- Fala ai, qual a melhor parte de conhecer quase que o Colorado inteiro? - Adam perguntou com um sorriso. No momento estávamos em seu carro, o mesmo estava me levando para minha casa. Eu nem podia imaginar que estava indo pra casa e já ainda era dia, eu só tenho chegado em casa de noite durante essa semana. - Eu sei que você não gosta de se mudar tanto, mas nem tudo deve ser ruim.
- E não é. - Ri e olhei pela janela. - Ta, maior parte é ruim sim, mas eu acabo conhecendo lugares e pessoas novas. Cada cidade com sua vibe e jeito diferente de fazer as coisas... é até que interessante. Por exemplo, Denver, ao mesmo tempo que é moderna, também tem seu lado de construções famosas e antigas do século XIX. Pra mim, que gosto muito de tudo que tem haver com cultura, é algo realmente fascinante.
- Ah, então é disso que você gosta? - Adam sorriu.
- Eu tenho vários gostos, minha mãe diria que são gostos estranhos. - Falei rindo e o mesmo riu também. - Mas um deles é meu interesse por culturas diferentes. As mais interessantes pra mim até hoje são as culturas: coreana, tailandesa, indiana, africana, mexicana e brasileira.
- Sério?
- Sim, são as mais diferentes e curiosas pra mim. - Sorri. - E você? Do que gosta além de futebol e astronomia?
- Ah... eu não sei. Música, talvez. - Adam deu de ombros.
- Música? Isso com certeza é algo que eu AMO! Acho que notou isso todas as vezes que fiquei cantando junto das músicas da rádio. - Adam riu. - Música é algo que também faz parte da cultura dos países, por isso é algo que eu amo de paixão. Tipo o K-pop da Coréia ou o Funk do Brasil.
- Ah, a Ash também gosta muito. Como ela fala vários idiomas, ela acaba aprendendo sobre a cultura deles também. Ela não para de ouvir um tal de Melim. - Adam falou o nome com dificuldade. - Segundo ela é música brasileira.
- Não conheço. - Repondi pensativa. - Mas vou procurar saber. - Sorri para o mesmo. - Então, de que tipo de música gosta?
- Acho que todo tipo. - Ele riu. - Ta, não me ache um esquisito por isso, mas gosto de algo mais de música clássica.
- O que? - Ri do mesmo. Isso era algo que eu com certeza não esperava vindo do capitão do time de futebol do colégio.
- Não é que eu goste de ouvir, é só que... eu tocava. Ta, te contei o meu segredo. - Ele falou rindo. - Eu toco piano. Digo, tocava. Aprendi com meu pai e nós sempre trocávamos juntos. Ele só tocava músicas clássicas e eu acabei apreendendo a gostar.
- Você toca piano?? Adam isso é incrível! É um dos instrumentos mais lindos de se escutar. - Sorri para o mesmo e Adam acabou sorrindo com isso. - Por que isso é um segredo?
- Porque eu não costumo contar pras pessoas. - Adam riu sem jeito. - Não é que eu tenha vergonha, é que toda vez que eu contava, alguém me pedia pra tocar, e eu não gosto. Isso é algo meu e do meu pai e eu não gosto de compartilhar com outras pessoas.
- Ok, então eu já elimino da minha cabeça a possibilidade de te pedir pra tocar pra mim. - Sorri para o mesmo e olhei pela janela. Já estávamos na minha rua.
Adam não me respondeu, apenas um silêncio pairou pelo carro até que paramos em frente a minha casa que, pela primeira vez, não continha um segurança/pai esperando na calçada.
Acho que a essa hora ele nem chegou do trabalho ainda.
- Entregue. - Adam quebrou o silêncio e sorriu pra mim.
- Obrigada, Adam. Tem certeza que não estou te dando muito trabalho tendo que me trazer em casa todos os dias? - O olhei segurando minha mochila em meu colo.
- Carly, eu gosto de estar com você. Te trazer em casa não é problema algum pra mim. - Ele sorriu. - E quem está te dando trabalho sou eu! Você está conseguindo me ensinar matemática e isso não é um trabalho nada fácil.
- Ah... você está se saindo muito bem. - Eu e ele rimos e eu toquei a porta para abri-la, mas recuei quando me lembrei. - Ah... - Abri minha mochila e tirei seu casaco de dentro dela. - Eu deveria ter te devolvido na sua casa, mas me esqueci completamente.
- Ata. - Adam riu, pegou o casaco e o jogou no banco de trás do carro. - Bem, a que horas você prefere que eu venha te buscar amanhã?
- Ah, eu não sei. Depende do que vamos fazer. - Olhei pra ele e Adam fez uma expressão pensativa. - Posso vir te buscar às 13h?
- Claro. - Sorri e abri a porta do carro. - Eu e a Beth estaremos te esperando.
- Ok. - Adam sorriu. O mesmo se inclinou pra mim e me deu um beijo na bochecha. - Até amanhã. - Ele sorriu.
Sorri de volta e sai do carro com um sorriso bobo. Comecei a perceber que toda vez que eu saía de perto do Adam, eu saía sorrindo feito uma idiota. Esse era o efeito de Adam sobre mim.
Atravessei a rua segurando as alças da minha mochila e assim que cheguei na varanda olhei para trás vendo Adam ainda dentro do seu carro olhando pra mim com um sorriso.
Acenei para o mesmo e ele acenou logo em seguida. Não demorei muito a entrar em casa e ver Bethany deitada no sofá assistindo Riverdale.
- Essa série é muito boa! - Falei quando notei que a mesma ainda estava na primeira temporada.
Beth olhou pra mim e abriu um sorriso enorme assim que viu minha roupa.
- Aii meu Deus!! Carly você ta lindaaa!!! - Ela correu até mim e segurou meus braços, logo depois me fez dar uma volta. - Aii que uniforme mais lindo! The wolves... lobos? Que que isso. - Ela sorriu pra mim.
- Eu também fiquei boba quando vi. - Sorri olhando para meu uniforme.
- MÃE! VEM VER A CARLY!! - Beth gritou e não demorou muito para minha mãe aparecer na sala.
- Oh minha querida. - Ela sorriu e veio até mim. - Você está linda!
- Obrigada. - Sorri sem jeito.
- Aposto que o Adam ficou babando em você. - Beth sorriu maroto. - Vem, vou tirar uma foto sua lá no jardim pra você postar no seu feed. Vai ficar linda! - A mesma me puxou lá pra fora com um sorriso e minha mãe acabou rindo da animação dela.
Beth me puxou lá pra fora e me fez ficar parada na frente de uns arbustos que agora tinham umas florzinhas coloridas. Ela me disse qual pose fazer e tirou umas fotos minhas.
Nossa atenção foi roubada por um garoto que vinha pedalando na calçada, olhou pra mim e simplesmente levou um tombo no chão com a bicicleta e tudo.
- Meu Deus! - Beth foi a primeira a reagir enquanto eu olhava de olhos arregalados pro garoto.
Nós duas fomos até ele para ver se ele estava bem e o garoto levantou cabeça para nos olhar.
- Mac???
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Continua...

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Desejo Número Um
RomanceCarly completou 17 anos recentemente e está sendo obrigada a se mudar junto com seus pais pela quarta vez em dois anos. Cansada de se mudar para diversos lugares, conhecer pessoas e depois de pouco tempo ter que se despedir delas, Carly acaba criand...