Five Hargreeves

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|“Na outra noite, querida, enquanto eu dormia, sonhei que te segurei em meus braços, quando acordei eu estava enganado, então eu abaixei minha cabeça e chorei” |

Naquele dia em que ele foi embora, ou até mesmo naquele outro dia, em que Reginald assumiu oficialmente que o número Cinco não mais voltaria, naquele dia, para S/n tudo acabou. Os dias pareciam mais longos e cada vez mais sem graça, ela não ouvia mais seu pai, não gostava mais de treinar, ficava sozinha e afastada dos outros e de noite sempre ia para a sacada, olhar a lua e estrelas e também esperar Five, na esperança de que ele voltasse pedindo a lua para que ele estivesse bem e não morto, como a maioria pensava.

Mas 17 anos se passaram e ele nunca voltou. Até hoje. A garota chegou correndo na mansão, ao entrar na cozinha, deu de cara com Five, em sua forma mais nova. Suas sombrancelhas arquearam, estava definitivamente confusa.

— Cinco — ela se aproximou, tentando ver se era ele mesmo, ou se estava vendo mais um dos mortos.

— Sim, S/n — ele suspirou, tomando um pouco de café — você não mudou nada, parece ter 20 anos ainda — ele acrescentou, admirando o rosto da garota.

— Cinco, eu- — a expressão dela mudou, de confusão para dor e carinho, tudo ao mesmo tempo — o que aconteceu, quer dizer, você ainda tem 13 anos? Eu posso te abraçar? Ai meu deus, isso é tão..— antes que a mesma continuasse a tagarelar, o garoto se trasportou e a abraçou, um abraço forte e confortável, um abraço repleto de saudades.

A verdade é que ele sentiu muita falta dela, das conversas, do quanto era apaixonada pelo céu, lua e constelações, pelo quanto ficava avoada lendo seus livros, tudo aquilo fez tanta falta nesses anos, ele não pode deixar de reparar no quanto a moça parecia bonita, sua pele limpa, seus cabelos soltos em um novo corte, um novo estilo de roupas, seus olhos brilhavam ainda mais do que se lembrava.

— Eu....senti saudades — foi difícil para ele dizer aquilo em voz alta, mas precisava, os outros não estavam ali, então tudo bem demonstrar um pouco de carinho.

— Eu também, eu também — ela disse, enquanto abraçava ele — agora você pode me explicar? — ela disse, num tom mais baixo agora.

Então explicou, sobre toda a questão do apocalipse, sobre o tempo que passou lá, sobre a comissão e todo o resto, a cara de S/n foi impagável para ele.

— Eu entendi, então você veio do futuro e tem 58 anos num corpo de 13, foi até o apocalipse, ficou preso lá, depois começou a trabalhar pra comissão, matando pessoas e garantindo que eventos continuem acontecendo sem que a linha do tempo seja danificada — ela repassou tudo, ainda não tinha entendendo bem.

— Bom, é isso — ele sorriu sem mostrar os dentes, o coração de s/n se encheu ao ve-lo — sem contar que o mundo acaba em 5 dias.

— O que? Tá falando sério? — ela perguntou — mas nós podemos impedir?

— Se descobrimos a causa, podemos tentar — ele sorriu e se aproximou, fazendo uma carícia devagar no rosto dela — como andam seus poderes? Tá controlando bem?

— Estou sim, melhor que nunca — ela nem terminou a frase e já estava do outro lado da cozinha — eu já contei que descobri que tenho os poderes de todos vocês?

— Como assim? Conta mais sobre isso — ele falou, se teletransportando para o sofá, onde estava S/n agora.

Depois daquilo eles tiveram uma conversa extremamente interessante,  sobre as coisas que aconteceram depois que cinco foi para o futuro, o garoto ficou incomodado quando a mesma citou um ex namorado, uma ponta de ciúmes cresceu em seu peito, não que ele esperasse que ela o aguardasse por 17 anos, mas ao mesmo tempo, queria que sim.

A verdade é que desde mais novos gostavam um do outro, o jeito que se olhavam, que tinham os mesmos gostos, até os mesmos poderes, o jeito que S/n ficava acordada até tarde só para ir com cinco até cozinha comer sanduíche de pasta de amendoim, marshmallow e uma xícara de café, o jeito que ele pegava a mão dela sempre que a mesma se sentia insegura, com os poderes ou com a própria aparência, tudo aquilo os unia.

S/n logo precisou ir trabalhar, deixando cinco sozinho novamente, então lá se foi ele, resolver seus problemas, fazer contas para descobrir quem era responsável pelo apocalipse. Quando ela voltou para a mansão, algumas horas depois, foi ao quarto de Five, o encontrando fazendo muitas contas na parede, era madrugada e mesmo assim ele não parou.

— Cinco? — ela chamou a atenção dele, que olhou para ela, abaixo dos olhos dele tinham olheiras — não acha que precisa descansar? Ou comer alguma coisa?

— S/n, eu preciso descobrir quem causou o apocalipse — ele falou, com a voz rouca pela falta de uso.

— Só uma pausa — ela disse se aproximando e afastando dele de todas as contas nas paredes — aqui, café e sanduíche — ela sorriu e então entregou a ele, que agradeceu — como nos velhos tempos.

— Como nos velhos tempos — ele repetiu, uma sombra de um sorriso surgiu em seu rosto — obrigada.

— Não é nada — ela sorriu para ele, olhando-o beber o café — precisa uma companhia? — ela perguntou, sentando na cama — não acho que você deva ficar mais tempo sozinho, a solidão acaba com as pessoas.

Ela sorriu novamente, se aproximando de cinco, que agora a encarava com o olhar baixo, a mesma fez uma carícia no rosto dele, que fechou os olhos devagar, aproveitando.

— Você é uma pessoa boa, cinco, ainda é o meu melhor amigo, mesmo depois de 17 anos, ou 48, eu não quero te perder denovo, então o que quer que a gente tenha que fazer para impedir o apocalipse quero que saiba que vou estar com você.

— Isso é muito importante para mim — ele sorriu, sentindo o carinho dela em sua bochecha, sentindo o amor tomar conta de si — você não faz idéia do quanto.

— Eu nunca desisti de você, Cinco — ela sorriu — eu escrevi para você, esperei você por...

— 5.979 dias — ele completou e então beijou a testa de S/n, num gesto delicado — eu nunca te esqueci também — ele suspirou, colocando sua mão no rosto da garota, a fazendo olhar para ele.

— 48 anos, caramba.. — ela riu, caindo na real — você está velho, Cinco.

— É, eu estou — ele sorriu novamente e então ficou em silêncio, admirando S/n e o seu rosto jovial, a curva de seu sorriso, o jeito que seu cabelo estava preso em um coque, o jeito que aquela blusa social caia bem nela, era uma visão mais do que perfeita.

Aos poucos os rostos se aproximaram, os narizes se encostaram, os olhos se fechando, as mãos de S/n foram devagar ao pescoço de Cinco, as bocas finalmente ficaram juntas, num selinho esperado por tanto tempo, não demorou até que evoluísse para um beijo, bocas de conhecendo pela primeira vez, as mãos dele na cintura dela, acariciando ali, infelizmente o beijo acabou pela falta de ar.

— Só o fim do mundo para unir vocês dois mesmo — disse Luther, entrando no quarto, os dois riram baixinho.

— Olha quem fala, palhaço — disse Cinco.

Imagines DiversosTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang