O pessoal se aproximou de mim e também olharam para a parede.
- Não faço nem ideia. - Adam respondeu.
- Brasileiros. - Ash respondeu rindo e nós olhamos pra ela. - Que foi? Eu também falo português do Brasil, o de Portugal é muito formal, não gosto muito. - Ela deu de ombros. Acho que " bonde dos Maloka " é um tipo de gíria. Eu não tenho certeza, não conheço bem. E " Br esteve aqui " quer dizer que eles passaram por aqui.
- Não sabia que você falava português. - Beth a encarou.
- Não é só português. - Adam falou em seguida.
- Bem, vamos explorar enquanto ainda não está completamente escuro? - Tony perguntou.
- Devem faltar minutos para escurecer. - Jerry o encarou. - E agora que a gente tá aqui... - Ela olhou por todos os lados. No corredor velho e sujo que estávamos, tinham várias portas que davam para outras salas vazias e sujas, realmente tínhamos a impressão de que a qualquer hora um louco sairia de uma daquelas portas. - Eu não sei mais se quero.
- Eu to aqui com você. - Ele apertou as bochechas dela.
Nós 6 acabamos concordando e seguimos para o interior da prisão. Eu pensei que não haveria nada de extraordinário, mas aquilo era insano. Era gigante, haviam barulhos por todas as partes e também umas coisas bem aleatórias jogadas pelo chão, como cadeiras, folhas, lixo, bonecas e sapatos. Tudo muito velho e sujo.
- Mano, olha! É tipo um escola dentro da prisão. - Ash apontou para uma das portas onde víamos perfeitamente um quadro verde posto na parede e umas três ou quatro cadeiras jogadas pelo chão.
Nos aproximamos da tal sala e entramos um de cada vez. Realmente aquilo costumava ser uma sala de aula.
Eu olhei a sala e me virei para eles. Naquele momento, meu peito congelou e eu quase tive um ataque do coração.
Diferente da Beth, quando eu levo um susto, eu não grito, eu paraliso.
Meus olhos provavelmente se arregalaram e isso fez com que todos eles olhassem assustados pra mim e logo olharam para onde eu estava olhando.
- Ai Diabo! - Beth se assustou.
- Misericórdia! - Ash falou logo em seguida.
Adam e Tony riram de nossas reações e Adam caminhou até mim que ainda estava paralisada no meu lugar. O mesmo tocou meu rosto e me puxou assim me abraçando.
Eu só consegui retomar os meus sentidos quando senti meu rosto tocar o peito de Adam. Ali eu me acalmei.
O que eu vi era um desenho realista de um corpo na parede, num tamanho real mostrando as partes do corpo, provavelmente para as aulas. No momento em que olhamos, parecia ter realmente um cara ali, mano! Eu quase infartei!
Tony e Adam riram porque já sabiam daquele desenho.
- Ei, linda? - Adam puxou meu rosto me fazendo olha-lo. - Ta tudo bem. - Ele segurou meu rosto e me deu um beijo na testa.
Sorri com aquilo e o abracei de novo, dessa vez com um sorriso bobo. Adam logo me devolveu o abraço.
- Minha rinite que lute. - Beth passou a mão no nariz dela que agora já estava vermelho.
- Vamos pra outro lugar. - Tony saiu da sala junto com Jerry e nós o seguimos.
Enquanto eles iam na frente " explorando o lugar " eu e Adam andávamos calmamente atrás deles.
- O que você costuma fazer aos domingos? - Adam perguntou.
- Bem, geralmente minha mãe nos leva a igreja de manhã, depois almoçamos todos juntos e o resto do dia eu passo totalmente atoa. As vezes eu durmo, as vezes fico estudando, as vezes ouvindo música sozinha no quarto dancando e cantando igual uma louca. - Adam riu. - E você?

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Desejo Número Um
RomanceCarly completou 17 anos recentemente e está sendo obrigada a se mudar junto com seus pais pela quarta vez em dois anos. Cansada de se mudar para diversos lugares, conhecer pessoas e depois de pouco tempo ter que se despedir delas, Carly acaba criand...