Capítulo 3 - Akuma

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Eu e Adrien nos afastamos por impulso da janela e nos encaramos. Ele parecia tão preocupado quanto eu.

Mas eu tinha certeza de que a preocupação dele não era a de inventar uma desculpa para sair dali, correr até a casa do Mestre Fu, buscar um kwami e se transformar.

O que eu falaria para ele? "Eu preciso sair daqui no meio de um ataque de akuma?" Com certeza, ele pediria para que eu ficasse lá até que o vilão fosse derrotado, era mais seguro. Mas é claro que ele não sabia que, para o vilão ser derrotado, eu precisava sair dali. O que eu ia fazer?

Vimos o akumatizado se aproximar da casa e parecia que ele tinha nos visto. Instintivamente, nos abaixamos antes que um raio fosse atirado.

— Precisamos sair daqui! — Ele gritou e corremos até a porta.

Espera, ele queria sair da casa? Para justamente onde o akumatizado estava? Adrien Agreste, você acabou de me salvar. E de salvar Paris! Agora eu poderia dar um jeito de "me perder" do Adrien e ir atrás da Tikki!

Espera, por que ele queria sair? A casa dele era o local mais seguro para se ficar durante um ataque de akuma. Tinha até um sistema de segurança bizarro!

Ignorei essa dúvida quando corri ao lado dele até a porta da casa, mas, assim que abrimos, o vilão nos viu e atirou um raio. Adrien fechou a porta bem a tempo e escutamos o raio atingi-la do lado de fora da casa.

— Vamos para um lugar mais seguro. — Ele falou ao meu lado, e corremos até as escadas.

Mais um raio foi atirado, dessa vez através da janela da sala.

Eu precisava sair dali e me transformar imediatamente!

— E-eu acabei de lembrar que tinha prometido entregar uns figurinos hoje, preciso ir. — Disse a primeira coisa que me veio à mente.

— Agora? — Ele gritou, antes de se abaixar, desviando de mais um raio atirado pela janela. — Fique aqui, é mais seguro.

Aí, eu não disse que ele falaria isso? Na verdade, ele estava certo, ficar ali era o melhor a se fazer. A não ser que você fosse uma super-heroína que precisava se transformar, mas estava sem sua kwami.

Continuamos subindo as escadas depressa, chegando ao corredor do segundo andar.

— Adrien Agreste, você não fugirá da verdade, ninguém fugirá. — O akumatizado gritou, em pé sobre uma espécie de skate flutuante, e Adrien parecia completamente confuso.

— Conhece ele? — Perguntei, embora a expressão dele já dissesse a resposta.

— Não! — Ele falou e desviamos de mais um raio, atirado através de uma das janelas do corredor.

Consegui ver que o akumatizado estava em um telhado ali perto, mas que pelo visto planejava se aproximar da casa para atingir Adrien e, bom, a mim também.

Eu e ele nos abaixamos para desviar de mais um ataque.

— Tem algum plano? — Eu falei enquanto corríamos pelas escadas novamente, voltando ao primeiro andar para fugir dos raios que o vilão atirava pela janela.

— É... esperar a Ladybug e o Chat Noir?

— É um bom plano. — Nos escondemos na cozinha e parecia que tínhamos despistado o vilão.

Caramba, como eu ia sair dali para me transformar? Ou melhor, como eu ia avisar para a Tikki que eu estava na casa do Adrien?

Olhei para minha bolsa, onde ela costumava ficar, e percebi que meu celular estava ali.

Verdades Aprisionadas - Parte IWhere stories live. Discover now