INFINITO AMOR

∞ Capítulo Trinta e Seis ∞

Por Júlia

Saímos da consulta com uma lista enorme de exames, atualização de vacinas, receita com vitaminas e uma consulta agendada com uma nutricionista, de confiança da minha médica.

Eu estou radiante.

Acho que a ficha ainda não caiu.

Três vidas.

Estou carregando três bebês.

Eu andava leve, com um sorriso no rosto.

--Júlia. Anda mais devagar --pede o Luís.

--Porque, está tudo bem? --paro de andar e olho para o meu marido.

--Comigo tudo bem. Mas você está grávida de três, tem que andar devagar e segurando meu braço. Vem cá. --diz e me puxa envolvendo nossos braços.

--Deixa de palhaçada, Luís. Não precisa disso. --volto a andar indo em direção ao carro.

Chegamos em casa e contamos a novidade para a Lia. Ela ficou feliz por nós. É uma felicidade estar grávida e de três é um sonho.

--Vamos tomar banho? --Luís me chama.

Aceito seu convite e tomamos banho juntos. Ele pega um pijama e me ajuda a vestir e me acompanha até a cama.

--Agora você vai ficar aqui deitada que eu vou trazer algo para você comer.

--Não precisa meu amor. Daqui a pouco eu vou levantar. Eu preciso arrumar algumas coisas para começar a trabalhar na próxima semana. --informo.

--Eu acho que você não deveria trabalhar, Júlia. Teremos três filhos e é inviável você sair de casa.

--Mas eu vou trabalhar sim. Não vou pedir exoneração do cargo. Até porque, eu vou ficar fora de casa somente quatro horas.

--Mas você tem que ficar de repouso absoluto.

--Isso é você que está dizendo. Minha médica não disse isso.

Luís queria começar uma briga, só pode.

Eu não abriria mão do meu trabalho.

Eu trabalharia até quando suportasse e depois da licença maternidade voltaria normalmente.
Isso não está em discussão.

Ele ficou contrariado e foi trabalhar.

Mas a partir daí, as coisas pioraram.

Luís não me deixava fazer nada sozinha.

O banho ele queria me ajudar.

No trabalho, me levava e buscava.

Se eu estava na cozinha preparando alguma coisa, ele me pedia para sentar.

Eu já estava a ponto de perder a paciência com ele.

Eu sei que é cuidado, mas está exagerado, me sufocando.

--Amor. --chamo Luís. --Estou pensando em fazermos um almoço para contarmos a novidade para nossa família, o que você acha?

--Se você prometer não ficar tanto tempo de pé e nem andar de um lado para o outro organizando o almoço. Eu concordo. --diz azedo.

--Mas será um almoço simples. Eu vou encomendar a comida e a sobremesa. Eu queria fazer uma lembrancinha ou talvez uma decoração. Estou cheia de ideias.

Luís não me dá muita atenção.

Ele quer que eu fique o dia todo deitada, mas eu não estou doente.

Eu estou bem e disposta.

Os bebês estão bem também e se desenvolvendo dentro do esperado.

Não precisa de tudo isso.