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Para o capítulo de hoje eu sugiro vocês escutarem Leaving My Love Behind do Lewis Capaldi até o capítulo acabar. Espero que tenham uma boa leitura.

- Finalmente! Achei que você nunca chegaria. Vem, mudei um pouco meu quarto desde a última vez que você esteve aqui.- Catra diz me puxando pelas mãos de uma maneira forte até o segundo andar e tive um vislumbre de seus dois tios saindo de um cômodo e comentando que teriam que sair. Que ótimo, vamos ficar sozinhas talvez assim as coisas não serão tão ruins. 

Assim que Catra abre a porta do quarto, vejo que ele tem prateleiras e vários livros em cima delas e até alguns box, junto de alguns quadros na parede de seus filmes preferidos. Seu perfume fica mil vezes mais forte aqui e meu estômago se embrulha, desde noite passada não consigo pensar em nada além dela. Catra fecha a porta atrás de nós e põe suas mãos em meu rosto e me olha curiosa.

- Você está calada demais, o que aconteceu?- Não tem como eu esconder nada dela, ela é uma pessoa que percebe as coisas facilmente então mentir seria mais inútil ainda. Respiro fundo e aproveito o toque de suas mãos na minha bochecha.

- Eu acho,- Começo com a minha voz embargada e seus olhos brilharam olhando nos meus.- Que preciso te contar algo sério. Sobre mim. 

Catra engoliu em seco e me levou devagar até sua cama e se sentou nela. Me sento ao seu lado e não consigo olhar em seus olhos, e tento fazer minha voz sair. A mão dela envolve a minha e sinto meus olhos marejarem, não posso fazer isso com ela...

- Não gosta mais de mim? 

Catra point of view

Eu sabia que um dia isso iria acontecer, ela se cansaria e iria embora como a grande parte das pessoas fazem. Ela estava estranha desde noite passada quando fui embora e desde então não fala comigo do mesmo jeito. O sol lá forá está indo embora, dando lugar a uma noite fria no meio de novembro. Ela não consegue me olhar nos olhos e dói saber que suas orbes azuis não estão na minha direção. 

- Nunca pense isso! - Ela diz de repente quando minhas palavras escapam da minha boca. Finalmente consigo ver seus olhos azuis, agora avermelhados pelo choro. Sinto que algo horrível está prestes a acontecer. Adora passa as mãos pelo cabelo, em sinal de desespero e não consigo reagir a nada disso. Ela me deixar. - Por Deus eu nunca vou deixar de gostar de você. É que... Eu vou precisar ir embora.

Ela parecia mais desesperada que eu, aos poucos seu rosto se tornava mais vermelho e molhado. Meus peito arde como se existisse brasas dentro dele, queimando meus orgãos até me derreter por completo. 

- Como assim? - Nada está fazendo sentido. Estávamos bem até ontem, o que aconteceu?

- Meus pais tinham uma empresa idiota e quando morreram deixaram ela para mim quando eu tiver 18. Preciso sair do país para estudar e poder assumi-la. - Parece um pesadelo quando ela diz isso em voz alta. Nunca tive dúvidas de que ela não tinha problemas com dinheiro, mas isso?

Me levanto e me sinto bêbada por alguns momentos. Mas porquê justo agora? Eu nunca tive nada na minha vida que fazia eu me sentir viva igual ela faz e agora ela simplesmente vai embora assim?

- V-você vai quando?- Pergunto sentindo meu coração quere sair pela boca, não consigo olhar para ela e imaginar que talvez em pouco tempo terei de dizer adeus.

- Essa é a parte mais importante... Senta aqui, por favor?- Ela pede entrelaçando nossos dedos e vejo um sorriso fraco em seu rosto. Me sento de frente ao seu corpo e nossas duas mãos estão juntas e seu polegar faz um carinho. - Eu posso ficar aqui por mais um ano e terminar o ensino médio, ou posso ir quando as aulas terminarem e assim o tempo que eu vou estudar ficará menor. 

- E o que você decidiu?- Pergunto aflita fitando seus olhos. Por favor que não seja a última opção...

- Quero ir assim que as aulas terminarem.- As coisas estão se tornando piores a cada segundo que passa.

Sinto meu peito doer e lágrimas pesadas descem pelas minhas bochechas. Adora também tem elas em sua face, mas a garota me puxa para um abraço forte e eu entrelaço meus braços em seu pescoço tentando sentir seu calor o máximo que posso. Desabei em seu ombro igual uma represa se partindo ao meio e levando todas as coisas pela frente. Enrosco minhas mãos em seu cabelo macio e tento sentir todas as partes dele.

- Por favor... Não me deixa.- Peço baixinho em seu ouvido e a sinto abraçar minha cintura mais forte e uma fungada pesada.

- Eu não quero fazer isso, por favor me entender quero acabar isso o mais rápido que posso para poder ver você o quanto antes.- Separo nossos corpos e limpo minhas lágrimas e as suas. 

- Eu estou aqui e agora! Não precisa se despedir de mim. - Adora pousa sua cabeça em meu ombro e volta a chorar.

- Eu planejei tudo! Iríamos ao baile juntas... e eu iria te dar algo. - Minha curiosidade se aflora com essa revelação mas no momento não quero saber de mais nada além dessa garota na minha frente. Somos adolescentes e imaturas, não seria fácil e sabíamos disso. 

- Ainda temos um mês não temos? Você poderá me levar ao baile e me dar o que quer que seja. Só vamos fazer esse mês valer a pena, ok? Olha pra mim amor... - Ponho suas bochechas contra as minhas mãos e seus lábios formam um biquinho. Junto minha boca na sua em um beijo sem malicia, apenas todo meu sentimento por essa garota loira de olhos azuis.

- Eu estou deixando seu amor para trás...

- Não está! Não diz besteira, você terá ele desde que pense em mim, não importa se você estiver no Japão ou França. - Junto nossos lábios novamente e suspiro fundo. Temos tão pouco tempo...

- Vou valer a pena o tempo que você me esperar ok? E eu vou sempre que puder te visitar e passar uns dias aqui se estiver tudo bem...

- Claro que está tudo bem, eu não me importo. - Seu rosto ainda tinha expressão triste mas agora parecia mais tranquila. - Vamos aproveitar o tempo que temos e quem sabe... não sei dar uns amassos pra animar as coisas?

- Animar de quê jeito Catra? - Adora me pergunta rindo e em seguida limpa o rosto. Empurro seus ombros e a faço deitar as costas na minha cama. Fico entre suas pernas e ponho minhas mãos de apoio em cada lado do seu corpo e recebo as mãos quentes de Adora levantando minha blusa o suficiente para minha barriga ficar amostra.

- Não sei, as coisas ficaram para baixo com a sua notícia, então pensei em dar uma animada sabe...- Digo me aproximando do seu pescoço e começo a beijá-lo de um jeito um pouco agressivo.

- Sei... Você vai deixar uma marca assim. 

- Foi o que você fez da última vez, agora é a minha vingança. 

- Certo... Ah!- Adora deixa escapar um gemido baixo e meu coração errou uma batida. 

- Eu vou trancar a porta... 


Gimme Love ( Catradora)Where stories live. Discover now