TRINTA E QUATRO

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Fiquem em paz, a Helena não decepcionará, apesar de parecer 🤭
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Luciano conseguiu me assustar, mas não conseguiu me fazer ter medo dele. A única coisa que me impediu de seguir com meu plano de contar a verdade a Vic, foi vê-la na cama abatida, mesmo que tenha tentado se animar ao me ver.
Com algumas olheiras e com o cabelo desgrenhado, a encontrei com a TV ligada em Crepúsculo, o filme adolescente de vampiros que eu sabia que minha amiga amava.
Conversamos por um bom tempo e ela me contou que precisaria ficar em repouso pelo resto da sua gravidez, pois teve um descolamento de placenta, correndo o risco de perder o seu bebê.
— Ele até cancelou a viagem dessa semana. — afirma comendo um bolo de chocolate direto da forma. — Disse que minha saúde e do bebê é mais importante que o trabalho.
— E realmente é!
— Eu sei, mas é bom ouvi-lo dizer. — dá de ombros parando de comer. — Sabe, Helena, eu estava pensando seriamente em pedir o divórcio, não me sentia mais feliz ao lado do Lu, mas o bebê mudou tudo.
— Não foi planejado? — ela nega.
— Claro que eu queria ser mãe. — volta a comer a sobremesa. — É só que... Que bom que engravidei, Helena. Ou talvez teria perdido esse homem maravilhoso que me faz tão feliz. Tudo bem que é um saco ficar na cama, estou acostumada a fazer tudo o tempo todo, mas... O meu bebê é a minha prioridade nesse momento.
— Vic, eu preciso te contar uma coisa... — começo a falar, mas sou interrompida por Luciano que entra no quarto.
— Amor, não quero ser grosseiro, mas você precisa descansar. Helena, você pode ir, por favor?
— Eu...
— Desculpa. — minha amiga sussurra. — Mas eu realmente estou cansada. É importante o que você precisa me contar?
— Não, tudo bem, conversamos em outro momento. Você e o bebê precisam descansar. — aperto a sua mão carinhosamente. — Fica bem e me liga se precisar de algo, tá? — ela confirma com a cabeça.
— Dá um beijo no Léo por mim. Estou morrendo de saudades. E não conta para o Hugo que eu estou de cama. — aponta um dedo para mim. — Ninguém pode ficar doente que ele fica meio obcecado e não sai de perto até que a pessoa fique bem.
— Tudo bem. Melhoras, amiga. — dou um abraço nela.
— Acompanha ela até a porta, amor? — Vic pede e Luciano faz.
— Tão logo a Vic melhorar, você vai contar para ela a verdade, porque, se não o fizer, eu farei. — afirmo logo que chegamos à porta da frente.
— Não precisa me dar um ultimato, Helena. — resmunga. — Eu já ia fazer isso, mas ela teve esse problema e...
— Não me interessa se você ia ou não, Luciano. Logo que a Vic estiver bem, você vai contar tudo para ela ou eu mesma contarei. — viro as costas indo embora.
~*~
Liguei para Carina logo que saí da casa da Vic. Precisava conversar com alguém e, infelizmente, não podia ser com Hugo. Ele provavelmente ia fazer algo que faria a irmã passar por algo que pudesse prejudicar o bebê.
Passando antes na escola para buscar Léo, acabei sendo chamada por Gardênia a diretora:
— Imagino que você saiba por que pedi para você vir até a minha sala, Helena. Eu ia mandar um recado pela agenda, mas já que está aqui, podemos conversar, certo? — aponta-me uma cadeira na frente próxima a mesa.
— Provavelmente pela sua irresponsabilidade de entregar meu filho nas mãos de um estranho qualquer que venha buscá-lo dizendo ser mandado por mim. — sento-me e ela me encara irritada.
— Eu sinto muito pelo que aconteceu, Helena. Gostaria que nos desculpasse. — seu rosto mostra que suas palavras saem a contra gosto. — A escola está tomando medidas para que isso não volte a acontecer.
— Como simplesmente não entregar uma criança nas mãos de qualquer pessoa que diga que a conhece? — ela começa a ficar vermelha, mas tenta manter a postura. — Dessa vez foi a minha sogra, mas e se um homem qualquer aparecesse dizendo ser o pai? A senhora simplesmente entregaria meu filho e ignoraria o fato de meu marido estar morto?
