CAPÍTULO CINCO

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— Peço desculpas mais uma vez, Claire. Eu estava muito preocupada. Trisha estava com ele fazendo uns exames de rotina e me pediu para cuidar dele quando alguns dos nossos chegaram na emergência. Forest estava lá comigo e de repente ele tinha sumido justo quando o pessoal da limpeza resolveu limpar tudo com desinfetante e eu não pude seguir o cheiro dele. Todos os Espécies que estavam por perto começaram a procurá-lo.

Breeze se desculpou mais uma vez enquanto guiava o carrinho de golfe para a habitação humana.

— Está tudo bem Breeze, eu entendo. Sei que vocês fariam de tudo para proteger Forest, ele é o futuro de vocês. Vocês devem ter ficado malucos só em imaginar se algum humano mal intencionado tivesse colocado as mãos nele.

— Eu nem quero pensar nisso, Claire. Nossas crianças são tudo para nós. — a emoção era nítida na voz de Breeze.

— Nossas? Têm mais? — Claire se surpreendeu e viu na expressão de Breeze que ela havia falado demais.

— Sim... Você tem que prometer que não vai, em hipótese alguma, contar isso para alguém. Você deve imaginar o perigo que Forest corre se os humanos que nos odeiam descobrir a existência dele.

Claire entendeu. Os humanos pensam que algum dia os Novas Espécies vão deixar de existir já que acreditam que eles não podem se reproduzir. Se soubessem que isso não é verdade, não iriam lidar com isso de maneira calma.

— Pode confiar, eu nunca vou contar. Até porque não tenho ninguém lá fora, para quem eu contaria? — ela sorriu amarga.

— E sua família? — Breeze parou o carrinho na frente de um chalé com a aparência rústica e acolhedora.

— Eu não tenho família. Minha mãe morreu no parto, fui criada pelo meu pai. Ele faleceu na semana passada.

— Sinto muito, Claire. Nunca tive pais, mas acho que dói muito perder alguém assim.

— Dói muito. — Claire não quis dar detalhes, doía demais. Ela então resolveu mudar de assunto. — Jura que isso tudo é só para mim?

Ela olhou em volta quando as duas passaram pela porta do chalé. A sala tinha um sofá enorme com o estofado escuro, uma televisão ficava de frente e entre eles uma mesinha de vidro enfeitada com um vaso de flores.

— Claro que sim, gostamos de deixar nossos hóspedes bem acomodados. E algo me diz que você vai ficar aqui por bastante tempo.

Claire já tinha comentado com Breeze que esperava ser contratada no refeitório de Homeland e ela disse que realmente estavam precisando de mais funcionários nessa área, já que o último chefe havia tentado envenenar a comida dos Novas Espécies. Ele só esqueceu do olfato apurado que eles têm. Ele foi preso por isso e eles ainda estão investigando as possíveis conexões para que isso não volte acontecer.

— Ah Breeze, espero que esteja certa. Preciso muito desse emprego. Oh. Meu. Deus! Essa cozinha é perfeita. — Claire quase gritou de euforia.

Ela ouviu a risada de Breeze que a seguiu para o cômodo mais importante da casa. A ilha enorme dividia o espaço entre a sala de jantar e a cozinha. Um fogão de última geração chamou sua atenção e ela se lembrou de quantas vezes fez um orçamento com o seu pai para comprar um daqueles, mas acabaram se concentrando no fogão industrial que o restaurante precisava. Os eletrodomésticos novinhos fizeram seus olhos brilharem e ela correu para abrir a geladeira que estava repleta de todo tipo alimentos.

— O paraíso existe! — ela se sentiu realmente feliz pela primeira vez nas últimas semanas.

— Por que você está tão feliz vendo a geladeira? — o divertimento e confusão se manifestaram nas palavras de Breeze.

JERICHO - Novas Espécies (revisando)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora