Capítulo 17

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Na manhã seguinte, vesti calça comprida e uma bela camisa. O café da manhã foi trazido cedo e Krystian chegou logo depois com um jornal e uma prancheta.

Sentou-se comigo enquanto eu comia e olhou as anotações sobre o dia.

— Eu mal coloquei meus pés neste país e as pessoas estão me convidando para conceder entrevistas e participar de inaugurações. — Coloquei o jornal na mesa e tomei mais um gole de café. — Estou acostumada a cortar ratos e a rastrear aves. Apertar mãos e tirar fotos com estranhos não é algo que com o qual estou acostumada a fazer.

— Isso não pode ser verdade. — Krystian olhou para mim sobre o jornal que estava lendo. — Tenho certeza de que apertava as mãos das pessoas na América. Vocês não são tão mal-educados assim por lá. — Joguei uma das passas do meu bolinho nele e ri quando ele protegeu-se com o jornal.

— Você sabe o que eu quero dizer. Acontece que já estou pronta para ir conhecer minha casa e aprender mais sobre a região onde vou passar meu tempo daqui pra frente. Sinto como se estivesse improvisando o tempo todo. Não gosto disso.

— Eu entendo, Any Gabrielly. Entendo mesmo. E vamos embora para o estado da sua família no final da semana. — franziu a testa. — Mas a realidade é que esta é a sua vida.

Coloquei meu bolinho de lado e olhei pela janela. Ele estava certo, mas aquilo não melhorava em nada toda aquela loucura.

— Estou marcando apenas as coisas importantes. Já disse não para centenas de reuniões. — Ele parecia triste, por isso tentei sorrir. Eu me senti um pouco culpada por ser uma pessoa tão difícil. — É simplesmente patético.

— Estou tentando. — Desisti e olhei para ele.

— Assim é melhor. Gosto quando você fica toda atrevida. — Ele piscou para mim antes de voltar a ler o jornal.

Quando terminei de comer o bolinho e de tomar o café saímos do quarto e fomos para o carro. Krystian me passou o cronograma do dia e me deu breves informações sobre as pessoas que eu encontraria.

— Então, o cara do zoológico que pediu para que eu fosse até lá é americano?

Sorri para o homem que abriu a porta. Joalin estava ao lado do carro, conversando com outro segurança.

— Sim. Ele é relativamente novo no cargo. —  segurou minha bolsa enquanto eu subia no carro. — Acho que ele está animado com o fato de você ser uma bióloga e achei que talvez você preferisse encontrar-se com ele a almoçar com o captador de fundos para planejamento do jardim.

— Acertou em cheio.

— Claro. — Ele olhou os papéis enquanto eu tentava ignorar os carros que começaram a nos seguir assim que saímos pelo portão.

O zoológico ficava um pouco distante do centro da cidade e realmente gostei de apreciar um pouco da paisagem. Era uma área bastante arborizada, com um monte de colinas. Quando saímos da estrada consegui ver placas do jardim zoológico, felizmente escritas em inglês e em lilariano. Eu realmente precisava gastar mais tempo para aprender a língua, mas provavelmente deveria arrumar um professor de verdade. Ainda não tinha descoberto o que Noah havia sussurrado em meu ouvido. Tentara uma tradução pela internet, mas devo ter escrito errado, porque resultou em várias palavras sem sentido. Era alguma coisa com hamster, e eu tinha certeza de que ele não estava falando sobre um hamster.

Paramos no portão e fomos levados para dentro logo depois de terem tirado algumas fotos nossas em frente às placas. Era um zoológico lindo. Cheio de plantas, árvores e cercados de tamanho decente. Um homem simpático, apenas alguns anos mais velho do que eu nos encontrou do lado de dentro. Ele veio até mim e estendeu a mão.

Suddenly Royal •Noany• [✔]Onde histórias criam vida. Descubra agora