16

3.7K 312 28
                                    

Autora: Pra quem é dodói e não entendeu o último capitulo: Alice já tava tendo visões do que poderia acontecer. Se não entendeu ou achou muito aleatório um médico deverá ser consultado.
——————————

2 anos depois
1922, Nova york - América.

Solto a fumaça pelo canto da boca e releio os papéis. Não estava com cabeça para isso.

Fazia dois anos que perdi meu noivo, no altar, nunca mais consegui ter um relacionamento sólido, apenas sexo casual com alguns caras.

Comecei a trabalhar como contadora de pessoas milionárias e isso me agrega muito dinheiro. Afinal, quem não gosta de dinheiro?

Ouço alguém bater na porta, falo para que entre e logo vejo minha irmã Anne. Ela se senta na cadeira a minha frente.

—Seja rápida, estou ocupada.—Falo sem olha-la.

—O papai está muito doente, Ali.—A olho.—Ele quer passar seus últimos dias em Birmingham com a gente.—Junto as sombrancelhas.

—Sabe que não vou voltar para aquele lugar medíocre.—Rola os olhos.

—Eu sei, Alice, mas é o nosso pai, faça esse esforço por ele, por favor.—Faz cara de cachorra pidão.

—Nossa...eu te odeio!—Falo convencida de ir.

Ela dá um gritinhos animado e me abraça.

—Sai sua pulga!—Reclamo.

—Ai, você é muito fria!—Faz beicinho.

—Sai do meu escritório. Vai lá fazer nossas malas.—Esbravejo.

Ela sorri animada e sai dali rapidamente. Reviro os olhos bufando.

Não estou com um bom precentimento sobre ir para aquele lugar de merda.  Mas enfim, papai gosta daquela merda.

Talvez eu possa ver os Shelbys, mesmo que papai perdeu os negócios com eles depois que adoeceu.

Mas dessa família eu quero distância, eles me trouxeram problemas e muita dor. Foram os dois piores anos da minha vida.

Ouço o choro incessante de Coraline, minha filha. Me levanto e saio de meu escritório indo até seu quarto.

A pego no colo balançando de um lado para o outro para que se acalme. Logo seu choro para e ela me olha com seus grandes olhos negros, assim como os meus, sua beleza foi herdada dos Shelbys, isso não é de se duvidar.

Beijos o rosto da minha pequena e a coloco de volta no berço, solto um sorriso.

Ela é muito parecida com o John, teimosa tanto quanto. Como ele me fez falta esses anos.

Suspiro saindo de meus pensamentos.

—O barco para a inglaterra sai amanhã ao meio dia.—Ouço a voz de Anne atrás de mim.

Me viro a encarando.

—Já comprou as passagens?

Ela assente com um sorriso sapeca nos lábios.

Lá vamos nós voltar para o ninho de ratos.

Blue Eyes Onde as histórias ganham vida. Descobre agora