MEU DOCE PECADO! / Spin-off Da Série Jóias [DEGUSTAÇÃO]

CAPÍTULO 05

Carmin

Não adiantou me debater como um peixe tentando escapar da rede de arrasto. Romeo só me largou quando estávamos no quarto, quando ele me jogou na cama e voltou para trancar a porta enquanto eu me levantava da cama.

Minha roupa estava toda bagunçada e meus cabelos estavam parecendo um ninho de periquitos.

- Você com certeza pirou. - Sorrio irônica. - Me dê essa chave e pare de agir como criança.

- Eu, agindo como criança? - Me olha como se eu tivesse cometido um enorme pecado. - Precisei te jogar nos ombros e na cama para falar cinco minutos com você.

Fico calada tentando digerir a última frase. Admito que meu corpo ainda o deseja como se ele fosse a salvação eterna, como que um magnetismo nos ligasse para sempre.

Prefiro acreditar que seja apenas isso, desejo. Porque se tudo isso borbulhando dentro de mim for um amor sobrevivente a cinco anos e a tudo que passamos, mesmo eu tentando mata-lo todos os dias... Eu não sei mais o que posso fazer para continuar.

- Eu não tenho nada para falar com você, Romeo. - Esperneio, tentando parecer brava e não como alguém que precisa de fulga. - Me dá isso!

Caminho em passos pesados até ele batendo pé como uma criança birrenta em busca da chave. Sem muito esforço, Romeo levanta o braço para o alto me fazendo pular.

- Qual seu problema, garota?

- Você!

- Tenho certeza que não é um problema só seu, então se acostume. - Zomba. Continuo pulando, agarrando seu braço e quase escalando. Nem com meu peso ele abaixa o braço, como se para ele eu fosse apenas uma simples pena batendo nele. - Já que prefere da maneira mais difícil.

Com um puxão firme ele arranca seu braço de mim e ao se afastar, puxa a calça de moletom para frente junto com o coz da cueca e despeja a chave dentro, fazendo meu queixo despencar para o chão. Meus olhos crescem e engulo seco, sem ter mais como escapar.

- Pode vim buscar se quiser. - Provoca.

Sem dar o gosto de responde-lo, sento na cama emburrada e cruzo os braços, perplexa até onde ele chegou. Tudo que eu queria era ficar longe de Romeo, a proximidade com ele é perigosa para mim. Mas onde eu vim parar? Trancada num quarto com ele, sentada na cama dele e com a chave dentro da cueca dele.

Bem que você gostaria de ser essa chave, admita, safada!

Por Deus, eu vou enlouquecer.

Cheguei ao nível de discordar de mim mesma. É exatamente isso que Romeo sempre fez comigo e odeio ver que mesmo após anos, nada mudou.

- Tudo bem, estou ouvindo. - Decido colaborar. Quando mais rápido ele tiver esse raio de conversas que tanto quer, mais rápido eu vou embora daqui.

- Foram cinco anos Carmin, fodidos cinco anos depois daquela noite. - Solta mais para ele, perdendo a postura de machão que ele sustentava até cinco segundos atrás. Romeo se aproxima e senta ao meu lado na cama, nós dois inevitavelmente voltando no tempo após sua frase. - Nós nem nos falamos mais depois... Depois da Lara...

- Está tudo bem, Romeo. - Novamente meu coração me trai, ao ver ele com as defesas caídas.

É como se ele tivesse se tornado o homem mais forte do mundo, não só fisicamente, mas também tivesse aprendido a ignorar todas as feridas. Mesmo assim, é como se alguns segundos fossem suficientes para ele desmoronar. O mais difícil é saber que eu sou o gatilho de cada queda dele.