Capítulo 5

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E quando sua esperança desaba

Se estilhaça no chão, você, você se sente sozinhoQuando você não sabe qual caminho seguirE não há sinais te mostrando o caminho de casaVocê não está sozinho

O mundo vem à vida e tudo fica bem

Do início até o fim quando você tem um amigo ao seu ladoQue te ajuda a encontrarA sua própria beleza quando você abre seu coraçãoE acreditaQuando você acreditaQuando você acredita na dádiva de ter um amigo 


(Gift of a Friend - Demi Lovato)


          Chegando em casa, eu fiz uma coisa que fazia séculos que não fazia

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          Chegando em casa, eu fiz uma coisa que fazia séculos que não fazia. Peguei meu celular que havia ganhado da minha madrinha quando fiz treze anos. Nunca havia achado uma utilidade interessante para ele além de escutar músicas e fazer pesquisas, até agora.

          Se eu ia fazer um trabalho em dupla, era essencial que eu me comunicasse com a minha dupla. Tinha que me lembrar de falar com ele amanhã, passar meu número. Ainda não conseguia ver ele com bons olhos, mas não podia deixar de me sentir grata pelo que ele havia feito por mim, me deixava pensando que talvez, apenas talvez, o garoto popular não era tão odiável assim. Porém outra coisa me atormentava agora.

          — Jane, como poderei fazer o trabalho? Madame Carmem vai ficar muito irritada comigo se eu ficar na escola até tarde! — falo para a camundonga que estava na minha mesa. — E depois vou ter que chegar e me matar de trabalhar! Nunca é simples.

          Falo trocando minha blusa de manga por uma regata, não precisava esconder as cicatrizes aqui, a culpada morava nessa casa junto com uma pessoa que não dava a mínima para mim. Mary ficava triste quando as via, mas ela sabia que eu precisava usar roupas curtas quando estava calor.

          Tentei deixar esses pensamentos melancólicos de lado e corri para o celeiro para ver como Gilliam estava.

          — Olá, garotão! — falo quando avisto o cavalo branco. — Trouxe seu almoço.

          Coloco a comida para ele e depois faço um carinho em sua crina branca, comprida e sedosa.

          — As coisas estão melhorando. — sussurro para ele. — Talvez eu consiga um amigo, mesmo sendo alguém que eu não esperava. — sorrio.

          Faço os mesmos trabalhos de sempre. Lavo roupa, lavo louça, guardo a louça, limpo os quartos e as salas, conserto roupas e aparelhos eletrônicos que eram simples de arrumar. Como aprendi tudo isso? Depois de tanto tempo trabalhando para elas tive que aprender umas coisinhas. E posso dizer que aprendi com muitas, muitas falhas.

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