POV Vanessa— Meu Deus, pra quem não tinha nada de importante pra levar, você até que tem bastante tralha... - Natasha reclama enquanto eu fecho mais uma caixa e escrevo livros ao lado - Vanessa, será que dá pra me dar um pouco de atenção - ela pega uma almofada no sofá e joga em mim.
— Desculpa amiga, é que eu me distraí aqui. E nem é tanta coisa mesmo, mas meus livros são sagrados, fazer o que se tenho muitos.
Natasha era minha melhor amiga e provavelmente a única pessoa que eu posso realmente chamar de amiga. Uma morena alta e cheia de curvas, com cabelo preto e comprido, quase na cintura e desde a semana passada, minha sócia. O marido dela que é brasileiro, à meses vem insistindo para que ela se mudasse para o Brasil com ele. Ele tinha um grande escritório de arquitetura em São Paulo e apesar de passar bastante tempo aqui na Inglaterra com ela, vinha tendo dificuldades de manter o mesmo esquema diante da crise financeira no Brasil.
Natasha era médica, mas diferente de mim ela trabalhava em sua própria clínica médica, que ergueu a partir da herança que recebeu de seu falecido pai e do marido. Diante da situação ela resolveu adiantar os planos e inaugurar uma filial em outro país, mas mesmo que a clínica estivesse muito bem, ia precisar de uma ajuda, no caso a minha.
— Sério, que tanta graça tem esse quadro aí, você já parou umas cinco vezes só pra olhar pra ele.
— Vai dizer que ele não é lindo? - Pergunto toda boba.
Era a imagem de duas mulheres, que pareciam estar passeando de braços dados em um parque durante o inverno.
Aquele quadro era meu xodó, não apenas por ter sido um presente de meu irmão, nem pelo fato de ser lésbica assumida, mas simplesmente pelo fato de que ele tinha o poder de me fazer esquecer todos os problemas.
A última coisa que via ao sair de casa e ir trabalhar, e a primeira coisa que via ao chegar em casa.
— Tá bom ele é lindo, agora vem me ajudar a empacotar as suas coisas? Estou começando a me arrepender de ter me oferecido a te ajudar.
— Você me ajuda sendo minha amiga, me amando e por eu ser a única louca que aceitou a sua proposta! - Rio da careta que ela fez.
— Salvou minha vida mesmo, o Charles já estava ficando nervoso com a situação do escritório lá, estava ficando cada vez mais difícil ele controlar as coisas daqui.
— Pelo menos ele tem uma esposa maravilhosa que nem você que aceitou se mudar.
— Elogia mais vai... - ela pede rindo - Mas na verdade esse sempre foi o plano, eu estava apenas esperando meu primo se formar para poder assumir a clínica aqui.
— Ele é fera mesmo, me salvou em várias situações durante a faculdade, uma pena que nossas residências foram em lugares separados.
— E você acha que com ele do seu lado eu ia pegar mais leve com você? - Gargalhou - Quando eu te vi entrando naquela emergência, toda simples e inocente... - A corto.
— Ainda tenho pesadelos com algumas das pegadinhas que você me pregou.
— Ah para vai...
— Você fala isso porque não foi você que quase teve um troço naquele necrotério.
— Ai meu Deus! - ela começa a gargalhar de novo - lembro como se fosse hoje, você correndo o hospital gritando que o apocalipse zumbi estava chegando.
— Maldita hora que aceitei ir com você no cinema. Sorte do Peter e do Isaac que eles eram bem fortes, porque se não eu tinha enchido eles de tapas... Aliás, como você conseguiu convencer aqueles dois a entrarem naquele lugar?
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A noiva do meu irmão - Madnessa
FanfictionDepois de anos morando em Londres, Vanessa volta ao Brasil para abrir sua própria clínica médica, em parceria com uma amiga. O que não esperava era retornar ao país e se encantar com uma jovem de cabelos ruivos assim que descesse do avião, Madelaine...