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Autora: não estou recebendo o retorno das views do ultimo capitulo, então se não leu, leia para contextualizar com este capitulo. Boa leitura.

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Minha família foi para um mini palacete dos Shelby que fica bem longe daqui. Já eu fui para a casa de campo junto com o John. Meu pai aceitou nosso "romance", só disse que eu deveria ter lhe contado antes.

Estou a quase duas semanas aqui. Não faço quase nada além de ler, alimentar as galinhas e regar a horta. É entediante enquanto John está fora.

Observo o homem ao meu lado que tanto sinto afeto. Seu rosto cheio de lindos detalhes indescritíveis de tão belo.

Meus olhos apaixonas percorrem todo esse ser de luz. Acaraicio seu rosto com a parte de trás da minha mão. Beijo sua bochecha suavemente para que não acorde.

Uma coisa que me deixa encomodada é o fato dele dormir com uma pistola em baixo do travesseiro, outra no bide e uma espingarda encostada na parede. Parece que vai para a guerra.

Me levanto devagar, pego uma de suas camisas, fica grande em mim por isso eu gosto.

Saio do quarto e vou descendo as escadas. Vou para a cozinha e procuro o café. Quase não temos comida e ele não me deixa ir a feira comprar.

Certa hora quando estou em casa sozinha começo a sentir uma solidão horrível, pior a que eu sentia depois da minha ter ido. Não quero preocupar John, ele já tem problemas demais, não precisa de mais um.

Suspiro e nego com a cabeça após eu ver que derrubei açúcar na bancada. Qual é a porra do meu problema? Pego um paninho que fica em cima da pia e passo jogando o açúcar na cuba.

Sinto duas mãos agarrerem minha cintura empinando minha bunda, sua respiração no meu ouvido me deixa completamente entregue.

—Eu não mereço uma mulher tão linda assim.—Fala ele deitando sua cabeça no meu ombro.

—Merece. Merece até coisa melhor.—Murmuro a ultima parte.

Ele me vira se um jeito brusco e me encara irritado.

—Nunca mais diga isso.-Fala sério.—Você é a mulher dos sonhos e eu te amo.—Dou um sorriso frouxo.

Deito minha cabeça no seu ombro e fecho meus olhos. Estar perto dele é como um sonho, calmaria e turbulência.

Eu o amo e nada jamais mudará o meu amor por ele. Poderia passar os meus dias pelo resto da eternidade declarando meu amor por John, mas eu sou preguiçosa.

—Vai sair hoje?—Pergunto.

—Vou ver se Thomas precisa de mim.—Assinto.

Segura meu rosto com as duas mãos, acariciando a minha bochecha com o polegar.

—Faz o meu café.—Beija minha testa e se afasta para se sentar.

—Pode deixar senhor Shelby.—Faço uma voz engraçada.

Ouço sua risada baixa.

Faço nosso café da manhã. Me sento na cadeira a sua frente.

É estranho praticamente morar com o homem que não é casada. Para as pessoas que olham isso de fora deve ser um absurdo.

{...}

John saiu a horas, mas ainda não voltou. Comecei a ler um livro, mas o tédio me consumiu por inteira. Estava curiosa para saber o que havia no campo atrás de casa, algo me dizia que deveria ir lá. Então vou.

Coloco meu sobretudo. Abro a porta dos fundos e saio. Começo a andar em linha reta.

O vento frio se chocava no meu rosto me causando arrepios. Vejo um cavalo preto de longe, nunca havia o visto por aqui. Vou em sua direção rapidamente.

É um lindo garanhão de pelo preto brilhante, provavelmente é um Mustang.

Paro na sua frente, olho nos seus olhos negros como a noite. Mesmo hesitante coloco minha mão nele.

Começo a sentir coisas estranhas, como se fosse uma corrente forte. Fecho mesu olhos e suspiro profundamente.

Abro meus olhos e vejo um homem, não consigo identifica-lo, mas meu peito estava apertado. Havia outro homem com uma arma apontada para o outro. Eu estava entre eles. Uma rajada forte é ouvida...

Abro meus olhos assustada, me afasto um pouco dele. O cavalo fica em pé com suas pernas de trás e corre para longe.

Nego com a cabeça tentando desviar dos pensamentos. Volto a andar em direção a casa, parecia que havia ficado mais frio ainda.

Vejo John saindo da porta dos fundos, ele me olha furioso.

—Aonde estava? Eu já disse para não sair.—Esbraveja.

—Só fui caminhar, John, nada demais.—Paro na sua frente.—Aliás, é seu aquele cavalo preto?

Me olha confuso juntando as sombrancelhas.

—Que cavalo?

—Esquece.—Rio fraco.—Vamos entrar, está ficando frio.

Quando eu ia entrar ele segura meu braço e me encara.

—Que cavalo?—Pergunta novamente, dessa vez mais sério.

—Vamos entrar, está frio aqui.—Insisto.

Ele desiste e entra em casa fechando a porta. Bufo e abro a porta entrando. Vejo ele sentado no sofá acendendo um charuto. Tiro meu sobretudo deixando em cima da cadeira.

—Querido...—Suspiro me sentando ao seu lado.—Eu vi um cavalo preto, nada demais.

Seus olhos azuis vibrantes me olhavam com atenção e curiosidade.

—Ali, eu pedi para que não fosse para fora de casa, só quero seu bem querida.—Sorrio desviando o olhar.

—Alguém vai morrer, John, eu tive uma visão.—Passa a mão pelo rosto.

—Vai começar a tirar a sorte também?—Ironiza.—Escuta bem o que eu vou dizer. Eu quero você dentro de casa.—Fala sério.

—Parece que esqueceu que sangue cigano corre em suas veias.—Murmuro.

Se levanta enfurecido.

—Eu nunca vou esquecer quem sou, Alice. Minha mãe morreu por causa dessa merda de ver o futuro, acha que para mim é fácil saber que você faz essas coisas?!—Seus olhos ficam marejados enquanto fala em alto e bom tom.

Me levanto ficando na sua frente. Eu estava enfurecida com o que ele havia dito.

—Você pode parar de me prender como uma criatura indefesa! Eu não estou presa a você, John, se fosse homem o suficiente já teria me pedido em casamento!—Grito com ele.

Sinto meu rosto arder.

—Eu sou homem sim!—Grita apontando para o meu rosto.—E eu que mando nessa porra, principalmente em você!

Lágrimas rolavam pela minha bochecha sem hesitarem. Ele passa sua mão no cabelo várias vezes, até que para e me olha.

Seus olhos transpareciam culpa e medo. Eu tentava controlar meu choro e soluços, mas era quase impossível.

Ele me abraça com força e pede para que eu mantenha calma.

—Por favor, me perdoa, eu te amo....—Sussurra no meu ouvido.—Não sei mais viver sem ouvir sua voz.

Blue Eyes Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon