32 - Chamas de ódio

162 19 9
                                    

Jimin tirou seus óculos escuros enquanto Namjoon caminhava até ele e abriu um sorriso bonito, galanteador e odioso ao mesmo tempo. Yumi olhou para a mão de Namjoon e viu que estava branca de tanto que ele apertava em punho. Ele cerrou os dentes antes de dizer, em um tom de voz baixo e assustador:

— O que faz aqui?

— É assim que cumprimenta os velhos amigos, Namjoon? — Jimin ainda tinha um sorriso cínico nos lábios.

— Você não é meu amigo e não é bem-vindo aqui.

— É, você deixou isso bem claro na última vez que nos vimos, além de outras coisas.

Namjoon sentiu um impacto contra seu peito imediatamente. Apesar do seu ódio por Jimin e tudo que ele disse, Namjoon não era santo. Tinha dito coisas horríveis também e se arrependia disso, mas sentia que jamais iria conseguir vencer seu orgulho para pedir desculpas por suas palavras.

Fazia um mês desde a morte de Jin e Namjoon continuava cada vez mais abalado. Ele soube por Yoongi do desastre que foi quando ele se confessou para Hoseok e como estava constrangido, mas Namjoon não tinha cabeça para lidar com mais nada naquele momento. A única coisa que estava em sua mente era o vazio que a falta de Jin fazia em sua vida.

Namjoon trabalhava, vivia, dormia, comia e conversava no piloto automático, sem nunca estar realmente desperto. Foi só numa noite que sua alma perdida foi re-acordada.

Todos os cinco tinha decidido ir até o posto numa noite de terça para visitar Namjoon. Nenhum deles estava bem com aquilo, pareciam só piorar, mas sentiam conforto em estar em conjunto, como se isso fosse trazer Jin de alguma forma. Namjoon não gostava daqueles momentos com o grupo reunido, porque isso só intensificava que faltava algo. Alguém. Jin.

Os cinco vieram no carro de Taehyung e, ao entrarem na loja, se escoraram nas paredes e prateleiras na frente do balcão, para ficarem perto de onde Namjoon quase nunca saía e também para olharem de relance para as fotos pregadas na parede que sempre os lembraria do quão eram felizes com Jin.

Namjoon anotava alguma coisa que nem ele sabia ao certo o que era enquanto os outros conversavam em tom baixo sobre coisas que não deixavam a conversa nem um pouco divertida. Quando algo era perguntado à Namjoon, ele apenas mexia a cabeça ou murmurava algo em resposta, sem nunca dizer frases completas.

Jimin o observou por algum tempo e tentou verdadeiramente o fazer entrar na conversa, até que perder a paciência e bater a mão no balcão. Namjoon levantou a cabeça lentamente e franziu a testa para Jimin, sem dizer nada.

— Você pode ao menos olhar para a gente uma vez? — Jimin disse, em um tom firme. — Viemos aqui diversas vezes nas últimas semanas e você parece fingir que não existimos.

Namjoon não disse nada, apenas respirou fundo e voltou a olhar para o balcão.

— Porra, Namjoon! Você parece estar morto.

Aquela palavra estremeceu cada osso existente no corpo de Namjoon. Ele ergueu a cabeça para Jimin mais uma vez e se forçou a falar:

— Não começa, Jimin.

— Eu já estou cansado disso! — Ele continuou. — Ninguém fala sobre o que aconteceu e precisamos falar. Está me matando por dentro e sei que também está em cada um de vocês. Antes éramos o terror de Mojuha e hoje não conseguimos conversar uns com os outros.

— Você quer que a gente festeje? Depois... — Namjoon não conseguiu dizer. — dele?

— Dele quem? Dele o que? — Jimin apoiou as duas mãos no balcão e encarou Namjoon. — Diz, Namjoon. Diga em voz alta o que aconteceu com esse "ele".

GoldenWhere stories live. Discover now