∞ Capítulo Nove ∞

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Por Júlia

A viagem para São Paulo, em resumo, foi proveitosa, não posso reclamar. Trabalhamos muito, é verdade. Também perdi o final de semana, pois cheguei tão cansada que dormi direto o domingo todo. Quando acordei já era noite. Nem para almoçar eu acordei. E assim foi embora meu domingo, indo à igreja no culto à noite e pedindo um super hambúrguer via Delivery.


A semana no escritório começou agitada. Apesar de me ausentar somente dois dias, tive que correr para colocar o trabalho em dia, senão tudo ficaria atrasado.


Depois de passar alguns dias com Doutor Luís em São Paulo fiquei um pouco mais à vontade na sua presença, seus olhos de gato ainda me intimidam quando me olha fixamente. Mas consigo driblar a tensão quando estou perto dele. Doutor Marcos, por outro lado, é fácil de conviver e esteve presente durante toda a semana. Então, não precisei procurar o Dr. Luís para quaisquer providências.


A semana estava correndo tranquilamente até na quinta-feira antes do almoço.
Por volta das 10:00 começo a sentir aqueles sintomas já conhecidos por mim, que odeio tanto.
A tela do computador virando vários pontos de luz, muito brilhante. Uma forte dor de cabeça e a perda parcial da visão. Procuro meu remédio na bolsa e tomo em seguida.

Aguardo 30 minutos e nada de fazer efeito. Ao contrário, sinto meu estômago dando sinais que não está nada bem.


Eu odeio passar mal assim e principalmente perto de outras pessoas. Pode parecer bobagem, mas eu não gosto.


Então ligo para Dr. Marcos e digo que estou me sentido mal e se posso ir embora. Ele autoriza e me deseja melhoras. Ao sair do escritório encontro a Dona Rose chegando à recepção, ela me olha espantada e acredito que minha cara está péssima, pois ela pergunta se estou passando bem.

-- Não estou muito bem Dona Rose, mas já vai passar. Tomei o remédio e daqui a pouco estarei melhor. Vou pra casa descansar um pouco e volto mais tarde.

-- Você quer que Geraldo te leve, menina?

-- Não precisa, Dona Rose. Eu moro aqui perto. Obrigada.

Despeço-me dela e entro no elevador. Vou o mais rápido que consigo para o apartamento.
Ao abrir a porta, corro para o banheiro e coloco tudo pra fora. Por não ter ingerido muita coisa no café da manhã. Começo a vomitar somente água. Para piorar a situação uma forte diarréia que vai me deixar desidratada. Quando consigo parar de fazer vômitos e parece não ter mais nada para sair, resolvo tomar um banho e vestir meu pijama confortável. Tomo mais um comprimido para enxaqueca e percebo que ainda estou tremendo muito, mas fico com medo de tomar até água e voltar a passar mal tudo de novo. Então opto por ir deitar para ver se o remédio faz efeito e essa dor absurda na cabeça diminui.


Acordo com o barulho do interfone tocando. Mas não abro nem os olhos. Seja quem for, volte depois. Alguns minutos depois é a campainha que toca, e não tem jeito vou ter que atender quem está chamando. Levanto e mal consigo abrir os olhos.

Ao abrir a porta vejo o Dr. Luís e o convido para entrar. Assim que ele passa pela porta, sento na primeira poltrona mais perto de mim. Pois sinto uma fraqueza no corpo absurda. Ele pergunta se estou sozinha e confirmo. Ele então sugere que eu vá pra sua casa ou ele ficaria aqui no apartamento comigo. Na hora, a única coisa que consigo pensar é que na república feminina não podem ficar homens, essa é a regra. E se alguma das meninas que moram aqui no apartamento chegasse agora e visse ele ali, iriam achar ruim comigo. Por isso, prefiro aceitar sua oferta e vou direto para o quarto pegar minha bolsa que ficou caída no chão quando cheguei.

Mal consigo andar de tanta fraqueza, meus pés parecem que pesam uma tonelada. Mas prefiro omitir esses detalhes, afirmando para o Dr. Luís que estou bem e logo logo, vou melhorar. Dentro do seu carro em movimento, as luzes dos faróis e das ruas parecem muito mais fortes e não suporto ficar de olhos abertos. Viro meu rosto para o lado contrário da janela, fechando meus olhos.

INFINITO AMORWhere stories live. Discover now