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- Eu tô me perguntando quanto sorvete cabe nessa sua barriga e como caralho você continua magrinha comendo desse tanto. - Falo perplexa quando vejo Catra voltar do balcão com outra tigela de sorvete de chocolate. Desde aquele dia na cachoeira ela foi deixando post-it nas minhas coisas com avisos do tipo " que calor Adora, que tal um sorvete?" Ou " morangos são os melhores você não acha?".

E aqui estamos uma semana depois, ela gastando meu dinheiro como se fosse água e eu deixando ela fazer isso, eu sou uma mulher de palavra. E mesmo sendo um dia quente e o sol torrando lá fora, ela não deixa de ser bonita usando uma blusa vermelha com um decote em formato de "V" e uma calça jeans preta justa com seus sapatos de sempre.

Ela está com um biscoito em formato de canudo na boca e tem um olhar perverso em cima de mim que eu faço questão de não quebrar.

- Mesmo com a nossa "trégua" - Falo fazendo aspas com meus dedos na palavra trégua.- Você continua engraçadinha como sempre.

- Claro eu te disse naquele dia na cachoeira, é o meu charme.- Volto a bebericar meu milkshake e de repente Catra desliza do seu lugar a minha frente e passa a sentar ao meu lado no  banco estofado.

Seu braço direito rodeia meu pescoço e eu sinto meu corpo inteiro ficar duro e travar no mesmo lugar. Olho para seus lábios e para seus olhos sem saber o que fazer e ela desviar sua atenção para uma garota que está do meu lado que eu não faço ideia de quando ela chegou.

- Oi... Então a minha amiga quer saber se você fica com meninas e se você é solteira. - Me perco por alguns segundos e quando eu iria responder a voz de Catra se torna presente em meus ouvidos.

- Desculpe, mas ela é comprometida. - Tento negar essa afirmação mas sinto Catra por a mão em minha coxa e se eu estava parada antes, agora eu faço parte do banco e da mesa. A menina alta de mechas loiras que veio falar com nós ficou envergonhada e se desculpou.

Quando a garota foi para longe e sentou em seu lugar Catra soltou meu pescoço e voltou a comer seu sorvete como se nada tivesse acontecido. Pego a tigela e tiro de perto dela, que fez uma cara feia e tentou tomar de volta mas eu coloquei a palma da minha mão em sua testa para manter distância.

- Porque você fez isso hein gatinha? - Pergunto curiosa e as presas de Catra apareceram e eu posso jura que suas pupilas ficaram menores.

- Aarrrg me solta e me devolve. Você não iria sair com ela mesmo. - Ela diz nervosa e passa a língua molhada pelo meu braço me fazendo largar a tigela e ela conseguir de volta. Limpo sua saliva do meu ante braço e observo ela comer.

- Como você sabe que eu não iria sair com ela? - Pergunto tentando fazer ela falar. O dia tá ficando cada vez mais interessante principalmente quando vejo seu rosto corar levemente e a sua irritação ficar mais nítida.

- Oras você tá aqui comigo então pra que iria sair com ela? Eu sou bem mais divertida, legal, bonita e outras diversas coisas. - Olho para Catra com as sombrancelhas arqueadas e aproximo meu roso do seu. A garota de cachos castanhos evita meu olhar, mas continua com sua pose de durona.

- Mas eu queria beijar ela, aposto que ela beija bem.  - Provoco-a. Catra faz uma cara esquisita e começa a me xingar baixinho enquanto seu sorvete vai derretendo na sua tigela.

- Eu beijo melhor que ela. Não tem como negar isso. 

- Nunca te beijei então não posso confirmar se isso é verdade ou não.  - Catra faz uma cara de nojo e finalmente seus olhos coloridos se encontram nos meus.

- Você pode anotar que eu beijo bem sim, mas nunca na minha vida eu vou encostar a minha boca na sua. Só de pensar eu fico enjoada. - Meu celular vibra em cima da mesa e quando eu vou pegá-lo, a garota de cabelos curtos pega primeiro. - Aquela chata do cabelo roxo tá te chamando. Vocês namoram ou algo do tipo? 

Pego meu celular rapidamente e desligo a tela fazendo a notificação de Glimmer sumir em meio ao breu. Não havia contado para ninguém que iria me encontrar com Catra, então por enquanto eu vou fingir que nada existe além da garota em minha frente.

- Pra alguém que disse que nunca vai me beijar, você tá querendo saber demais da minha vida amorosa. - Catra fica sem saber o que falar e empurra meu braço. Ela ficou envergonhada. 

- Cala a boca tá, e o meu sorvete acabou. - Ela se levanta e põe a tigela no balcão e eu me levanto para pagar. Quando saimos para a rua o sol estava começando a se pôr e junto dele uma brisa gelada começava a percorrer as ruas. Percebo Catra juntar seus braços em volta do seu corpo, e por instinto eu tiro a minha jaqueta e entrego para ela que me olha curiosa e não aceita de primeira. - Não precisa.

- Eu insisto, afinal ainda tem a última parte da aposta né. - Catra parece que não se lembra da última parte.

- Eu vou te provar que o meu quarto não tem cheiro de vestiário masculino, Catra. - Ela solta uma risada forçada e põe as palmas das mãos em meus ombros. Ficando na ponta dos pés para conseguir ficar minimamente maior que eu.

- Se você precisa me provar tanto assim, quer dizer que você sabe que ele fede. - Catra diz sorrindo e eu me seguro para não arrancar o sorriso dela com as minhas próprias mãos.

- Você é uma idiota.

Gimme Love ( Catradora)Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang