Pão-de-Açúcar

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Nós almoçamos em Copacabana, no fim. Primeiro porque era perto de onde a van tinha nos largado, segundo porque estávamos nos coçando para não entrar no mar e acabar com o calor, e terceiro por preguiça mesmo.

— A gente vai hoje mesmo no cacetinho de açúcar? — Yoongi foi o responsável pela pergunta.

E eu obviamente fiquei irritado, mas Jungkook deixou seu refrigerante quase sair pelo nariz quando caiu na gargalhada e foi tão fofo que eu sequer consegui me alterar. E a risada de Hoseok também dava vontade de rir junto, então nem tinha muito como ficar irritado.

— Para de encher o saco com o meu pão. — Pedi, falsamente irritado e já o ouvindo rir.

— Cacetinho de açúcar e ponto final. — Revirei os olhos, logo mirando-o.

— Quem foi que disse que só tinha uma coisa mais gostosa que pão de queijo mesmo? — Provoquei, lembrando-me de tê-lo visto dizer que somente Hoseok Rafael poderia ser considerado mais gostoso do que pão de queijo.

— Nossa, não sabe brincar não desce pro play. Ridículo.

E nós caímos na risada outra vez, terminando nossas bebidas e em seguida saindo do restaurante. E eu nem vou comentar sobre o fato de que Jungkook pagou o de todo mundo, sendo chamado de riquinho por Hoseok. Ele falou algo sobre querer impressionar e, bom, se eu fui o motivo, ele conseguiu.

As pessoas podem não me comprar com dinheiro.

Mas com comida certamente podem.

Então depois que saímos do restaurante, fomos em busca de um carro via aplicativo para irmos ao Pão-de-Açúcar. Outra vez eu estava sentado ao lado de Jungkook, e foi assim que notei que meus amigos estavam mesmo me jogando para cima de moreno e, por isso, apenas relaxei e decidi aproveitar.

Não é qualquer dia que um Jungkook surge na minha vida, certo?

Dessa vez o caminho foi muito rápido, mesmo que eu estivesse sentindo um calor absurdo por conta do garoto ao meu lado. Céus, isso nunca tinha me acontecido antes!

Quando descemos já fomos para a fila que, segundo Hoseok, estava pequena. Eu não penso que quase 200 pessoas na minha frente são pouca coisa, mas estava de ótimo humor e não ia implicar com isso, sinceramente.

Quando chegou nossa vez me deu um nervoso danado, principalmente quando adentramos o bondinho. Nós quatro ficamos perto da beirada dele, porque Jungkook e Hoseok falaram que era melhor de aproveitar a subida.

Só tem um porém.

Eu não sou fã de altura.

— A-ah... — Eu quase gritei, mas alguém me segurou antes disso e, por reflexo, eu me segurei nele.

— Relaxa, loirinho, é bem seguro. — Me afirmou, mas eu neguei com a cabeça e me encolhi mais. — Tudo bem, você pode se segurar em mim, falou?

E eu me segurei, sentindo os músculos que, apesar de não serem tão visíveis, eram deliciosos de se apertar. Guri gostoso esse, nossa. Esse aí faz meu coração bater mais rápido que a velocidade permitida na BR-290 — que, para quem não sabe, para veículos leves é 110km/h.

Jungkook acabou percebendo minha aflição, acredito eu, pois segurou-me pela cintura e nos deixou mais próximos ainda. Me distraí naquele pequeno percurso que parecia gigantesco notando as tatuagens expostas no braço alheio, tentando decifrar o que elas significavam.

— Gostei da coruja. — Comentei, observando o animal estampado em sua pele.

— Faz eu me sentir um pouco mais inteligente. — Deu de ombros.

Garotos de IpanemaOnde histórias criam vida. Descubra agora