𝐂𝐇𝐑𝐘𝐒𝐓𝐀𝐋 𝐒𝐍𝐎𝐖 - 𝖫𝖫𝖬 • 𝖩𝖩𝖪

CAPÍTULO 48 - Chrystal Snow

Dom, 10:00 P.M
Lalisa Manoban

Agora que estou sozinha de novo, preciso pôr a cabeça pra funcionar. Preciso entender o objetivo desse anônimo, talvez assim, eu consiga pega-lo. Se ele é um perigo real ou não, não importa mais, ele já me irritou.

Como eu sei que é ele, e não ela? Simples, pelo jeito que ele se comunica nas mensagens e na carta.

Eu passo a noite toda andando em círculos pela sala, pensando e pensado. Sinto que minha cabeça vai explodir, uma hora.

Mas afinal, acabei tendo uma ideia. Na verdade, tirei a ideia de um conselho que Jisoo me deu, antes de ir embora irritada comigo. Ela me disse para conversar com o JungKook, porque o que a Ryunjin queria, quando disse aquelas coisas, era me separar dele. E talvez ela esteja certíssima, esse poderia ser o objetivo da Ryunjin e Irene, isso não me deixaria surpresa. Mas esse também poderia ser o objetivo do anônimo? Me separar das pessoas que eu amo? Faz sentido...

Qual a melhor maneira de acabar com uma pessoa, se não a afastando de todos, e assim a deixando vulnerável?

E ele mandou um vídeo horrível de mim, para a minha irmã. Ele poderia ter mandado para a polícia, isso talvez colocasse atrás das grades, mas ele não o fez. Preferiu mandar pra alguém muito próximo a mim. E funcionaria, se Jisoo não fosse quem é.

Onde eu quero chegar é, e se eu fizesse o jogo dele?. Se ele conseguir o que quer, pode ser mais fácil encontra-lo. Mas seria extremamente difícil...

Como eu não aguento mais pensar nisso, vou para a cama. Amanhã tenho muito pra fazer, e com quem lidar. Então eu durmo, não relaxada, mas o cansaço me vence. Eu acordo meio atrasada, de manhã. Faço minha rotina matinal e visto o uniforme, em pouco tempo, estou pronta para mais um dia torturante de aula.

Quando piso na escola, pego meu celular com a tela toda rachada e vejo que têm muitas mensagens do JungKook e ligações também, Jisoo também me mandou uma mensagem perguntando se estou bem. Felizmente, ou infelizmente, nenhuma mensagem do anônimo.

Eu vou até o meu armário, pegar os livros da próxima aula. Olho em volta, procurando por possíveis ameaças, ou por duas cobras andando juntas. Mas só uma das duas cobras aparece, desfilando com sua falsidade e arrogância. É a Irene, e ela dirige o olhar brevemente para mim, mas volta a olhar para frente e continua seu caminho. Reviro os olhos e bato a porta do armário com força, e alguns que passam, olham pra mim.

Quero dar uma de loba solitária hoje, então em vez de ir ao refeitório, vou para a biblioteca. Posso aproveitar e terminar o dever de matemática de última hora, já que tenho tempo antes da aula começar. Quando chego lá, me sento em uma mesa vazia, coloco meus fones de ouvido e começo a resolver as últimas equações que faltavam.

Fiquei tão concentrada no dever, que nem notei quando alguém se sentou na mesa, mas não falou nada. Então meu lápis cai no chão, eu me inclino pra pegar, porém uma mão pega antes. Eu me sento direito na cadeira, e vejo quem fez a gentileza por mim.

- Obrigada. - agradeço, em seguida ajeito minhas coisas e levanto para ir embora. Mas ele me segue, me fazendo suspirar. Sabia que não seria fácil. - Fala.

- Se lembra de mim? - ele sorri, parecendo animado por tê-lo o reconhecido. Eu murmuro um "uhum, claro", mas continuo andando. - Faz tanto tempo, não é? E você continua a mesma! - olho para ele de cima a baixo.