as vezes, afastou-se do grupinho dela e disse alto o suficiente para que ela pudesse escutar:

— Filhinha do papai.

Beverly sentiu seu corpo inteiro começar a tremer. Quando olhou para Greta, viu seus grandes e gélidos olhos azuis transbordarem maldade, assim como demonstrava também o seu sorriso.

Se fosse qualquer outro dia, Beverly daria uma de suas respostas debochadas, tão ácidas quanto o olhar dela, que parecia a cortar ao meio.

Mas aquele não era qualquer outro dia.

Assim que sentiu seus lábios tremerem, Beverly alterou sua rota, sendo levada quase que automaticamente ao banheiro feminino e se trancando na primeira cabine que viu.

Sentou-se na tampa do vaso, agarrando suas pernas, acariciando as de leve. Foi inevitável que algumas lágrimas brotassem em seus olhos e ela as limpou com as costas das mãos. Talvez chorar no banheiro da escola fosse uma das piores sensações que um aluno pudesse sentir. Não bastava os olhares curiosos ao ver os olhos e o rosto vermelhos por causa do choro, sempre vinha um sentimento de impotência junto a uma espécie de vazio.

Tentava pensar em algo que não fosse aquilo que passava em sua cabeça, mas os pensamentos apenas vinham. A data em especial trazia as lembranças tão vívidas que era como se Beverly as visse diante de seus olhos. A culpa que não era dela, mas pesava em seu peito da mesma forma.

Olhou para as mãos, mais especificamente para as unhas impecáveis num tom cor-de-rosa bem claro. Seus dedos adornados com anéis simples de prata, mas que deixavam o todo harmônico. Ela amava pensar em cada aspecto de seu visual, aquilo a mantinha calma.

Repetiu a palavra harmonia em sua cabeça até que o seu som já não fizesse mais sentido.

Fechou seus olhos, contando até dez e sentiu sua respiração se regularizar novamente. Então, abriu a porta da cabine e voltou seus passos até a sala de aula.

***

Como o treino de Mike aconteceria depois da aula e era aberto para os alunos que quisessem assistir, Stanley e Beverly encontravam-se já sentados na arquibancada, com alguns refrigerantes, salgadinhos e livros ao redor deles. Em poucos dias aconteceria a prova de matemática do professor Wise e Stanley havia prometido revisar toda a matéria com Beverly.

A ruiva parecia um pouco aérea e o cigarro que ela fumava já era o terceiro só de quando eles chegaram ao lugar, o que não dava nem uma hora direito. Stan sempre a repreendia quando fumava, Beverly prometeu que iria parar, apenas não disse quando.