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Hoje é aniversário do Arthur, irão dar uma pequena festa na casa do Thomy. John não queria ir, mas eu insisti, pois parecia ser interessante.

Eles gostam de dar festas na mansão, é engraçado por algum motivo.

John saiu de perto de mim para ir falar com amigos e afins. Vejo polly se aproximar sorrateiramente.

Sorriso para ela e a mesma retribui de maneira estranha, pois parecia analisar meu corpo.

Se aproxima e toca meu peito.

—O que é isso?—Me afasto assustada.

—Está grávida e é uma menina.—Fala com convicção.

—Por que eu acreditaria em você?—Pergunto com raiva.

Ela se aproxima e solta um longo suspiro.

—Eu sei o que eu vejo e sinto, Alice. Chame-a de Coraline.—Junto as sombrancelhas.

—Por que?

—Seja mulher de respostas, não de perguntas.—Passa por mim.

Ela só pode estar querendo me assustar. Nada além disso. Ela é uma cigana de sangue puro, pode ser que esteja certa.

Estou meio incerta.

Suspiro e passo a mão na minha barriga. Deve ser apenas uma alucinação.

Observo John se aproximar. Ele parecia aflito.

—Temo que ir, Ali.—Fala segurando meu braço com certa força.

—O que houve?—Pergunto andando junto a ele.

—Os italianos estão aqui. O Johnny Dogs e o Aberama Gold viram eles entrarem pelos fundos.—Engulo seco.

Entramos no seu carro. Ele acelera o máximo que pode.

—John.—O chamo.

—Pode falar, querida.—Segura minha mão.

Tento falar que posso estar grávida, mas opito por não falar nada.

—Eu te amo. Te amo muito.—Falo segurando sua mão com força.

—Também te amo, Ali.—Beija minha mão.

Suspiro olhando para o caminho.

Espero que tudo fique bem com nós.

{...}

Estava um pilha de nervos. John foi no porão a alguns minutos e ainda não voltou. Decidi fazer um chá de camomila para eu me acalmar.

Tudo piorava com a possibilidade de eu estar grávida.

Olho para os janela da cozinha que dá vista para o campo. Vejo aquele maldito cavalo.

O que ele quer comigo, porra?!

Ele se aproxima mais de casa, estava quase na nossa porta. Abro a porta, dou poucos passos e fico de frente com o cavalo.

—O que quer de mim?—Sussurro passando a mão nele.

Toca seu focinho na minha barriga e suspira. Fecho meus olhos e suspiro profundamente.

Abro meus olhos e vejo tudo escuro. Ouço de longe um choro estridente de neném. Me vejo na janela do meu quarto, estava com uma criança em meus braços. Haviam dois homens, ambos apontavam armas um para o outro. Percebo que estou entre os dois, uma rajada rasga meus ouvidos e o neném chora.

Abro meus olhos e me afasto do cavalo. Nego com a cabeça e entro em casa novamente. Estava um pouco assustada.

Era meu lado cigano gritando para que eu veja o que irá acontecer. Mas eu não entendo o por que desse maldito cavalo!

John não o vê, apenas eu!

—Querida cheguei!—Cantarola ele.

Vejo ele cheio de munições e armas, rio da sua bobice.

Tenho de evitar em

—Para que tudo isso?—Pergunto me aproximando.

Ele segura minha cintura com o braço mais livre que tinha.

—Para a proteção da minha princesa.—Sorrimos um para o outro.

—John...—Passo meu dedo pela sua camisa branca.—Acho que entendi o que aquele alasão preto que eu vejo significa.—Falo meio tímida.

Separa nossos corpos e larga as armas em uma poltrona, sem me dar ouvidos.

—Ele parece ser meu guia.—Falo mesmo que ele não ouça.—Esse colar era da minha avó, ela era uma princesa cigana. Acho que eu me conecto com aquele cavalo por causa do colar.—Concluo.

Ele permanecia em silêncio. Apenas "alisava" suas armas. Suspiro chateada, desligo o chá.

—Pode dizer algo?—Pergunto baixinho.

Me viro e o olho ansiosa pela sua resposta.

—Eu vou matar aquele cavalo.—Pega uma espingarda e sai andando até a porta.

Me apresso e paro na frente da porta o impedindo de passar.

—Calma.—Falo com os olhos marejados já.—Deixe-me entender o que ele quer me dizer.

Abaixa o olhar e se afasta, deixa a arma em cima das outras, se senta no braço do sofá, passa a mão no cabelo várias vezes. Para e permanece de cabeça baixa.

—Minha mãe morreu por causa disso.—Fala baixo, me olha.—Pode continuar com isso, só não quero que te aconteça o mesmo.—Me abaixo na sua frente.

—Eu posso me cuidar, querido. Quero entender meu lado cigano.—Assente.

Me olha nos olhos e dá um leve sorriso.

—É tão linda, Ali, tenho sorte em te ter aqui.—Sorrio.

Segura meu queixo e toca nossos lábios em um beijo suave.

Blue Eyes Where stories live. Discover now