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Três semanas depois.📅
Nathalia 🥀

Faltavam duas semanas pra data prevista do nascimento e eu já estava maluca. Nós estávamos organizando as últimas coisas do quarto, já que resolvemos deixá-lo num quarto separado do Miguel até não acordar mais durante a madrugada. Estava aproveitando também pra lavar as últimas peças de roupa, porque por mais que minha mãe e a Liliane fossem alternar os dias pra nos ajudar, eu queria fazer o máximo de coisas possíveis.

— Miguel?! - Chamo da sala - Vem aqui meu amor. Mig...
— Já ouvi mamãe - Fala impaciente enquanto bate os pezinhos caminhando pelo corredor.
— Tá bravo, é? - Pergunto rindo - Ajuda a mamãe aqui, por favor.
— O que? - Me olha confuso.
— Junta todos os seus brinquedos e coloca no caixa, daqui a pouco o papai chega e tá tudo bagunçado.
— Eu tá com saudade do papai - Fala manhoso.
— Eu também tô, mas ele já tá quase chegando, então vamo deixar tudo arrumadinho.
— Aí ele vai ficar feliz comigo?
— Sim - Sorrio.
— Tá bom.

Leonardo viajou pra fazer um show no interior de São Paulo e estava voltando hoje, depois de dois dias fora. Nós optamos por ele manter os shows até a última semana da gravidez.
Com o passar dos dias, o ciúme do Miguel com relação ao João estava diminuindo, mas ora ou outra ele soltava alguma pérola referente a "preguiça do limãozinho que não quer sair logo".
Enquanto ele juntava os brinquedos, eu segui pra cozinha terminar o jantar, pois o Léo tinha mandado mensagem avisando que já tinha entrado na cidade e em breve estaria em casa. E foi aí que eu lembrei de alguns comentários nas minhas fotos e vídeos pedindo pra "trollar" o Léo.

— Neném, vamo dar um susto no papai? - Falo com o Miguel que rapidamente me olha rindo - Você gosta, né?
— Vamo fazer buuu quando ele entrar, mamãe? - Ri.
— Não, vem que a mamãe vai te explicar o que você vai fazer.

•••

Leonardo ⛈️

O elevador parou e logo as portas se abriram. Arrastei minha mala pra dentro do apartamento e deixei num canto, junto com a minha mochila. Segui pro sofá e sentei pra tirar meu tênis, então ouvi os passinhos rápidos se aproximarem.

— Oi papai, você voltou - Fala todo sorridente, provavelmente feliz por me ver.
— Voltei - Ri - Vem aqui dar um abraço no papai, vem.
— Eu tá todo sujo, ó - Mostra a camiseta e então percebo que está molhada.
— Porque cê tá assim? Cadê a mamãe?
— A mamãe - Faz uma pausa e me encara - Ela fez xixi na roupa e... E... E dormiu lá no banheiro - Fala num tom vitorioso.
— Xixi? - Sinto meu coração disparar - Ela tá no chão do banheiro?
— É - Ri.
— Porra, caralho!

Deixei ele ali na sala e corri em direção ao nosso quarto. A bolsa deve ter estourado e ela desmaiou, puta que pariu.
Entrei rapidamente no quarto e passei pro nosso banheiro e assim que entrei, ela estava sentada no chão, encostada na parede com a roupa molhada.

— Mor - Me abaixo - Mor, cê tá bem?
— Ãn? - Me olha confusa.
— Mor, o moleque vai nascer - Ajudo ela a se levantar - Não tá doendo? Porque cê não tá gritando?
— Aí gente, eu não consigo - Começa a rir muito.
— Nathalia mano, que foi? - A encaro confusa.
— Dá um oi ali, ó - Aponta pra pia do banheiro e então vejo o celular dela, provavelmente filmando.
— Sua otária, quase morri mano - Respiro fundo - Meu coração tá acelerado mano.
— Desculpa bebê - Continua rindo e me abraça.
— Pra isso cê consegue abaixar, né? Trouxa.
— Foi um sacrifício - Fala rindo - Tive que me apoiar no vaso e me arrastar no chão.
— Dá próxima vez cê vai se virar pra levantar - Falo e ela ri mais - Sério mano, tô em choque.
— Era só pra ver se cê tava esperto - Me dá um selinho e vai pegar o celular - Foi tudo bem na viagem?
— Aham, só tô morrendo de fome.
— A comida tá pronta - Se aproxima novamente - Miguel foi um bom ator?
— Pra caramba - Ri - Moleque falso, quase me matou do coração mano, na moral.
— Tadinho do meu bebê - Faz carinho no meu rosto - Desculpa.
— Otária - Bagunço o cabelo dela - Tá gostosona, hein?
— Nem começa - Desvia de mim, voltando pro quarto - Vou tirar essa roupa molhada e já vou lá pra gente comer, fala pro Miguel vir pra eu trocar ele também.
— Tá bom - Digo saindo do quarto.

Segui pelo corredor até a sala e então ri sozinho do que tinha acabado de acontecer. Conforme me aproximava, pude ouvir a voz do Miguel como se estivesse conversando com alguém e aquilo me estranhou. Quem tinha entrado ali sem ser anunciado pelo porteiro?

— Aí o Pocoyo correu bem muito rápido - Fala - E o ...
— Ou, com quem cê tá falando? - Pergunto ao ver que não tinha ninguém ali.
Com o Dudu - Aponta pro nada.
— Dudu? Aquele amigo do papai que veio aqui aquele dia? - Me aproximo.
— Não né papai, o seu amigo não tá aqui - Fala como se fosse óbvio - O Dudu ali, ó.

Ele continua apontando pro mesmo lugar e aquilo me assustou de uma forma que me fez arrepiar. Peguei o Miguel no colo rapidamente e voltei pro quarto, onde Nathalia já estava usando uma outra roupa e pronta pra vir até nós.

— Vamo trocar essa roupa? - Fala com ele.
— Mor, quem é Dudu?
— Dudu? Seu amigo, ué.
— Não mor, outro Dudu.
— Não conheço nenhum outro Dudu - Me olha confusa - Porque?
— Miguel tava na sala conversando com um tal de Dudu, mas não tinha ninguém lá mano.
— Meu amor, quem é Dudu? - Ela pergunta se aproximando de nós.
— Meu amiguinho - Diz naturalmente - Ele dorme lá comigo todo dia agora.
— Miguel, o que nós falamos sobre mentir?
— Eu não mente mamãe, mentir é feio, não pode.
— Então não mente pra mamãe.
— Não mentiu não mamãe - Fala e na real me pareceu ser muito sincero.
— Será que é um amigo imaginário? - Me olha.
— Não sei, mas não gosto disso. Cê sabe que eu não curto essas paradas - Falo e ela ri - Sério mor, o moleque tava falando sozinho, saí fora.
— Vou ver se marco um horário com uma psicóloga infantil, calma.
— Vamo marcar pra amanhã então - Desço ele do meu colo - Tá doido, mó negócio estanho.
— Tá bom medroso, vamos jantar.

[ ... ]

laços reais ✨• leozin mcWhere stories live. Discover now