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Pov's Betty

—Poderiam me levar até ele?- pergunto meio receosa, e recebo olhares de espanto de todos.

—Poder? Podemos, mas você tem certeza que quer isso?- o policial pergunta e eu assinto.

—Preciso de respostas...- falo para minha mãe e Jug que ainda estavam quietos.

—Eu vou com você!- Jug fala.

—Jug... Eu preciso fazer isso sozinha... Preciso saber o porquê...- falo com meus olhos já lacrimejando.

—Tem certeza?

—Tenho...

Me guiam por um corredor escuro e sem vida, até chegarmos em frente há uma porta cinza, igualmente aterrorizante.

—Você tem 10 minutos.- o policial alto e músculoso informa enquanto abre a porta para eu entrar.

Era uma pequena sala cinza, completamente sufocante, uma pequena lâmpada tentava iluminar o ambiente, em baixo da lâmpada, uma mesa, duas cadeiras, uma em frente a outra. Em uma cadeira, sentado com seus olhos castanhos claros que um dia eu amei, me encarando com seu maxilar travado e seu rosto sem expressão alguma, apenas o nariz empinado com seu ar de superioridade.

Suas mãos algemadas, que ele ergue para tentar, não sei, me tranquilizar?

—Sabia que viria.- ele fala, com sua voz rouca e sem sentimento.

Me aproximo, me sentando a sua frente.

—Como tinha tanta certeza?

—Bem, mesmo não admitindo, você nunca deixará de pertencer a mim, nossas almas estão ligadas Betty. No fundo, você sabe disso. Somos iguais.

—Não, Archie! Não somos e nunca seremos iguais, você é maluco!

—Já disse, só sou maluco por você, e se eu não podia te ter, ninguém mais teria...

—Você é psicopata! Mas eu não estou aqui para te chingar, mesmo querendo, estou aqui pois quero saber o porquê.

—Porquê? Explique-me melhor meu amor.

Engulo a vontade de vomitar, e tento manter meu tom de voz.

—Olha nos meus olhos, e diga o motivo de tudo o que você fez! Por que estrupou a Cheryl? Por que tornou cada segundo da minha vida um inferno?

Ele suspira, me encara e diz.

—Querida Betty, sempre tão ingênua, sempre querendo ser a salvadora da pátria!

—Até agora não acredito, você teve a melhor criação, Fred era tão...

—NUNCA TOQUE NO NOME DELE!

Com seu tom, me afasto um pouco, por puro medo do que possa acontecer.

—Archie, seu pai foi uma das melhores pessoas que eu conheci, por que não posso tocar no nome dele?

Ele suspira novamente, parecendo se acalmar.

—Ele me largou! Me abandonou! E eu tive que me virar, sem pai, sem mãe, sem ninguém! Ahh é, eu tinha você! Você era o que me restava!

—Seu pai morreu em um acidente de carro, ele não te abandonou Archie. E sua mãe, bem, ela não é um bom exemplo.

—Você não entende mesmo né! Ele era tão bom, o exemplo de pai perfeito! A perfeição sufoca! E mata! Eu não sou e nem quero ser perfeito! Não me arrependo de nada do que fiz! Eu gostei da sensação de não ser perfeito depois que roubei uma bala no mercado aos 5 anos, mas essa sensação passa, eu só quero essa sensação de novo e de novo! Você não entende, porque você é perfeita...

—Quer saber, nunca pensei que ia falar isso pra ninguém, mas eu espero que apodreça atrás das grades! Por tudo que já fez na vida, por fuder com o psicológico de todos a sua volta! Por machucar pessoas inocentes só para ter "uma sensação". Vai se fuder, Archie!

Após falar isso, ele simplesmente começou a rir, ou melhor, gargalhar. Estava tão frenético que parecia que seu pulmão ia explodir.

—Você é louco!- falo já me aproximando da porta para ir embora.

—Quer saber! Sou mesmo, completamente louco! Louquinho!- ele fala e volta a gargalhar.

Saio daquele local, ainda escutando suas risadas, não foi como eu esperava, mas isso tirou um peso enorme das minhas costas. Estranhamente, parecia que estava respirando pela primeira vez. Estava em paz, como se tivesse quebrado a corrente que me ligava a ele. Podia voltar a viver.

Assim que chego a sala de espera da delegacia, Jug vem até mim, me abraçando, seguido por minha mãe que se junta ao abraço.

—Você tá bem?- Jug pergunta, se desgrudando de mim.

—Melhor impossível.

Eles me olham curiosos.

—Querida, você pode falar com a gente.- minha mãe fala com um ar de preocupação.

—Eu sei, foi estranho, nem perto do que imaginei, mas estou me sentindo bem. Ele vai apodrecer dentro de uma cela.

Eles fazem uma cara tipo "ok", mas não pareciam conformados.

O meu celular toca, e o nome de James brilha na tela.

Ligação on

—James? Tudo bem?

—CHERYL ENTROU EM TRABALHO DE PARTO!

—O QUE?!- Jug e minha mãe me olham assustados.

—A bolsa acabou de estourar, e ela começou a ter contrações. Estamos a caminho do hospital, já falei com a Dona Penélope, e ela também está a caminho.- no fundo consigo ouvir Cheryl reclamando de alguma coisa.

—Mas ela está só de 6 meses, amanhã vai fazer 7!

—Eu sei, estou apavorado!

—Calma, vou ligar pra todos e encontramos vocês aí!

—Ok, obrigada... Amor, você tem que se acalmar!- consigo escutar ele falar antes da ligação encerrar.

Ligação off

—Cheryl está em trabalho de parto!

★★★
Gente, só quero deixar claro, não estou passando pano para o Archie, tudo o que ele fez para as pessoas foi horrível e ele vai pagar! Só quis contar mais do passado dele, porque muita gente ficou curiosa sobre.

E lembrem, se estiverem passando por situações difíceis, como relacionamento abusivo, ou qualquer problema, fale com alguém que possa te ajudar!

É isso, espero que estejam gostando.

Votem pra ajudar a história a crescer!

Beijinhos *3*

UMA NOVA CHANCE DE VIVERWhere stories live. Discover now