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C.B/P. O. V/ Capítulo 10

Eu havia recebido uma ligação da Victória, ela dizia que estava com saudades e que estava me esperando na minha casa. Eu e Victória estamos juntas a 3 anos e nosso relacionamento está "bom" atualmente, mas já foi melhor. Ela me conheceu na França, logo depois de eu ter deixado a Day e eu melhorei muito por causa dela, mas agora com a Day na minha vida de novo eu sei bem que não vou conseguir ficar com a Victória, simplesmente porque ver a Day muda tudo por dentro e eu tenho noção disso. A última coisa que eu faria na vida é deixar a Victória no meio dessa minha história, eu nunca vou querer que ela fique no meio disso tudo pra ter um momento em que eu precise escolher entre um relacionamento que não está mais dando certo e um relacionamento que eu queria de volta por tanto tempo.

Eu cheguei no meu apartamento e logo fui entrando e me deparando com ela no meu sofá. Assim que ela me viu veio correndo em direção a mim toda manhosa e carente, eu sabia bem o que ela tava querendo, mas eu não ia dar isso a ela. Victória era uma mulher linda, olhos azuis, cabelo longo e em um tom escuro do loiro, pele branca, boca rosada e corpo de estatura pequena com uma ótima forma devido a Yoga que ela fazia. semanalmente. Ela tinha uma aparência bem típica de uma francesa já que ela era uma, diferente dos seus pais que eram brasileiros, ela nasceu e cresceu na França e quando nós duas nos conhecemos e ficamos amigas nós viajamos bastante. Ela era doida, sempre queria estar em um lugar animado, sempre queria beber o máximo que conseguisse e sempre se dizia ser louca por mim. Ela era iluminada, era chique, mas ainda sim divertida, era louca, mas ainda sim me fazia feliz. Sempre disse a mim mesma que nossos amores falam muito mais sobre a gente do que a gente pensa e quando olho pra Victória e pra Day penso que eu sou uma ótima pessoa se for me basear nos meus amores, mas sinceramente sei que elas não podem falar o mesmo se forem pensar ou se referir a mim.

- No que pensa tanto mon ange? - 'Mon ange' era um apelido carinhoso que ela havia me dado, era uma expressão de origem francesa se não me engano.

- Victória eu.. - Respirei fundo para continuar e então olhei em seus olhos e continuei - Não dá pra continuar, eu não consigo continuar com você. Precisamos terminar

- Carol, amor do que tá falando? Tá doida? Estamos bem, não brigamos a dias e-e.. Por que? - Ela falou com a voz embargada. Eu sabia que se eu contasse pra ela sobre a Day ela iria surtar comigo e dizer que eu a traí e eu não queria isso.

- Porque não dá mais, eu te amo muito, mas não como eu deveria. Você não me merece Vic, me desculpa, mas é a verdade. Estamos em ritmos diferentes, temos pensamentos diferentes, somos pessoas diferentes e eu preciso muito de alguém que seja mais calmo como eu. Você é o sol e o sol não precisa de nada nem ninguém a não ser a si mesmo para brilhar e eu não posso tentar ofuscar isso, pode tentar me entender? - Ela me olhava confusa, chorosa e surpresa. Ela pegou sua bolsa que estava em cima da mesa de centro e foi em minha direção.

- Eu te entendo, sei que somos diferentes e sei que sou alguém que não serve pra você.. Só achei que daríamos um jeito nisso como sempre fizemos, mas vejo que isso não é o bastante... Eu vi você com a Dayane Lima na Starbucks e eu imagino como deve se sentir em relação a ela ainda. Não se segura carinõ, conta pra ela quem você é e ama ela de verdade por mim porque é ela que deve ser a sua mulher, não eu... Eu te amo muito Carol, obrigada por tudo que fez por mim e saiba que você tem uma grande amiga no lugar da sua namorada, sempre que precisar de mim sabe aonde me encontrar e qualquer coisa me liga - Ela falou e me abraçou uma última vez antes de sair.

Quando ouvi a porta bater comecei a chorar tanto a ponto de soluçar. Eu estava quebrada, estava confusa, cansada e atormentada simplesmente por alguém que eu nem deveria me preocupar porque já se foram tantas anos. Não sabia se deixar a Victória tinha sido a escolha certa ou se tinha sido loucura largar ela por uma coisa que aconteceu a anos atrás, eu não sabia o que fazer e nem sei se eu deveria, mas tudo que eu sabia era: Minhas garrafas de whisky ficam na minha adega e é naquela direção que eu vou.

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