Capítulo 5 | Laura

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A noite estava fria o bastante para que Laura se enrolasse em sua coberta e ficasse inerte

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A noite estava fria o bastante para que Laura se enrolasse em sua coberta e ficasse inerte. Mas ela fez uma promessa a Lyana e sabia que se não fosse hoje, ela iria passar a madrugada implorando mais uma vez.

Então Laura tomou a decisão de sair de casa. Já era tarde para uma dama estar em meio à rua, mas Luara tinha lá os seus planos. Entrou no quarto de seu pai, agora inóspito, e foi em direção ao baú que estava frente à cama.

Retirou a camisola noturna e começou a vestir as roupas de seu pai, calça de linho, uma blusa de botões que ele usava para navegar e um suspensório. As roupas dele eram tão grandes que Laura foi engolida pelos tecidos. Deu graças a Deus por não ter seios fartos e avantajados pois seriam um problema. Afinal, quem já viu um homem de busto? Escondeu os cabelos loiros dentro de un chapéu de veleiro e colocou o pacote de Lyana e enfiou dentro dos bolsos largos, trancou a fechadura da porta e se posicionou frente à janela.

- Ah, Lyana

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- Ah, Lyana... O que eu não faço por você?

Laura sentou-se no parapeito da janela, olhando a altura até chegar ao chão, não era grande coisa, mas ela sempre teve medo de altura. Agarrou-se à viga de madeira do lado de fora e sem pensar muito jogou o corpo ao chão. Desajeitada, caiu de retaguarda esfarrapando a barra da calça. Descalça, o chão frio e úmido da chuva causou arrepios. Abaixou a cabeça e seguiu caminho rumo a ferraria.

As ruas de Londres pareciam bem mais limpas à noite, mas o cheiro de fumaça e fuligem ainda inundavam os pulmões de Laura. Se Laura estivesse vestida de acordo com o seu gênero, coisas ruins aconteceriam. As adegas e casas de jogos ainda estavam abertas, havia vários beberrões nos becos da cidade.

Laura entrou em um beco escuro, quase sem luz, se não fosse pelo forno com chamas ardentes da ferraria. O lugar era simplista, paredes de pedra bruta, o chão batido, algumas espadas e facões estavam expostos em cima do balconete. Laura adentrou no local, inspirando o cheiro de brasa, cerveja e tabaco.

- Em que posso ajudar a essa hora? - Um senhor muito robusto apareceu no fundo da sala. Se Laura falasse, entregaria o seu gênero, então ela apenas colocou a adaga quebrada de sua irmã no balcão.

as irmãs Lewis Where stories live. Discover now