CAPÍTULO DEZESSETE

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Bryan Ronda


Acordei com uma baita dor de cabeça.

Não sei onde é que estou, nem como vim parar aqui. Só percebi que não estava sozinho quando olhei para o outro lado da cama e vi alguém dormindo.

Quem é?

Não lembro de nada que aconteceu ontem.

Vou ao banheiro do quarto.

— Nathalia… – ela estava parada na porta do banheiro com os braços cruzados.

— Como você está? – Me pergunta chegando perto.

— Estou com uma puta dor de cabeça. O que foi que fiz ontem? Não lembro de nada! – saio após lavar meu rosto.

— Nem um oi meu amor, obrigada por cuidar de mim!? Ok. – Diz dramática.

Revirei meus olhos.

— Não começa, tá bom! Estou de saco cheio de você e seu amiginho querendo mandar em mim.

Ela se aproximou lentamente.

— Por que está me tratando assim? Sabe que eu te amo, não sabe? Faço tudo isso por nós dois. O Eduardo é só um idiota sem importância, no momento certo a gente se livra dele. – diz colocando as mãos em volta do meu pescoço. – agora vem cá, vai.

— O que você está tramando? - Pergunto olhando para sua boca, ela sorri.

Ela vai aprontar.

Conheço muito muito bem a peça.

— No momento certo você saberá! Agora me beija. Estou com saudades. Faz dias que não nos vemos, poxa. – segurei firme sua cintura com uma mão,a outra peguei seu cabelo e selo nossos lábios em um beijo frenético e quente ao mesmo tempo

Pego a mesma em meus braços levando até a cama.

Sou louco por essa mulher. Mas se ela pensa que sou idiota, está muito enganada.

Karol

Era ela.

A mesma mulher que falou comigo naquele lugar onde estava antes.

Droga!

— Acha mesmo que iria deixar você fugir? Admiro muito sua coragem e ousadia! Matou uma pessoa que realmente estava disposta a te ajudar e evitar que isso... – Ela apontou pra minha boca cheia de sangue, tentei limpar rapidamente. – viesse a acontecer.

— Como me encontrou tão rápido? E não ligo a mínima para o que você diz ou faz.  Não me interessa! E isso... – apontei também para minha boca. – uma hora ou outra iria acontecer, já que infelizmente agora sou um monstro que para viver precisa de sangue, se não morre.

Faz dias que não estou tomando nada.

— Menina, não seja tola! Você pode usar seus poderes para o bem. Invés de ficar se lamentando por ter completado a transformação! Isso ia acontecer de um jeito ou de outro, porque você é uma vampira desde que nasceu, não sei como seus "pais" conseguiram com que ela ficasse ai dentro por tanto tempo. – falou olhando pra mim. Depois foi se aproximando.

— Isso de novo? Já disse que não quero ajuda! E não tenho poderes nenhum, mesmo se tivesse não poderia usar porque sua amiguinha Nathalia pegou o meu colar. Pelo que entendi sem ele não posso usá-los para nada. – digo irritada, estou cansada de tudo.

A mulher a minha frente sorriu enquanto chegava mais perto.

Não vou recuar.

Não tenho que ter medo de alguém como ela, com certeza é um deles.

— Nathalia e eu não somos amigas. Você está enganada, seus poderes estão ai. O que tem que fazer e deixar ele sair sem medo como o que diz não sentir de mim. - diz ficando frente a frente comigo.

— Ah! Já chega! - Gritei olhando para cima.

— Se não for da maneira mais fácil, então vamos fazer da difícil, como queira. - não deu tempo de falar, ela me jogou contra as árvores, com tudo.

Que inferno!

— Oh, Inferno! Por que fez isso? Que droga mesmo! – gritei de raiva.

Cuspi a terra que entrou na minha boca, levantando em seguida pegando em seu pescoço e jogando  a mesma no chão.

— Você é forte! - levantou vindo até mim novamente com um sorriso no rosto.

— Isso não foi nada comparado ao que realmente posso fazer.

Corri até a mesma antes que fizesse qualquer coisa a joguei contra as árvores,mas ela não foi de encontro com a mesma e sim usou algum tipo de feitiço pra voar. Depois olhou para mim e abriu a mão direita na minha direção fazendo com que as folhas que estavam no chão se embaralhar no ar e formassem um redemoinho de vento que se transformou em fogo a minha volta, me prendendo.

— O que você é? Que feitiço esse? Para com isso! Me tira daqui! - falei nervosa.

Senti uma dor horrível na cabeça e choramingo alto de novo.

— Para! Não, não, não. Está doendo! - cai de joelhos no chão ainda gritando.

— Adivinhou quem sou. E o que posso fazer com você, querida Aurora? - falou e questionou vindo até mim.

Ela não desceu e manteve o feitiço.

Comecei a tossir por causa do fogo que ficou mais forte.

Inferno! Bem que de fato parecia. Minha vida parecia um completo inferno.

— Não quero saber... isso não é real... não pode ser... Me deixa em paz. – tossi novamente olhando entre as chamas.

— Por que você se nega tanto? Aceita de uma vez a verdade! Já disse que posso ajudar no que precisar aprender, lhe ensinarei tudo o que sei. – diz e vejo sinceridade no seu olhar.

Que outra alternativa tenho?

Ninguém mais quis me ajudar além delae do homem que matei

Nem mesmo o Ruggero ou Valentina.

Não aguento mais negar, sabendo que não vai adiantar nada. Se ela puder mesmo me ajudar vou correr o risco.

A Lone não saberia o que fazer.

Realmente não sei em quem confiar.

Se não aceitar o que ela vai fazer comigo?

— Tá bom! Vou aceitar sua ajuda...mas não tente nada,ou vai se arrepender. Não vou deixar isso acontecer de novo. - Deixei claro e a mesma sorri desfazendo o feitiço, depois descendo.

— Não vai acontecer se você não me provocar também, Princesa. Agora vamos precisamos sair daqui estão vindo atrás de você.- Ela estendeu a mão me ajudando a levantar- Ah! Se não tiver percebido depois do que fiz aqui. Sou uma bruxa.

— Não diga! Acho nunca iria perceber até você contar. - desdenhei irônica. - Mas..

Não deu tempo de falar nada mais. Ela me puxou para o outro lado da cachoeira.

Depois não vi mais nada.

ANTES DO AMANHECEROnde histórias criam vida. Descubra agora