Dois.

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Pov. Draco
Estávamos caminhando não faziam nem dois minutos e eu já estava querendo sair correndo, onde eu estava com a cabeça quando eu achei que deixar um garoto que eu não conheço e que eu vi roubar uma barra de chocolate me levar em casa seria uma boa ideia?
Mesmo que esse garoto seja lindo e tenha os olhos mais hipnotizantes que eu já pude ver na vida.
Bom, já era tarde demais para voltar atrás e a ajuda com as sacolas não estava sendo ruim.

— Então... Draco, certo? — Sua voz rouca, provavelmente era devido ao fumo, me atingiu com
força, céus, o que há de errado comigo?

— Eu mesmo. 

— Foi a primeira vez que me viu? — sua voz parecia esperançosa e ele me olhava por cima dos óculos redondos.

— Como assim?

— Eu lembro de ter visto você em uma lanchonete mais cedo, quando fui fumar. Queria saber se tinha me visto lá também. — disse, desviando o olhar quando o encarei de volta.

— Sim, eu o vi mais cedo, mas te perdi de vista e por acaso o encontrei no mercado.

— Entendi. Sua casa é muito longe daqui? — trocou o assunto rapidamente, e então me caiu a ficha, eu iria morrer ali mesmo. 

— Não. Logo a gente chega. — por que eu continuava respondendo? é só correr! — Há quanto tempo está na vida do crime? — puta que pariu, fecha a boca, Malfoy!

— Perdão? — ele me perguntou, parecendo não ter entendido a pergunta. Parece que além de lindo é sonso.

— Me refiro ao mercado que roubou.

— Mesmo que eu quisesse pagar, não conseguiria. — viramos a esquina, que dava de frente para minha rua.

— Sabe, existe tratamento para esse tipo de doença. — fui sincero, acho que já li em algum lugar sobre cleptomaníacos, ou seria ninfomaníacos? Eu realmente não sabia.

— Não sou doente. — ele gargalhou, achando mesmo graça do que eu estava dizendo. — Apenas não conseguiria, eles não podem me ver.

— Você sempre volta nesse assunto, de não te verem. Acha o que? Não é como se todas as pessoas fossem cegas. E aposto que você não é o Batman.

— Apenas você está me vendo, Draco. — Quis rir, é, acho que ele estava mesmo achando que era o Batman.

— Você fumou algo além de cigarro?

— Não acredita em mim, não é? — eu não respondi de fato, exatamente o que eu deveria acreditar? Que estou falando com ninguém? 

Observo ele suspirar, colocar gentilmente as sacolas no chão, e então, ir até o outro lado da rua. Nessa hora da noite, a rua quase não estava movimentada, principalmente por ser dia de semana. O vejo parar ao lado de uma menina, que falava ao celular, distraída demais para ver o garoto ao seu lado.
Ele a chama, uma, duas, três vezes e nada. Franzi o cenho, ela não poderia ser surda, estava em uma ligação, eu supunha. Ele a contorna e para em sua frente, balançando os braços freneticamente na frente dela, que novamente, o ignora.
Desviei o olhar, para ver se mais alguém reparou naquilo e quando voltei a olhar, ele havia sumido.

— Mas que porra? — raciocinei por uns cinco segundos antes de juntar todas as bolsas no chão e sair o mais rápido possível dali, dando graças aos céus por estar perto de casa.

Ao chegar em casa, respirei fundo e coloquei as compras em cima da bancada, esticando as costas e sentindo um pouco de dor.
Como estava sem a menor vontade de cozinhar, apenas abri um dos pacotes de lasanha que havia trago do mercado e coloquei no micro-ondas, digitando o tempo indicado pela embalagem.
Resolvo tomar um banho enquanto a lasanha esquentava, decidindo que guardaria as compas após comer.
Tiro a roupa durante o caminho, segurando as peças para colocar no cesto de roupas sujas, no banheiro.

Toque. ~DrarryNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