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Autora: Leiam as notas finais. Boa leitura.
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Acendo um cigarro, dou um trago e assopro pro vento. Arrumo meu casaco que não estava me cobrindo por completo.

Observo meu irmãozinho jogar futebol com as outras crianças. Agora o que antes era obrigação da mamãe se tornou a minha.

As coisas estavam indo bem. Eu e John nos encontravamos escondidos com frequência. Acredito que se meu pai souber de nós, ele vai acabar obrigando John a se casar comigo e não é isso que quero, não por agora.

Vejo um homem de óculos escuros e redondos se sentar ao meu lado, me afasto um pouco. Ele estende seu braço, em sua mão havia uma carta.

—Para você, senhorita Jones.—Engulo seco.

Como ele sabe quem eu sou? Isso é muito estranho.

—De quem é?—Pego da sua mão.

O homem apenas se levanta e sai andando sem me dar resposta. Suspiro e olho a carta, não havia remetente. Resolvo abrir mesmo assim.

"𝙲𝚊𝚛𝚊 𝙰𝚕𝚒𝚌𝚎 𝙹𝚘𝚗𝚎𝚜,

𝙿𝚘𝚛 𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚒𝚗𝚏𝚎𝚕𝚒𝚣 𝚚𝚞𝚎 𝚙𝚘𝚍𝚎 𝚙𝚊𝚛𝚎𝚌𝚎𝚛 𝚗𝚊̃𝚘 𝚙𝚘𝚜𝚜𝚘 𝚖𝚎 𝚒𝚗𝚍𝚎𝚗𝚝𝚒𝚏𝚒𝚌𝚊𝚛. 𝙹𝚊́ 𝚕𝚑𝚎 𝚌𝚘𝚗𝚑𝚎𝚌̧𝚘 𝚊 𝚝𝚎𝚖𝚙𝚘𝚜, 𝚍𝚎𝚜𝚍𝚎 𝚊 𝚖𝚘𝚛𝚝𝚎 𝚍𝚎 𝚜𝚎𝚞 𝚊𝚖𝚊𝚍𝚘 𝙰𝚕𝚎𝚜𝚜𝚊𝚗𝚍𝚛𝚘. 𝚅𝚎𝚗𝚑𝚘 𝚘𝚋𝚜𝚎𝚛𝚟𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚟𝚘𝚌𝚎̂ 𝚊 𝚌𝚊𝚍𝚊 𝚙𝚊𝚜𝚜𝚘, 𝚎𝚖 𝚝𝚘𝚍𝚘 𝚘 𝚕𝚞𝚐𝚊𝚛 𝚚𝚞𝚎 𝚟𝚊𝚒 𝚎𝚞 𝚎𝚜𝚝𝚘𝚞 𝚕𝚊́. 𝚂𝚎𝚒 𝚍𝚊 𝚛𝚎𝚕𝚊𝚌̧𝚊̃𝚘 𝚍𝚘 𝚜𝚎𝚞 𝚙𝚊𝚒 𝚌𝚘𝚖 𝚘𝚜 𝙿𝚎𝚊𝚔𝚢 𝙱𝚕𝚒𝚗𝚍𝚎𝚛𝚜 𝚎 𝚊 𝚜𝚞𝚊 𝚎𝚖 𝚙𝚊𝚛𝚝𝚒𝚌𝚞𝚕𝚊𝚛 𝚌𝚘𝚖 𝙹𝚘𝚑𝚗 𝚂𝚑𝚎𝚕𝚋𝚢, 𝚊𝚌𝚑𝚎𝚒 𝚚𝚞𝚎 𝚝𝚒𝚗𝚑𝚊 𝚋𝚘𝚖 𝚐𝚘𝚜𝚝𝚘 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚑𝚘𝚖𝚎𝚗𝚜. 𝚃𝚘𝚖𝚎 𝚌𝚞𝚒𝚍𝚊𝚍𝚘 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚘𝚗𝚍𝚎 𝚟𝚊𝚒, 𝚎𝚞 𝚜𝚎𝚖𝚙𝚛𝚎 𝚎𝚜𝚝𝚘𝚞 𝚕𝚘𝚐𝚘 𝚊𝚝𝚛𝚊́𝚜."

Engulo seco. Estava em choque depois do que havia lido. Limpo a lágrima que havia caido, dobro a carta no meio e me levanto pegando minha bolsa.

Caminho rapidamente até Tim. Pego ele pelo braço e o seguro no colo.

—Eu quero brincar!—Nego com a cabeça.

—Temos que ir Tim.—Faz biquinho.—Prometo lhe dar um presente quando chegarmos em casa.—Ele assente animado.

