7 - O beijo

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    Lá dentro, a avó Dezenove tossiu. Nesse sopro, a vela apagou-se.
    No interior da casa uma outra escuridão imitava a escuridão que nós já tínhamos estreado na varanda. Eram escuridões quase gêmeas .
    Aqui fora, entre o riso de um grilo e o soluço de um pirilampo, nessa escuridão dividida, ele ganhou coragem na voz e falou bem perto de mim:

– Me empresta os seus lábios.

    Era um beijo num baile solto de línguas, coqueiros que dançavam no vai e vem das ondas com algas bonitas e o mar em nós também.
    Um beijo todo salgado, sem nenhuma palavra de explicação.

– Não acha isso errado? - perguntei.
– O quê? - ele responde.
– Dois meninos se beijarem?
– Não acho o amor entre duas pessoas errados - ele continuou o beijo.

    Depois das mãos e dos lábios, os nossos corações acelerados eram um único chuvisco de alegria. Até acreditei que dentro de nós havia um cheiro de terra depois de chover.

– Porquê que inventa essas histórias? - ele perguntou.
– Para a nossa escuridão ficar mais bonita.





"A beleza às vezes é um lugar onde o olhar já sabe aquilo que não quer esquecer..."

– Velha muito velha que destrói as palavras.

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E esse foi o fim da história gnt, mt obg mesmo pelo apoio que eu recebi escrevendo essa história, eu amo muito vcs ❤️✨

Eu espero que vcs tenham gostado dela, infelizmente ela acabou né

Bom, é isso, um beijo do seu amigo tamaki😘❤️

Amo vcs, tchau

Uma escuridão bonita  [concluida]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora