The Lumineers •Narusasu

Angela

Notas Iniciais:

Olá, sejam bem-vindos!! Como perceberam, essa fic é baseada em clipes da banda The Lumineers e cada capítulo equivale a um clipe. Espero que gostem, boa leitura.

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3 AM

Acordou pela terceira vez naquela noite e com a visão ainda ofuscada pelo sono, olhou o relógio eletrônico azul mostrando o horário. Naruto estava nervoso e atrasado. Sentou-se na cama com muito cuidado ainda encarando o relógio e os negros cabelos espalhafatosos de sua noiva- sabia que não a veria tão cedo novamente.

O jovem não sabia quando tinha tomado essa decisão de ir embora de fato, mas reconhecia que não poderia ficar mais naquela casa. Aquilo tudo sufocava o noivo. Naruto havia proposto o casamento dos dois há um mês- talvez pela pressão da família ou pelo medo da solidão. Enfim, ele estava cansado de tudo isso: fingir felicidade quando alguém dizia sobre a vida de casado, ou toda vez que se desfazia dentro de sua noiva estar pensando em contas que deveriam ser pagas.

Levantou de sua cama e vestiu uma roupa simples bem quente- fazia muito frio em Konoha. Pegou a mala escondida anteriormente com todos seus documentos, escreveu um bilhete de despedida simples, algo próximo de "espero que você seja feliz, não se preocupe comigo" e pediu um táxi. O carro não demorou a chegar, mas sua respiração era descompassada, estava com medo de perder o voo e certamente culpado por desistir de tudo. Traiu sua frase mais popular, pela primeira vez, Uzumaki Naruto estava desistindo.

"Última chamada para o portão principal com destino à Boston"

Ao longínquo, só conseguia escutar a voz do jovem gritando Sumimasen* esbarrando nas pessoas durante sua pequena corrida até o portão de embarque. Finalmente, se encontrava dentro do avião com toda aquela adrenalina ainda em suas veias, sorriu para o nada procurando seu assento. Sentou-se ao lado de um homem com os cabelos já brancos que lia um livro com um título um tanto quanto estranho, o loiro fez questão de ler em voz alta.

-Táticas icha icha?

O velho abaixou o livro do rosto, olhou profundamente nos olhos azuis e disse:

-Sim, já leu? Esse autor é genial.

Naruto negou com a cabeça. Minutos depois de conversa saberia que o velho, agora de nome Jiraiya, referia a si mesmo. Soube um pouco mais da vida do ex-militar que viajou quase por todo o mundo escrevendo romances e deixou que ele soubesse da sua carreira improvável de professor de inglês em uma das mais renomadas faculdades do Japão. Até que chegaram ao assunto mais intrigante: o que fariam em Boston.

- Planejo conhecer todos os cantos dos Estados Unidos e o senhor? Em busca de inspirações?

-Oh, não. Estou voltando para minha casa, para minha esposa Tsunade. Passei tempo demais viajando.

O velho havia dito aquilo com tanta paixão no olhar que fez o estômago de Naruto criar borboletas e sua pele empalidecer só de pensar que o marido pródigo poderia ser ele. Jiraiya percebeu e não deixou que passasse o assunto, fez com que o jovem abrisse seu coração ao velho escritor recém-conhecido- talvez um dia aquilo poderia se tornar um livro.

- Eu sou um covarde. Deixei minha noiva dormindo em casa, peguei minhas malas e agora estou mudando de país, tudo isso porque eu não consegui olhar nos olhos dela e terminar. Eu sou um covarde e o pior de tudo eu estou feliz.

- Não vou mentir, você cometeu um puta de um erro, mas agora já está feito. Com o tempo ela vai entender, todo mundo já foi abandonado uma vez na vida.

Aquilo fez ele recordar de sua infância: seus pais morreram antes de nascer em um trágico acidente de carro e sem deixar parente algum, viveu em um orfanato. Naruto nasceu sabendo como é ser abandonado e mesmo que não quisesse que alguém experimentasse essa dor, ele saberia quão bem Hinata iria lidar.

O voo prosseguiu calmo, mesmo assim ele acordou e voltou a dormir no mínimo umas dez vezes até finalmente sentir o tranco do avião pousando e a aeromoça os avisando para retirar o cinto de segurança. Despediu-se do novo sábio amigo e esperou sua mala aparecer na esteira. Quem via o sorriso no rosto do loiro não poderia imaginar o poder de uma escolha, e suas consequências. Ele sentia-se feliz, plenamente feliz e se pudesse arriscar, mais feliz do que no dia que perdeu sua virgindade. Decidiu arrumar um lugar para ficar por apenas algumas noites antes que partisse para a famosa cidade iluminada, Nova Iorque.

Sua escolha foi de um hotelzinho perto do aeroporto, pois não queria caminhar muito e as dez horas de viagem haviam acabado com ele. Aquele local era até agradável e a atendente era mais ainda. Não que Naruto fosse ter algum tipo de interesse romântico, afinal tinha acabado de ter uma "separação" um tanto traumática, mas se identificou com a moça de cabelos rosados chamada Sakura. Ela trabalhava como recepcionista já havia uns anos e tinha um sotaque britânico muito bonito. Pelo jeito do loiro, logo fizeram amizade e no outro dia a noite marcaram de sair para apresentar a cidade.

-Quero te mostrar o melhor pub de Boston, meus amigos se reúnem lá sempre.

-Mas você não tem que trabalhar? Hoje ainda é quinta.

- A Karin cobre por mim. Ela está me devendo uns favores.

Caminharam até chegar em um pub muito amigável que fazia o loiro recordar de sua série favorita, How I Met You Mother. Fez lembrar uns de seus encontros com a Hyuuga, onde deu para ela um guarda-chuva amarelo e pediu-a em casamento.

- Eu quero saber sobre você—disse a garota de olhos esverdeados enquanto ele observava de relance a televisão.

- Eu morava em Konoha, no Japão. Estava noivo, mas era muito infeliz, então eu decidir recomeçar em outro continente- Uzumaki foi mais objetivo do que costumava ser, não se orgulhava em contar que havia abandonado alguém que um dia ele amou.

-Caralho, mas seu sotaque é quase imperceptível.

-Eu sou professor de inglês, é quase uma obrigação—disse sorrindo e agradecendo mentalmente Sakura por não adentrar mais no assunto.

O resto da noite foi agradável, Naruto dançou e bebeu com a rosada e mais algumas pessoas que eram amigos dela que foram chegando, pelo menos fazia amizades rápido. Conheceu o grupo todo de amigos dela e se sentiu extremamente incluído, menos um tal de Sai que afirmava que ele não tinha bolas- talvez, fosse a quantidade de vodka no sangue, talvez. No dia seguinte, o loiro comprou um celular para manter contato com Sakura e ser incluído no grupo do whatsapp dos amigos, tinha que continuar com sua viagem para as outras cidades. A parte boa era que ele descobriu que Ino iria fazer comprar em Nova Iorque e pegou uma carona de graça com direito a muita Rihanna no rádio.

*Sumimasen- Com licença

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Notas Finais: 

Espero que tenham gostado, comentem para que eu saiba o que estão achando. Obrigada por lerem.