Impressionante como posso mudar a opinião dele tão rápido. 

Estava perto da compania Shelby, preciso falar com eles agora, isso os envolve mais que eu queria.

Minha cabeça estava rodando por causa do tanto de pensamentos. Eu não sei o que faria se machucassem John. Eu o amo e não quero que nada, absolutamente nada, aconteça com ele.

Abro a porta da entrada da compania. Entro e vejo Finn jogado em uma cadeira e um saco de gelo no seu rosto.

—Esta tudo bem, Finn?—Pergunto.

Ele me olha e arruma sua postura.

—Claro. Por que está aqui?—Se levanta.

—Preciso falar com os seus irmãos.—Falo séria.

—Eles estão em reunião.

—Posso esperar o tempo que for preciso, mas tenho que conversar com eles.—Minha voz quase falha, mas mantenho minha postura.

Estava uma pilha de nervos.

Ele assente e abre a porta da sala de reuniões, entra. Deixo Tim no chão e peço para que não saia do meu lado. Finn sai de lá e fecha a porta.

—Quando eles terminarem vão lhe chamar.—Assinto suspirando.—Sente-se, vou pegar água.—Sorrio fraco e me sento em uma cadeira.

Logo ele volta com um copo de água.

—Você é um anjo, Finn.—Acaricio sua bochecha, ele sorri envergonhado.

Finn sempre foi uma criança para todos nós, acho que por isso que ainda não deixam ele ir nas reuniões de família.

Tomo toda a água. Ele coloco u açúcar, provavelmente percebeu meu nervosismo. Merda, ele vai achar que estou grávida. Tanto faz também, não é verdade, eu espero.

Se passaram vários minutos. Pedi para que Finn levasse meu irmão para casa, coitadinho estava exausto.

Tomy sai da sala e me olha curioso.

—Pode entrar.—Fala ele e eu logo me levanto.

—Chame o Finn também.—Assente e faz sinal para que Finn entre.

Entron na sala e sou seguida pelos dois. Todos os olhares vem até a minha direção, mantenha minha pose.

—Sente-se.—Fala Thomas.

John afasta uma cadeira e eu me sento ao seu lado.

—Um homem me entregou isso hoje na praça.—Entrego ao Thomas a carta.

Ele coloca o óculos e inicia a leitura em voz alta. Todos escutavam com atenção. John segura minha mão com força entrelaçando nossos dedos. Parecia até saber como me sentia com o que estava acontecendo.

—Estão juntos mesmo?—Pergunta Ada

—Sim.—John confirma.

Ela sorri para mim.

—Quem é Alessandro?—Michael pergunta séria.

—Ele era um empresário italiano, quem eu namorei por anos, mas um Peaky Blinder o assassinou.—Falo o encarando.

Passa a mão pelo rosto e me volta a me olhar.

—Ele é da máfia, Arthur sabe quem é.—Arthur assente.

—Claro que sabe, pois foi ele que o matou.—Concluo.—Mas não vim acusa-los de algo que está no passado. Preciso de ajuda agora.

—Podemos proteger sua família, não é mesmo Thomas?—Polly olha para sobrinho.

—Claro que vamos.—Fala ele dando um sorriso de lado.—Você é nossa protegida agora. Aliás, espero que o John não te decepcione.

—Entrou para a família da melhor forma impossível: Sendo perseguida.—Polly ironiza no fazendo rir.—Vai ficar tudo bem, querida.

Polly termina sua fala e Arthur grita: POR ORDEM DOS MALDITOS PEAKY BLINDERS.

Todos repetem a fala do mesmo batendo os copos de wisky e bebendo de uma vez.

—Vocês são doidos.—Falo rindo fraco.

—Se acostume, querida.—Beija o canto da minha boca.

—Quando irão se casar?—Ada questiona.

—Não logo.—Falo e sinto John apertar minha cintura com força.—Depende da vontade do seu irmão também, não é mesmo querido?—Olho para ele.

Me lança um sorriso cínico e olha para a irmã.

—Você será convidada, Ada, não se preocupe.—Ela rola os olhos.

Todos nos parabenizam como se fossemos nos casar. Mesmo que fossemos nos casar amanhã ou no futuro mais distante possível, eles fazem eu já me sentir parte da família.

—Eu te amo, Alice.—John sussurra no meu ouvido.

—Amo-te, John...

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Oioi
Dêem uma passadinha no capitulo intitulado de "Blue Eyes", fiz uma apresentação dos personagens para melhor imaginar.
Bjs, se cuidem.

Blue Eyes Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon