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"E tudo que costumávamos saber colidiu com o grande desconhecido"
— Eric Arjes

— É sério isso?

O Caçarola nos perguntava desacreditado, confesso que também fiquei. Passamos por tudo isso para no final ter uma porta com uma placa indicando a saída? Não sei, isso não está cheirando bem.

O Thomas percebendo tudo o que se passava avançou seus passos lentamente em direção aquela porta e abriu a mesma ainda apreensivo.

O lugar estava uma verdadeira devastação, pessoas ensanguentadas —provavelmente mortas— por todo lado, esse foi o cenário que tivemos antes de entrarmos em um lugar que parecia ser o centro de controle. Comecei a andar por toda a extensão daquela sala.

— Estavam nos vigiando, o tempo todo.

Minha atenção foi para o Newt que observava atentamente os monitores que davam visão de toda a Clareira. Alguns não estavam funcionando bem, graças a destruição que alguém havia causado naquele lugar.

— Olá, meu nome é doutora Ava Paige, sou diretora de operações do Catástrofe Ruína Universal Experimento Letal. -olhei para a mulher loira que havia se projetado em uma grande tela no centro daquela sala chamando a atenção de todos os clareanos que se aproximavam- — Se estão assistindo isso então completaram com sucesso as provas do labirinto. Eu gostaria de estar aí pessoalmente para parabenizá-los, mas as circunstâncias parecem ter impedido. Eu tenho certeza que vocês todos devem estar muito confusos, com raiva, assustados... Eu posso assegurar que tudo o que aconteceu, tudo que fizemos com vocês teve uma razão. Vocês não se lembrarão, mas o sol queimou nosso mundo. Milhões de vidas perdidas para incêndios, fome e sofrimento em escala global. O resultado foi inimaginável, o que veio depois foi pior. Chamamos ele de fulgor, um vírus mortal que ataca o cérebro. Ele é violento, imprevisível, incurável. Foi o que pensamos. Em tempo uma nova geração surgiu capaz de sobreviver ao vírus. De repente um lampejo de esperança para a cura, mas descobri-la não seria fácil. Os jovens teriam que ser testados, até sacrificados em um ambiente duro. Onde sua atividade cerebral seria estudada. Tudo em um esforço para saber o que os faziam diferentes, o que fazia vocês diferentes. Vocês podem não saber, mas são muito importantes. Infelizmente nossos testes acabaram de começar e como descobrirão em breve, nem todos concordam com os nossos métodos. O progresso é lento, as pessoas têm medo. Pode ser tarde para nós, para mim, mas não para vocês. Um mundo lá fora os espera e lembrem-se: CRUEL é bom.

Ela sacou uma arma e atirou em sua própria cabeça encerrando aquela gravação. Antes disso acontecer foi possível ouvir disparos e pessoas entrando no centro de controle desesperadas, enquanto um certo grupo de "rebeldes" matavam-as. Aquela gravação com certeza me atormentaria por algumas noites.

Uma porta ao nosso lado se abriu automaticamente, aquela seria nossa verdadeira saída.

— Acabou?

O Chuck nos perguntava ainda confuso.

— Ela disse que éramos importantes, o que devemos fazer agora?

Newt se encontrava no mesmo estado que o Chuck, confuso com tudo aquilo.

— Eu não sei, mas vamos sair daqui.

Quando íamos em direção a saída alguém nos impede dizendo "não". Olhei confusa, juntamente com todos para onde aquele voz havia vindo.

— Gally?

Perguntei confusa e o Thomas deu um passo para se aproximar dele.

— Para! Ele foi picado.

Teresa o impediu.

Ele solta o cilindro de metal no chão —uma chave— usamos um igual para encontrarmos a saída do labirinto. Pude perceber que o mesmo estava armado.

— Não podemos sair.

Ele choramingava.

— Já saímos, Gally. Estamos fora. Livres.

Thomas tentava acalmá-lo.

— Livres? Acha que estamos livres lá fora? Não, não tem escapatória desse lugar.

Ele aponta uma arma para o Thomas.

— Gally, me escuta. Você não está pensando direito, nós podemos ajudar você. Abaixa essa arma.

O mesmo permanecia com a arma apontada para o Thomas.

— Eu pertenço ao labirinto, todos nós pertencemos.

Em questão de segundos o Gally foi acertado por uma lança do Minho e um disparo foi ouvido, o que me fez estremecer de susto.

— Thomas...

O Chuck desmaiou sendo segurado pelo Thomas.

— Oh céus!

Me ajoelhei ao lado do garoto assim como o Thomas.

— Droga! Olha pra mim, Chuck. Estou com você amigo, aguenta.

— Tudo bem.

Ele parecia usar toda sua força para levantar aquele boneco corpulento que ele havia entregado para o Thomas na noite do amansador.

— Não, Chuck! Você vai entregar pra eles, lembra? Eu falei.

— Pega.

Ele sussurra.

— Chuck, você precisa aguentar firme tudo bem? Estamos com você.

Acaricio seus cachinhos com os olhos marejados.

— Está tudo bem. Obrigado Angel, Thomas...

O último suspiro do Chuck foi dado. Eu prometi que iria protegê-lo e não o fiz, isso foi culpa minha. Meus olhos ardiam com as lágrimas que insistiam em cair. Procurei forças para me levantar e o Newt veio até mim. O abracei forte, ainda com o meu coração partido.

O Thomas ainda gritava pelo Chuck abraçado ao seu corpo. Uma luz invadiu o lugar e os mesmos homens que apareceram na gravação da Ava Paige entraram. Fomos guiados para a saída por eles. Olhei ao meu redor e estava no meio de um deserto, fomos em direção a um helicóptero. Nos acomodando por ali mesmo.

— Estão bem? Não se preocupem, estão seguros agora.

O helicóptero sobrevoou nos dando visão de como era o labirinto visto de cima.

— Relaxa galera, agora tudo vai mudar.

O homem que havia nos recebido no helicóptero sorria. É dessa maneira que tudo deveria acabar?

Chegamos ao fim galera...
Obrigado por terem me acompanhado até aqui, vocês são maravilhosos! ♡

The Maze Runner • Find My Way Back [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora