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Era exatamente cinco da manhã. Wonwoo rolava em sua cama, de um lado para o outro, tentando ignorar a gritaria que invadiu a casa. Acabou por falhar e abriu o olhos, olhando fixamente para o teto, mas tudo o que ele via era uma imagem borrada, já que não estava usando os óculos. Depois de um tempo, conseguiu ouvir bem a discussão que o fez acordar, sabia que seu pai estava mais uma vez, bêbado. O garoto colocou os óculos, abriu a porta, foi até a cozinha e viu seu pai quase agredindo sua mãe. Ele não conseguiu se conter e foi em direção ao pai, o agarrando pela blusa encharcada de água, por causa da chuva forte que caía.

—Nem pense em encostar um dedo nela! - Wonwoo segurava seu pai contra a parede.

—E o que você vai fazer, muleque? - o bafo de cachaça fez com que Wonwoo fechasse os olhos por alguns instantes -Você é um frouxo!

—Wonwoo... - a mãe do garoto estava aos prantos, ajoelhada no chão.

—Cala a boca, mulher - o marido gritou.

—Não fala assim com ela! - Wonwoo agarrou mais forte a camisa do pai.

—Eu falo do jeito que eu quiser, você não manda em mim, garoto - o mais velho encontrou forças para empurrar Wonwoo.

—Eu não sou mais um garoto, pai - os olhos do mais novo se encheram de lágrimas -Eu não tenho mais medo de você!

—Tá vendo, Seoyun?! - o pai do garoto cambaleou, tentando ir em direção a esposa -Mimou tanto esse muleque e agora ele acha que pode falar assim comigo.

—Eu... - Seoyun não sabia o que falar, estava em choque.

—Ela não me mimou - Wonwoo entrou na frente da mãe -Ela só me deu educação suficiente para não ser um vagabundo que nem você!

Apesar de estar um tanto alcoolizado, Donghae ainda tinha forças e um pouco de agilidade. Depois de ouvir seu filho, o mais velho não poupou esforços e deu um murro no rosto de Wonwoo, que ficou com um corte na maçã do rosto. Naquele momento, Seoyun não pensou duas vezes e mandou o marido sair de casa, embora ele tentasse reagir, a mulher dava tapas e empurrões no marido, que já não tinha mais forças para revidar qualquer ofensa ou ataque físico. Donghae já estava fora de casa, no meio da rua, com a chuva caindo sobre sua cabeça e soltou um grito de desculpa, na esperança de Seoyun abrir a porta e perdoa-lo, como ela havia feito várias outras vezes, mas sua tentativa foi em vão. A mãe do garoto correu até ele e viu seu rosto com sangue e se apavorou.

—Me desculpe, meu filho - ela desabou em lágrimas -Isso é tudo culpa minha, eu não deveria...

—Está tudo bem, mãe - Wonwoo abraçou a mãe, que estava desolada -Nada disso é culpa da senhora!

—Deixa eu fazer um curativo no seu rosto - ela passou a mão na bochecha do filho, que estava um pouco suja de sangue

—Não precisa - o garoto passou a mão no cabelo escuro da mãe -Eu vou tomar um banho, faço o curativo e venho ajudar a arrumar a cozinha.

—E a faculdade? - a mais velha encarou o filho com os olhos arregalados.

—Eu vou trancar e vou procurar um emprego - ele tirou o casaco que usava e ficou apenas com a camisa que usava por baixo -Viver com o pai não dá mais certo, vou procurar um emprego e vamos sair dessa casa.

—De jeito nenhum! - Seoyun balançou a cabeça, fazendo um sinal negativo.

—Como assim? A senhora quer ficar aqui com aquele monstro? - Wonwoo estava incrédulo.

—Não! - a mãe do garoto foi curta e grossa -Eu só não quero que você tranque o seu curso e você sabe que seria difícil para você manter o foco tanto no emprego quanto na faculdade.

𝑭𝒆𝒂𝒓𝒍𝒆𝒔𝒔 | Meanie { svt }Onde as histórias ganham vida. Descobre agora