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       As aulas já tinha começado a uma semana atrás, falei pra minha mãe que não tinha problema se eu fosse, eu superava e ela insistiu que eu ficasse, então eu fiquei. Não sei oque levou meu pai a fazer isso, ao meu ver não era preciso, éramos felizes. Saiu no jornal da cidade fotos do enterro e suposições, teorias de que ele não morreu por acidente doméstico, foi cada barbaridade que eu não sei como as pessoas conseguem pensar nisso.

     - Bom, não podemos ficar aqui lamentando, ele não ia querer isso. - Minha mãe se pronunciou assim que desceu as escadas.

       - Sei lá, ele podia ter escolhido outro lugar, sem ser a sala da nossa casa. - Digo, bom...não me julguem, só sou uma adolescente meio idiota.

       - Ok, vamos superar. Não precisamos dar bola para oque as outras pessoas falam. Eu vou voltar para o trabalho e você para a escola, já perdemos tempo demais lamentando. - Ela se sentou na minha frente e pegou uma xícara de café.

       - Eu não lamentei, não tem porque. Ele fez a escolha dele e espero que ele não esteja esperando as minhas lágrimas. - Não sei de onde está vindo isso.

      Mas não acreditem em minhas palavras, minha boca diz uma coisa e minha mente não para de pensar em uma totalmente diferente. Parei para reparar em minha mãe, seus olhos estavam meio inchados e vermelhos, tinham grossas olheiras embaixo de seus olhos verdes. Sua postura não se abalou, bom...pelo menos hoje ela voltou a sua postura de cirurgiã completamente certinha. Eram poucos os sinais, mas esses poucos sinais mostravam o quanto ela é forte, mostrava o quanto ela luta e o quanto ela sofreu pela partida da pessoa que ela amava ou ainda ama.

       - Desculpa mãe. - Digo me batendo mentalmente, por ser tão ignorante. seguro suas mãos e olho em seus olhos. - É difícil, mas vamos conseguir. Papai foi um ótimo homem, um homem perfeito e eu o amo, você o ama e Luna o ama, vamos ser fortes, tabom?

        - Sim, nós vamos. - Ela diz com um meio sorriso e beija minhas mãos. - Você é preciosa demais para esse mundo minha filha.

       Depois desse café subi para o meu quarto e fiquei encarando o guarda-roupa, eu mostraria o meu luto ou mostraria que eu estou em paz? Porque sinceramente as pessoas são muito fofoqueiras e tomam conta da vida dos outros e eu não me importo, vou vestir qualquer coisinha mesmo.

       Depois desse café subi para o meu quarto e fiquei encarando o guarda-roupa, eu mostraria o meu luto ou mostraria que eu estou em paz? Porque sinceramente as pessoas são muito fofoqueiras e tomam conta da vida dos outros e eu não me importo,...

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         Depois de me trocar desci novamente e me despedi da minha mãe, peguei a chave do carro e fui para a garagem. Parei na porta ao ver o carro do meu pai, aqui em casa tem três carros um meu, um da minha mãe e um dele. Ele não deixava ninguém entrar em sua relíquia, era o tesouro dele, não que eu sentisse ciúmes de um carro, mas não vou negar que realmente é um tesouro.

       Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos, por mais que sejam bons eu não queria chorar. Entro no meu carro e vou em direção a escola. Chego em alguns minutos, agradeço por ninguém estar reparando em mim ou cochichando coisas sem sentido. Vou direto para o meu armário guardar os livros que não tinha trazido nas férias, sinto alguém se aproximar e olho para o lado vendo aquele garoto que quebrei a câmera.

A Caçada Sobre O Passado - FinalizadaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora