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Lucas Oliveira
Sexta
15:00

Estamos quase fechando o ano e que ano. Acho que foi o mais intenso pra mim, o que mais me marcou, o que mais eu mudei e vi as coisas mudarem.

Nem Freud explica e se eu for tentar resumir isso tudo vai ser mais complicado do que explicar o que acontece na família Poncio, que a Yara vive tentando explicar e eu nunca entendo.

Mas eu tô feliz, eu tinha algo em mim que eu não sabia o que era, tipo um vazio e hoje não tenho e nem sinto mais isso.

Tá tudo completo agora. A minha família tá completa e feliz.

Meu relacionamento com o meu pai parece que sempre foi assim e nunca ficamos separados, parece louco, mas é assim que eu sinto.

A minha irmã quase não tem mais aqueles problemas, teve uma melhora gigante e eles estão quase que sumindo. Agora ela está bem mais feliz e de bem com ela mesma, com o corpo dela, com a aparência e com a mente. O Kaique também ajuda muito e isso ninguém pode negar.

Pode parecer que agora a gente não seja mais como antes, colados o tempo inteiro, mas só parece mesmo, continuamos sendo o porto seguro um do outro, compartilhando as coisas e vendo séries até de madrugada.

Meu namoro com a Yara anda bem, ela me faz bem e eu faço bem a ela, pelo menos é o que ela diz. E eu acho que amo ela, não é da boca pra fora, venho pensando nisso a muito tempo e na verdade eu não acho, eu sinto isso, quando eu tô perto dela e longe também.
Eu sempre quero mostrar pra ela o quanto ela é especial e importante pra mim. Mando mensagem de bom dia, compro chocolate e vejo filmes da Barbie com ela quando ela está triste e incentivo os sonhos dela.

A minha mãe disse que é o mais importante, incentivar quem está do seu lado a crescer.

Seja o fã número um da sua mina ou do seu mino.

- Eu gosto dela, só que um pouco mais além!- falei pro meu pai, estávamos só eu e ele na área da piscina.

- Você ama ela!- não foi pergunta, ele afirmou.

- Acho que é!- olhei pra água da piscina. 

- Ou ama ou não ama, meio ama não da pra fazer nem chá!- bem direto.

- Eu não sei como saber que amo alguém!- escorreguei um pouco na cadeira.

- Você não sabe, você sente quando ama alguém e cada pessoa sente de um jeito diferente. Você não consegue sentir porquê ainda é uma coisa nova pra você, tua primeira namorada, mais pra frente você vai sentir e saber também.

- E como você soube ou sentiu que amava a minha mãe?

- Eu gostava dela no começo, mais só fui me dar conta de que amava quando eu fiquei longe dela. Não quer dizer que você vai descobrir assim, eu descobrir porquê fui cuzão, mas você não é assim e vai descobrir do jeito e na hora certa!

- É... só não sei se ela sente assim também e não vou perguntar, vai que eu assusto ela com esse papo!

- Não pode chegar assim e perguntar na lata, mas da pra ver que ela gosta de você como você gosta dela. Quando eu tinha a sua idade era pirado da cabeça, fazia nada com nada e fazia tudo como se o mundo fosse acabar amanhã. Mas tu não é assim!

- Não mesmo!- ficamos um pouco em silêncio.

- Sério que tu perdeu o cabaço numa festa?- falou gastando com a minha cara

A minha mãe me paga.

- Não acredito que a minha mãe te falou essa parada.- que vergonha meu Deus.

Luz em todo morroOnde histórias criam vida. Descubra agora