O diabo veste quarterback. - Prólogo

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— Jisung.

Levantei a cabeça rapidamente, o lado esquerdo do meu rosto estava todo grudado, talvez eu tenha dormido e babado, mas aquilo não me importava.

— Chan, eu já organizei tudo. — Resmunguei irritado, eu não queria mais ser amigo desse alfa chato, mesmo que eu não tivesse outro amigo.

— Não estou falando desses papéis, Han. — Soltei todo o ar que tinha, esse pateta – não o da Disney que eu amo – não sossega um segundo? Eu mereço mesmo aguentar isso?

— Está falando do que então, Christopher? — Cruzei as pernas e arrumei a minissaia do uniforme, olhei novamente o relógio enorme na parede e decidi que talvez fosse mais inteligente eu ter ficado no clube do jornal, pelo menos não teria ele no meu pé direto. 

— Você sabe que esse ano eu me formo, não posso continuar no Grêmio e preciso saber quem será o novo presidente, qualquer maluco pode se candidatar. — Revirei os olhos e encostei minha cabeça na mão, se aquilo não me afetasse diretamente, eu ia fingir que Bang estava falando um monte de blá blá blá mudo. 

— Você precisa se acalmar, as inscrições estão abertas, logo aparece um carinha bom, começa a votação e ele ganha. Todo mundo fica bem. — Falei calmo, como um verdadeiro ômega que meus pais criaram, mesmo que às vezes tenha vontade de xingar.

— É. Talvez você tenha razão.

— Sempre tenho, querido. — Rebati rápido, aquilo saiu mais acelerado do que pensei.

— Se tivesse teria aceitado subir no meu cargo, você é a pessoa que eu mais confio, além de ser vice. — O alfa sentou na minha mesa com aquela bunda mixuruca, olhei para os lados cansado de dizer a mesma explicação.

— Sabe que não tenho tempo e nem vontade de ter tanta responsabilidade assim. — Olhei dentro dos olhos do meu amigo, quase vendo a alma dele para tentar, nem que seja em vão, fazer ele entender aquilo.

— E eu que sofro aqui, mas já que você está aí sentado, vai levar aqueles papéis para a quadra dos jogadores, eles precisam assinar. — Por Deus! Só eu que trabalho nesse ninho, Bang Chan é um ordinário desocupado.

— Tomara que a água quente do seu chuveiro fique ruim no inverno. — Amaldiçoei ele e peguei os papéis de qualquer jeito, mas ainda com uma postura séria e culta. 

— Também gosto da sua empolgação. — Bufei tanto que o ar quente levantou até meus fios loiros que estavam na testa. 

Assim que sai da sala do Grêmio, fui calmamente pelos corredores murmurando maldições para Christopher, mas não que eu realmente odiasse ele, por Santa Madalena, eu gostava do Chan e ele era meu único amigo ali e eu guardava uma paixonite, não que eu fosse um tipo de 'loser' igual os filmes americanos, eu apenas tinha fama de carrancudo e ômega tradicional perfeito para casar. 

Quando cheguei na quadra, quase quis morrer, várias e vários líderes de torcida estavam mendigando atenção para os jogadores, eu não odiava elas por isso, na verdade sentia pena porque aqueles seres humanos com um pinto menor que não-faço-ideia-do-que, humilhavam elas e falavam coisas absurdas profanando os ômegas, e eu sou totalmente contra porque eu já lidava com aquelas coisas dentro de casa, sempre escutando que eu não devo ser um ômega perdido.

— Alfas. — Falei aquilo normalmente, mas por ter ficado de boca fechada depois de surtar internamente, minha voz saiu rouca e sensual demais. 

— Fala aí, Han. — Pela primeira vez no dia, sorri simpático escutando Amber, a alfa do time feminino, e sendo sincero, eu preferia mais as meninas alfas que os garotos.

Bola pro mato - HYUNSUNGOnde histórias criam vida. Descubra agora