SEIS

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Não deixe de me presentear com sua estrelinha e um comentário nos capítulos. São MUITO importantes!!!

SE esse capítulo tiver ao menos 50 comentários PERTINENTES A ELE, amanhã (quinta) posto mais um capítulo. Do contrário, nos vemos na sexta-feira.

beijos purpurinados,

Kami <3
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Victória visitou-me no dia seguinte dizendo que somente queria examinar minha perna. Ainda estava incomodada, mas nada que me impedisse de continuar com o serviço para o qual fui contratada. E mesmo contra sua indicação, na manhã seguinte já estava de volta nas minhas funções.
Sempre fui determinada e não seria uma queimadura boba que me impediria de trabalhar correndo o risco de perder meu emprego.
Entrando na cozinha, após levar Léo até a van para a escola, era notório que alguém havia tentado não só cozinhar, como também limpá-la falhamente. Toda a louça que fora lavada parecia nem ter visto água. E pensar na possibilidade do arrogante Victor Hugo com uma bucha em mãos me fez rir sozinha. Coloco tudo de volta na cuba da pia e começo a lavar tudo antes de começar a preparar o café da manhã.
~*~
- O que faz aqui? - meu patrão ecoa irritada pela cozinha e, assustada, derrubo um copo quebrando-o no chão. - Porra, você não sabe não tentar se machucar, mulher?
- Se o senhor não tivesse me assustado, eu não teria quebrado o copo. - reclamo e um rápido vislumbre de sorriso passa pelos seus lábios. - Me desculpa, mas o senhor me assustou.
- Não se mexa. - ordena. - Vou te ajudar...
- Eu sei lidar com cacos de vidro, senhor Victor Hugo. - resmungo movimentando devagar para sair da bagunça que se instaurou na cozinha.
- Tenho a plena certeza de que você gosta de me irritar e que está querendo uma indenização por acidente de trabalho.
- É o que? - grito indignada ao mesmo tempo que a água no chão me faz escorregar quase me fazendo cair com as mãos nos cacos de vidro, sendo impedida apenas por meu patrão que me ajuda imediatamente. - O senhor... - enquanto segura meus braços, noto que estamos próximos demais para um patrão e uma empregada. - Eu não... - seu rosto se aproxima mais do meu como se fosse me beijar e faço com que me solte.
Ofegante, apoio-me no balcão enquanto ele passa a mão pelo rosto irritado.
- Isso é um absurdo. Eu não estou procurando uma... - respiro fundo. - uma indenização ridícula. Nunca tive medo de trabalho e não permito que me ofenda dessa forma.
- Eu...
- Não me importa o que o senhor acha. - minha voz começa a subir gradativamente. - Eu nunca o ofendi e sempre o tratei com respeito.
- Exceto quando me conheceu e segurou o meu pau, certo? - ele é irônico e está claramente tentando me tirar do sério. E, para piorar, ele está conseguindo.
- Eu não... eu... eu já pedi desculpas, não foi a minha intenção sequer tocar no senhor. Por um segundo que fosse. - aponto-lhe um dedo no rosto. - Além do mais, se eu quisesse viver encostada, eu já estaria realizando os tramites necessários. O senhor pode me lembrar o quanto quiser de que eu sou apenas uma empregada, - ele me observa atentamente - porque não tenho a mínima vergonha, trabalho honestamente. Mas não permito que me trate como uma folgada que só está procurando um motivo para parar de trabalhar.
- Helena...
- E quer saber? Eu não vou limpar essa bagunça - tiro o pano de prato do meu ombro. - que o senhor fez.
- Eu?
- Sim, o senhor. Se quiser me demitir, vai em frente, mas não vou ficar aqui escutando o senhor falar merda sobre o meu caráter e menos ainda limparei isso. Oficialmente estou de atestado. - tiro o avental e coloco em cima da bancada. - O senhor que limpe a própria bagunça. Até segunda. - passo por ele tremendo de raiva.
Logo que chego na minha casa, cogito voltar imediatamente para pedir desculpas e implorar que ele não me mande para o olho da rua, mas antes mesmo que eu vença o meu orgulho e chegue à porta, escuto algumas batidas. Confiro rapidamente se não há nada que entregue a mim e Leo e, após guardar rapidamente seu dinossauro de pelúcia, abro a porta encontrando um Victor Hugo desconfortável.
- Oi, Helena. - começa logo que me vê. - Eu sou um pouco idiota às vezes.
- Um pouco. - para, Helena, não tripudia.
- Você pode me ajudar? Estou tentando me desculpar.
- Ainda não ouvi o pedido de desculpas, senhor. - cruzo meus braço me divertindo um pouco com a situação, admito.
- Não é algo que tenho o hábito de fazer. - admite. - Mas eu sei que estou errado. Você não quebrou o copo de propósito.
- Ainda não ouvi o senhor me pedindo desculpas, só está falando o óbvio. - falo e ele sorri.
- Você é atrevida! - seu sorriso aumenta.
- O senhor não ia me pedir desculpas?
- Certo. - ele parece não conseguir parar de sorrir. - Me desculpe por ter me exaltado, Helena. Mas você...
- Não tem "mas" em um pedido de desculpas, senhor Victor Hugo.
- Existem regras para pedido de desculpas?
- Se não existem, deveria existir. - dou de ombros. - De qualquer forma, vou ignorar o "mas" e deixar para lá. Se tratando do senhor, isso já é uma grande vitória.
- Você pode voltar, por favor?
- Não vou catar os cacos de vidro. Se é por isso que o senhor está aqui, pode ir tirando o seu cavalinho da chuva.
Meu Deus, cala a minha boca e me faz parar de desafiar o meu patrão. Eu preciso deste emprego.
- Eu mesmo farei isso. Mas como pôde notar, sou um desastre na cozinha. Até tentei me virar sem você, mas não deu muito certo. - coça a cabeça um pouco sem jeito. - Poderia fazer aquele café, por favor?
- Com uma condição.
- Você é paga para isso, Helena. - resmunga rindo.
- É, mas eu estou de atestado. - retruco.
- Tá, qual a condição?
- Que eu possa assistir minha novela a tarde. O mocinho acaba de ser preso porque acham que ele sequestrou a mocinha, mas, na verdade...
- Tá, Helena, não precisa me contar a história toda. Você pode assistir o raio da novela.
- Obrigada, senhor Victor Hugo! - quase dou um pulo de alegria. - Eu prometo que o volume vai ficar baixinho.
- Ah, mas eu tenho certeza. - ele até tenta disfarçar o sorriso com uma carranca, mas parece uma criança quando termina: - Você também me faz um bolo, Helena?
~*~
Logo após o café da manhã, Victor Hugo avisou que só voltaria a noite e, estranhamente, agradeceu cada coisa que fiz por ele, além de pedir-me desculpa mais uma vez pelo copo.
No fim do dia quando Leo chegou em casa, já estava tudo pronto e só o que me restava era mimar meu bebê com o pedaço de bolo que eu havia guardado para ele depois que meu patrão simplesmente devorou um bolo de chocolate inteiro praticamente sozinho e tentou me obrigar a comer um pedaço.

Meu Viúvo - (COMPLETO)Where stories live. Discover now