15_ Jumanji!

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Naquele dia, Josh me acompanhou até a entrada do meu prédio enquanto conversávamos.

- É aqui que você mora? - Ele perguntou olhando pra cima.

- É sim. Obrigada por me acompanhar... - Abri um sorriso tímido enquanto ainda segurava meu braço na altura do estômago e ele tirou minha bolsa, que ele havia pendurado em seu pescoço, e colocou sobre meu ombro.

- Não precisa agradecer. Eu moro ali. - Josh apontou para um prédio do outro lado da rua um pouco mais distante.

O prédio dele era um daqueles que eu havia notado quando cheguei. Bonito e luxuoso.

Também, dando aulas e sendo coreógrafo da Broadway Dance Center, eu nem estou surpresa.

- Descansa esse braço, ok? Amanhã a dor já deve ter passado. - Ele falou de forma calma. - Nos vemos amanhã. - Ele abriu um sorriso, colocou as mãos no bolso da calça e atravessou a rua.

Eu não sei direito, eu só... só fiquei meio extasiada no meu lugar revendo os olhos dele na minha cabeça.

Eu nunca havia visto olhos tão lindos cara! Como isso era possível??

Balancei minha cabeça de um lado para o outro tentando espantar aqueles pensamentos nada haver e caminhei para dentro do meu prédio.

Depois de passar pela recepção, que pra variar estava vazia ( na real, eu comecei a acreditar que não havia ninguém trabalhando ali, porquê não era possível ), entrei no elevador e logo subi para meu apartamento.

Assim que entrei no mesmo, fechei a porta, tirei os meus tênis, coloquei minha bolsa sobre o sofá e fui direto para o banheiro lavar minhas mãos.

Meu braço ainda doía um pouco, mas eu conseguia move-lo normalmente.

Eu, realmente, estava torcendo para que Josh estivesse certo e não fosse nada sério. A última coisa que preciso era um braço machucado me impedindo de fazer minhas dancinhas matinais.

Depois de lavar minhas mãos, fui na direção do meu quarto para pegar o meu pijama. Precisava urgentemente de um banho.

Depois de pega-lo e juntamente à minha toalha, voltei para o banheiro já colocando minha playlist e sorri quando a primeira música que tocou foi My superstar da Jessie J.

Conheci essa música no filme a Era do Gelo 5, e simplesmente me APAIXONEI!

Ela é tão animada e eu amo ouvir. É uma das músicas que me fazem dançar sem eu nem perceber. Por isso evito de ouvi-la na rua.

Tomei o meu banho enquanto minha playlist tocava e quando acabei comecei a sentir minha barriga reclamar. Eu estava com muita fome.

Fui na direção da cozinha e me perguntei como faria o meu jantar com um braço só.

- Ok, vou pedir comida. - Respondi para mim mesma e sai da cozinha dando de ombros.

Ta, eu não estava com o braço quebrado, podia muito bem cozinhar. Mas acabei usando aquilo de desculpa para pedir comida mesmo.

- Hmmm.... - Me sentei no sofá acendendo a tela do meu celular. - O que eu peço? Comida chinesa? Faz um bom tempo que não como comida chinesa. - Analisei bem os pratos que tinham. - É... vai ser isso mesmo.

Fiz o meu pedido e enquanto aguardava, acabei ligando a televisão onde num dos canais passava Jumanji.

Ta, eu já havia assistido aquele filmes milhares de vezes, mas assistiria de novo quantas vezes fosse necessária. Era muito bom. No caso, esse que é o Jumanji: bem-vindo à selva. Porque o primeiro que é o mais antiguinho, eu não sou muito fã.

Vi também que depois dele passaria Um espião e meio.

- Ok, hoje eu não durmo cedo. - Me aconcheguei no sofá. Eu amava uma comédia.

Depois de um tempinho assistindo o filme e vendo algumas notificações do meu celular, já que eu não havia mexido nele o dia todo, o entregador me avisou que havia chegado e perguntou o andar para que ele subisse.

Contudo, eu não deixei. Não custava nada descer para pegar minha comida. Ele não precisava ter o trabalho de subir.

A minha comida havia custado US$ 13,00, então peguei vinte e desci para a recepção.

Assim que cheguei lá embaixo, o entregador estava me esperando na recepção com a minha comida. Eu não via logo a hora de poder comer.

- Boa noite. - Ele falou primeiro.

- Boa noite. - Sorri para o mesmo e ele me entregou o meu pedido. - Aqui está. - Entreguei o dinheiro.

- A senhorita disse que não precisava de troco. - Ele me olhou confuso.

- E não preciso. Pode ficar. - Sorri simpaticamente enquanto olhava a para a sacola em minhas mãos já sentindo o cheiro maravilhoso.

- Oh, muito obrigado. - Ele sorriu. - Tenha uma boa noite!

- Obrigada a você. Tenha um ótimo trabalho. - Ele sorriu e eu caminhei na direção do elevador. Não queria perder muito do filme.

Naquela noite eu comi, assisti aos dois filmes e fui pra cama umas meia noite e pouco torcendo para que isso não afetasse no meu rendimento amanhã.

Coloquei o meu despertador ao lado da minha cama e fui dormir tentando não lembrar do Josh. Sim, ele me veio a mente antes que eu conseguisse dormir. Me veio a mente o momento em que ele meio que me " abraçou " para que o cara não me levasse junto e eu corei feito boba.

Me veio a mente todas as vezes que ele riu de algo que eu falei e todas as vezes que seus olhos focaram em mim.

Me repreendi no momento em que isso aconteceu e fui dormir pensando em qualquer outra coisa 

[...]

- Thalia? Pode me fazer um favor? - Cláudia me chamou.

Agora eram umas onze da manhã. Eu já havia feito algumas gravações e estava prestes a ir gravar a turma de Jazz avançado quando fui chamada por Cláudia.

- Claro! O que foi? - Perguntei.

- É um problema urgente! Um grupo de dança famoso na Itália vai vir gravar na sala central no quarto andar. Mas a Dina, moça que organiza as salas de dança nesse horário, passou mal e teve que ir pro hospital. Não consegui ninguém para organizar a sala. Pode fazer isso?

- Óbvio que sim! Mas o que eu tenho que fazer? - Guardei o celular no meu bolso.

- É só afastar as mesas e cadeiras que ficam para lá por causa da aula teórica que teve ontem e limpar o chão. Tem um aspirador lá. Não precisa fazer uma faxina! Só deixa apresentável. Por favor? Quebra esse galho?

- Pode deixar comigo. - Assenti e ela sorriu aliviada.

Eu corri para o elevador e logo cheguei no andar.

Não foi difícil reconhecer a sala central, era a maior e com mais coisas. Haviam várias caixas de som e a logo bem grande da BDC na parede.

Entrei na mesma que tocava uma música lenta e chata de fundo e comecei a afastar os bancos e cadeiras.

Depois que fiz isso, peguei o aspirador que estava ao canto e comecei a passa-lo pelo chão. Para minha sorte, ele não era barulhento.

Todavia, outra coisa tirou minha atenção naquele momento. A música chata havia acabado e dado lugar a shake it off da Taylor.

Meu sorriso foi enorme naquele momento.

Como todos já devem imaginar, eu não consegui controlar meu próprio corpo.

Enquanto limpava, meu corpo dançava e eu me deixava levar por cada nota e por cada palavra que eram proferidas pela Taylor.

Quando a música acabou, fiz uma pose ridícula de fim de música e me assustei quando vi uma pessoa olhando pra mim com um sorriso pelo espelho.

Era Josh.

●●●
Continua...

No ritmo do seu coraçãoWhere stories live. Discover now