4. mutual changes

364 44 107
                                    

C H A P T E R F O U R

Myrtle Beach | Carolina do SulJulho de 2013

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Myrtle Beach | Carolina do Sul
Julho de 2013

A luz da manhã atingiu o pico através das persianas do quarto de Anna, banhando-a de calor. Mas, assim que a garota despertou, sentiu um mal-estar golpear seu estômago.

O excesso de claridade invadindo o cômodo e a enxaqueca que latejava suas têmporas estavam longe de ser o motivo principal que a fizera acordar. Um barulho infernal ecoava escandalosamente por todo o cômodo, forçando os sentidos da garota lutarem para distinguir que aquele som se tratava do seu celular.

Ela se desenrolou desconcertantemente entre os lençóis, pulando para fora da cama. Seus olhos se encontravam semicerrados enquanto vasculhavam todo o território iluminado, terrivelmente sensíveis com os primeiros sinais da ressaca que injetava cada célula do seu corpo. Maldito álcool! Rose praguejou enquanto se atrapalhava sobre seus próprios calcanhares.

Ela sabia que nunca deveria ter se permitido beber tanto na noite passada, ainda mais visando as circunstâncias pelas quais tinha de enfrentar. Nem mesmo quando ainda era uma universitária praticava tal ato ilícito, mas o efeito Maxon River obrigou-a a ultrapassar alguns limites e agora ela se sentia culpada por isso. Especialmente por tudo o que deixou acontecer na praia na noite anterior.

Tantos pensamentos dançavam em sua mente exaurida agora. Anna tinha consciência de que organiza-los e reunir os flashbacks vagos que a rodeavam era a coisa mais inteligente a se fazer, mas, naquele momento, encontrar seu maldito telefone e talvez arremessa-lo para fora da sacada era mais urgente do que qualquer outra coisa.

A hipersensibilidade de seus tímpanos agradecem aos céus quando ela encontra o aparelho escandalizando em sua mesa de cabeceira, e o primeiro impulso que tem é de desligá-lo. O alívio é imediato, porém, no segundo em que ela acende a barra de notificação e vislumbra o borrão de vinte chamadas perdidas, o seu sangue congela. Todas as ligações foram realizadas na última hora e cada uma delas tinham o nome de contato destacado em "Papai".

— Puta merda! — Xingou para si mesma, dando um tapinha em sua testa dolorida.

A garota foi obrigada a cambalear de volta à cama para se sentar e então retornar uma das inúmeras ligações. Estava soando frio e sentia seus joelhos vacilarem por motivos inexplicáveis. Será que estaria encrencada? Seu pai raramente costumava ligar de maneira desprevenida ou desesperada; assim como Niall, o contato que ela possuía com ele não era tão frequente, pois seu tempo dentro dos tribunais de Wall Street valia mais que qualquer outra regalia em questão.

Apesar de suas falhas, James era um ser humano gentil e extremamente condolente, mas seu papel como pai não se destacou tanto nos últimos anos como nos primórdios da vida de sua primogênita. Inúmeros eventos aconteceram para a relação dos dois alcançar esse estágio tão distante, mas Anna às vezes pressentia que ele se esforçava muito mais do que ela própria. E, talvez, esse fosse um dos motivos para tantas chamadas perdidas em plena manhã de uma quinta-feira.

𝐄𝐯𝐞𝐫 𝐒𝐢𝐧𝐜𝐞 𝐍𝐞𝐰 𝐘𝐨𝐫𝐤 | 𝐇.𝐒Where stories live. Discover now