06 - New Atitude

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    Não esperei pela resposta de nenhum dos dois, segui para o meu quarto assim que terminei de pronunciar a frase.

    Fiquei longos minutos, talvez horas, não sei ao certo, deitada em minha cama encarando o teto com as palavras do meu irmão e de Ryunjin rondando minha mente.
    Minha amiga não veio atrás de mim, mas me mandou uma mensagem avisando que havia voltado para casa e dizendo que voltaríamos a conversar sobre isso quando eu colocasse os pensamentos, claramente bagunçados, em ordem.
    Enquanto tentava não me focar de mais aquelas suposições que eu julgava absurdas, ouvi meu telefone tocar uma música bastante conhecida a qual eu havia definido como meu toque de chamadas e estiquei a mão para pegá-lo, sem me mover mais que o necessário.

    —Alô? – atendi sem me dar ao trabalho de olhar quem era, minha voz soando baixa e distante ao pronunciar essa mínima palavra.

    —Ye-ah, sou eu. – a voz de Lia se fez presente do outro lado da linha em alto e bom som, completamente o oposto da minha – Tá tudo bem com você? – ela parecia preocupada.

    Limpei a garganta, me sentando na cama.

    —Aham. – respondi minimamente com medo da minha voz vir a falhar novamente, mas logo me desfiz desse medo e projetei minha voz com clareza – Por que a pergunta?

    —Não sei bem, esses últimos dias você me pareceu um pouco...  – ela fez uma pausa, provavelmente pensando que palavra usar. – Diferente. – concluiu por fim.

    Acho que não sou tão boa atriz quanto pensava e devo ter acabado deixando transparecer uma parte desses sentimentos tão confusos que lutam no meu interior.

    —Tem certeza que tá tudo bem, Ye? – perguntou após meu silêncio – Por acaso você tá magoada comigo? Por que se for pode dizer. Eu vou me redimir, eu juro.

    —Não, Lia. – respondi rápida – Eu não tô magoada com você...

    —Certeza?

    —Absoluta.

    —Então o que foi, Ye? – perguntou outra vez, o tom de preocupação ainda mais evidente.

    Pensei por alguns segundos e decidi responder da melhor forma que encontrei.

    —Sinceramente? Também não sei, Lia... – disse num suspiro.

    O silêncio se fez presente na ligação por alguns segundos, então sua voz se fez presente outra vez, agora em um tom mais descontraído.

    —Um tempo só nosso, igual antigamente... – disse devagar e eu sabia exatamente do que se tratava – Será que resolve?

    Não pude conter o sorriso que veio com as memórias que me inundaram.

    —Só tem um jeito de saber... – disse em um tom divertido e a ouvi dar uma risadinha leve do outro lado da linha.

    —Ótimo. – disse, e pude ouvir a empolgação e sua voz – Então desce e vem abrir a porta pra mim, anda.

    —O quê? – perguntei surpresa.

    —Tô aqui na sua porta e tô com preguiça de tocar a campainha. – disse, me fazendo levantar da cama num pulo e correr até a janela, apenas para vê-la acenar pra mim com a mão livre, apesar das sacolas, provávelmente cheias de lanches, dependuradas em seus braços. – Falei 'pros meus pais que vou dormir na sua casa hoje.  – disse ainda atravéz do telefone, e eu estava cada segundo mais chocada – Vem logo, ou o sorvete vai acabar derretendo. – finalizou com um sorriso ladino.

    Aquela última frase me fez sorrir.
    Desliguei a chamada imediatamente para ir atender a porta.
    Lia não costumava ser tão impulsiva, as vezes fazia coisas assim quando eu não estava bem, mas sempre combinava tudo antes.
    Essa nova atitude me deixou feliz.











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Twitter da autora: @nabongkiss

I Don't Like Your Boyfriend - YejisuWhere stories live. Discover now