— Ora, Helena, eu já me desculpei — levanta-se e começa a alinhar sem necessidade os quadros com seus diplomas. — Podemos continuar a falar sobre isso ou podemos falar sobre o que o Leonardo...?
— Léo fez algo de errado?
— Na verdade, Helena — volta a se sentar com um sorriso presunçoso e começa a digitar freneticamente olhando para a tela do computado antes de finalmente virá-la para que eu também possa ver. — As notas do Leonardo estão péssimas. E, se continuar assim, ele perderá a bolsa.
— O que? Como assim? Sempre fazemos juntos os deveres e ele não aparenta ter dificuldade.
— Somos uma escola de alto nível. Nossos alunos são premiados e não podemos ter alguém do... nível do Leonardo caso ele não melhore. Suas provas estão, para não dizer algo pior, vergonhosas. Suas notas são vergonhosas.
— Mas...
— A recomendação é que você contrate um bom tutor para ele. — me entrega uma folha com alguns nomes e telefones impressos. — Esses são professores particulares que prestam serviço aos nossos alunos há anos. Seria excelente que o aluno Leonardo tivesse aula com qualquer um desses profissionais. — avisa.
— Eu garanto, professora, que o Léo vai melhorar as notas imediatamente. E eu peço desculpas por essa situação. — guardo a folha com todo o cuidado na bolsa. — Não estou justificando, óbvio, mas a senhora sabe como as crianças são fáceis de se distraírem com coisas mais divertidas que com o dever de matemática.
— Aqui não. Qualquer outro aluno na situação do Leonardo já teria sido convidado a deixar a escola, mas ele é um... caso especial. — avisa com uma caneta entre os dedos conseguindo me irritar. — Hugo é um homem muito... Ele tem o Leonardo em grande estima, mas isso não significa que ele terá tratamento especial sempre.
— Entendi. Muito obrigada, professora Gardênia. — tento sair rapidamente da sala. — Prometo que resolverei isso.
— Hugo também é um ótimo professor. — diz de maneira maliciosa e totalmente antiprofissional. — Mas tenho certeza que, a essa altura, você já sabe.
— Eu não entendi a sua suposição, professora, mas irei ignorar por respeito ao meu filho e ao local onde ele estuda. — viro as costas.
— Pergunte a ele...
— A quem? — me volto a ela.
—  Ao meu Hugo, claro. Me ensinou muita coisa. Talvez ele ainda possa me ensinar mais algumas coisas...
— Bom descanso, professora Gardênia. — saio finalmente da sala irritada, principalmente porque sei que esse era o objetivo dela.
Mesmo querendo voltar e xingá-la, prestes a explodir, apenas encontro Léo e o levo comigo para a casa de Carina.
Rapidamente Léo fica entretido com a namorada da minha amiga que se compromete a ensiná-lo a fazer bolhas de sabão enquanto ajudo Carina a fazer o jantar contando a ela tudo o que aconteceu em relação a Luciano e Vic.
— Eu sei que eu deveria contar a ela, mas... se acontecer qualquer coisa com o bebê, eu nunca vou me perdoar, Carina. — aviso me encostando na pia. — A Vic está claramente frágil neste momento. Eu nunca a vi faltar no trabalho nesses poucos meses que nos conhecemos, agora está de cama correndo o risco de perder o filho.
— Só posso imaginar como você está se sentindo. — Carina coloca o frango no forno. — Mas você não pode deixar que ela seja enganada. Afinal, por que ele se separou da ex?
— Sabe que eu não sei, Ca...
— Talvez você possa descobrir antes de conversar com a Victória. Pode ser que isso ajude você a se decidir. — diz carinhosamente. — Sabe que eu estou com você.
— Eu sei. Queria contar ao Hugo, pelo menos, mas eu tenho certeza de que ele vai direto na irmã e se eu jamais me perdoaria se acontecesse algo com a Vic ou com o bebê, ele menos ainda...
— Acho que o que resta a fazer é descobrir o que aconteceu com a tal Samara e o tal Luciano. Descobrindo, você vai saber o que fazer.
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Fiquem calmos e me contem o que acharam do capítulo! ❤️

Meu Viúvo - (COMPLETO)Where stories live. Discover now