A noiva do meu irmão - Madnessa

Capítulo 26

POV Veronica

Não acredito que concordei com essa brincadeira. Emilly consegue ser bem cabeça dura, mas também o que eu esperava se a filha é a mesma coisa? Pensei em argumentar que não seria muito justo com Marina já que ela havia feito o mesmo, mas nossa relação mesmo que "estável" no momento ainda parecia frágil para mim, não queria criar mais um atrito. 

Só espero ainda ter uma noiva no fim desse dia.

— Oi amor, onde você tá? - Liguei para Marina.

— Trabalhando amor. - Esse mentira dela diminuiu minha culpa um pouquinho.

— Não pode dar uma escapadinha? Sua mãe foi para casa e eu pensei que a gente podia dar uma volta, namorar um pouco...

— Posso sim, está aonde?

Que falsidade gente. Mas eu a amo mesmo assim. Passei o endereço de um café para ela e me sentei em uma mesa para esperar.  

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— Desculpa a demora amor... - Ela me deu um selinho - Sabe como é, o trânsito. Já pediu? 

— Até que chegou rápido, pedi só um expresso mas já faz um tempo.  

Marina chamou a atenção da garçonete e pediu mais um café para nós duas e um bolinho também para cada. 

— Agora me conta vai, como foi com a "Fera"? - Perguntou se debruçando em mim.

— Normal, a gente conversou sobre coisas... 

— Que tipo de coisas? 

— Só alguns detalhes sobre o casamento de vocês. - Emilly apareceu ao nosso lado.

Marina ficou branca ao ouvir a voz da mãe, parecia que ela se movia em câmera lenta enquanto Emilly ocupava a cadeira a nossa frente. Apesar de já esperar Emilly aparecer de repente, eu me assutei também.

— Ma... Mamãe. A senhora tinha ido... - Disse logo se desgrudando de mim e se ajeitando como podia na cadeira, já que seu corpo todo tremia agora.

— Embora? Não, só dei uma voltinha no quarteirão, precisávamos tirar você de sua tocaia. Que coisa feia heim filha... Achou que eu ia entediar sua noiva até a morte? 

— No... Noiva? - Acho que foi aí que a ficha dela finalmente caiu - E... Eu... 

—Relaxa filha, eu e Veronica nos entendemos não é mesmo? 

— Si... Sim senhora. 

— Pois bem então, já te dei o susto que eu queria, agora posso ir embora mesmo, estou um pouco cansada, muitas coisas acontecendo hoje. 

— Espera mãe... - Marina segurou Emilly pelo braço e puxou de volta a cadeira - A gente precisa conversar.

— Eu e Veronica já... 

— Por favor mãe. - Emilly sentou e suspirou.

— Diz então filha.

— Pelo visto você sabe de tudo agora, mas isso não muda nada, eu sou sua filha eu te amo, eu só não... - Uma lágrima solitária desceu pelo rosto de Marina - Ai desculpa, eu pensei em tantos modos de contar pra senhora mas... - Emilly a abraçou.

— Eu também te amo minha filha e tem razão, não muda nada. Como disse para Veronica, ainda vou precisar de um tempo para me acostumar eu diria, mas você estando feliz já é o suficiente. 

As duas choravam abraçadas de emoção e eu me vi sobrando um pouco ali já que não queria me intrometer no momento mãe e filha, até que as duas me puxaram para o meio e em poucos instantes lá estava eu chorando também.