Capítulo 2

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— Taemin, pensei muito a respeito disto que quero lhe dizer. — Jimin manteve a voz baixa para tentar manter a conversa entre ambos em privacidade, oculta do restante dos clientes que jantavam no restaurante. Após sua conversa com Tae na praia naquela tarde, havia se dado conta de que teria que lidar com o assunto antes que começasse a trabalhar na semana seguinte.

— Valorizo a nossa amizade. É muito importante para mim. Mas acho que não devemos arriscá-la tentando transformá-la em algo mais.

Depois de proferir palavras tão constrangedoras, ele conteve a respiração e aguardou a resposta de Taemin. Os sons ao redor pareceram subitamente amplificados: garfos batendo em pratos, os passos dos garçons no piso cerâmico e até o ruído das tortillas ainda quentes sendo colocadas no molho.

Sem que o sorriso se apagasse do rosto bonito, Taemin passou o guardanapo pelos lábios e, então, sorveu um gole de água. Estava ganhando tempo para lidar com a própria reação, percebeu Jimin pesaroso.

— Sei que vamos ficar bem. O nervosismo é natural antes de se dar um grande passo num relacionamento. Não deixe que isso preocupe você.

Não. A expectativa era natural. A excitação também. E, com certeza, o nervosismo, caso estivessem em circunstâncias do tipo "Ele vai gostar de me ver nu?" e "Ele estará disposto a posições criativas?". Mas aquela inquietação, a vontade de correr, a voz ao fundo de sua mente gritando "não"? Nada disso era normal. O que precisava dizer para deixar seus sentimentos claros? Não queria magoá-lo. De qualquer modo, precisava esclarecer a situação. Após a sua reação de manhã ao "moreno sexy da praia", como ainda se referia em seus pensamentos ao pedaço de mau caminho chamado Jungkook, não haveria meio de aceitar um relacionamento sem sexo. A química, o desejo, a paixão eram fatores fundamentais. Tivera de se conter para não perseguir o homem pela praia, atirar-se aos pés dele e lhe implorar que o deixasse compensá-lo pelo comportamento estranho do irmão. Uma massagem completa naquele corpo viril seria uma boa maneira.

Ora, havia ficado tão excitado pensando nele que acabara tendo dois orgasmos no chuveiro enquanto se preparara para sair para jantar. Era evidente que o subconsciente estava lhe enviando uma forte mensagem de que ele e Taemin não se destinavam a ser um casal.

Mas ele não estava dando atenção ao seu subconsciente. Nem às suas palavras, aliás. O que isso dizia sobre a sintonia de ambos? Taemin tinha o costume de acreditar que bastava ignorar algo de que não gostava para que o problema gerado acabasse desaparecendo. Tendo tentado isso por vezes o bastante e ainda com os pais para provar que não ia dar certo, Jimin podia ao menos ser compreensivo.

— Querido, nós sempre nos divertimos muito juntos — disse Taemin animadamente, sacudindo o garfo no ar como meio de indicar que era desnecessário se preocupar. O cabelo loiro reluzia com os reflexos dos lustres coloridos, e os dentes perfeitos faiscavam. — Formamos um ótimo par. Estamos em total sintonia. Nossos interesses, objetivos, valores, todos se encaixam. Isso é o que conta, certo?

Jimin obrigou-se a curvar os lábios num sorriso de assentimento. Porque, naquele aspecto, ele estava certo. Ambos estavam em sintonia e se divertiam juntos. Mas não era o bastante.

— Isso tudo é importante. — Deixando de lado as enchiladas que mal havia tocado, buscou a mão dele em cima da mesa, cobrindo-a com a sua. — Mas essas são coisas que formam uma forte amizade. Não uma...

Jimin não conseguiu prosseguir. Ansiou por dizer tudo que o estava incomodando, mas as palavras custavam a sair. Assim, sorveu um gole de sua margarita de romã - a terceira - e se perguntou o que fazer. Como poderia dizer que não tinha absolutamente nenhum interesse sexual por ele? Havia se especializado na arte de avaliar mensagens subliminares na parte central do cérebro que controlava reações sexuais. Estava prestes a começar num cargo que exigia pleno envolvimento, tanto nos bastidores tanto como porta-voz; teria de falar em público sobre como reparar e estimular reações sexuais. Como poderia trabalhar com indivíduos submetidos a testes e esperar que pessoas que sofreram trauma sexual confiassem nele e quisessem que as ajudasse se não conseguia nem sequer falar sobre as suas próprias necessidades sexuais?

Atração Fatal ↠  jjk • pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora