RITMO l Taeyoonseok

Capítulo Vinte e Quatro l Despedida e Recomeços

A voz triste de Taehyung ao contar a eles sobre seu pai era perceptível. Estava tão animado antes de viajar, mas agora que o pai se foi, poderia voltar a se entristecer novamente e isso era o que mais preocupava Yoongi e Hoseok.

– Taehy, mi amor, yo sinto muito. – lamentou Hoseok ao ouvir a voz triste e chorosa.

Estavam tão chocados quanto ele. Mesmo sabendo do quadro de saúde de Jihon, não imaginavam que ele partiria tão rápido.

– Tae... Eu nem sei o que dizer. Podemos ir até aí e ficar com você se...

– Não, Yoon, tá tudo bem. – interrompeu, ainda chorando – Não tem necessidade disso, não há nada a ser feito aqui. Por mais que a ideia de ter vocês aqui seja muito boa, sei que podem ser mais úteis aí. A empresa precisa de você e Hoseok não deve faltar às aulas que ele tanto gosta – Taehyung suspirou – Apesar de tudo, está tudo bem. Só que... demorei tanto tempo para encontrá-lo, e ele morreu.

– Cariño... – choramingou Hoseok – Recordas do que disse para mi cuando mi papa morreu? Que ele sempre estaria comigo? Su papa vai estar contigo para siempre, mi amor. No importa onde estiver, su papá siempre vas estar contigo, así como mi papá está conmigo, también. Yo sei que es difícil, yo sei que vai ficar triste, pero, você conheceu seu pai. Isso es bueno, no? Vai ter una recordação dele.

O choro baixinho de Taehyung do outro lado da linha doía mais do que qualquer coisa nos outros dois. Não tê-lo por perto para poder abraçá-lo e cuidar dele tornava tudo ainda mais difícil. Yoongi e Hoseok não tinham ideia de como ele estava se sentindo agora ou se ficaria realmente bem com isso, mas sabiam que essa perda seria algo que ele sentiria pelo resto da vida.

Por outro lado, mal sabiam eles que Taehyung os surpreenderia, porque a morte do pai era inevitável, sabia desde o começo que seu tempo era curto. Para confortar seu coração, pensava que seu pai esperou conhecê-lo para que pudesse partir em paz. Era triste, muito triste, mas Taehyung não se sentia mais sozinho, o pai deixou sua família para que Taehyung fizesse parte dela também.

– Eu conversei com ele antes de partir. Era por volta das 6h da manhã, eu tinha perdido o sono, fui buscar um copo d'água na cozinha, e passei pela porta do quarto onde ele estava. Eu não pude evitar de espiá-lo pela pequena fresta, meu pai parecia dormir tão sereno, tão bem. Eu me aproximei, fiquei o encarando, notando nossas semelhanças. Somos tão parecidos que chegava a me assustar um pouco. – riu tristemente – Sabe, a vida toda eu procurei algo de semelhante em mim e Hye, mas nunca consegui achar nada em mim que lembrasse ele, chegava até a pensar que era por isso que ele não me amava. Mas quando eu conheci o meu verdadeiro pai, quando senti o abraço dele, eu fiquei encantado, porque tinha encontrado tudo que procurei por toda uma vida. Quando me mantive ali ao seu lado, seus olhos se abriram e ele sorriu. Um largo sorriso, feliz ao me ver ali parado, encarando ele feito um doido varrido. Ele sorriu pra mim! – disse emocionado – Pra mim! – era perceptível a emoção em sua fala, nem Hoseok ou Yoongi o interromperam, deixaram com que ele continuasse – Com muito esforço, estendeu a sua mão para que eu pudesse segurá-la. Me sentei na beira da cama, segurando a sua mão já judiada pelas agulhadas que recebeu ao longo dos anos. Meu pai ainda com um sorriso nos lábios me disse que estava feliz em ter me conhecido antes de partir. Por algum motivo ele sabia que era sua hora. Não acreditei, disse que ele não partiria tão cedo, que eu não deixaria, porque tínhamos muitas coisas para fazer juntos ainda. Ele continuou com a feição serena, acariciou meu rosto com a mesma dificuldade que teve de estender a mão para que a segurasse e me fez prometer que cuidaria deles como irmão mais velho. Eu não quis acreditar, eu não quis... Eu já estava com os olhos cheios de lágrimas, balancei a cabeça discordando daquelas palavras sem cabimento algum, dizendo que ele não morreria. Mais uma vez ele sorriu, enquanto eu continuava a chorar e o abracei. Logo Jin, Jungkook e sua mãe vieram até onde estávamos, foi quando perceberam que era a hora dele nos deixar. – Taehyung suspirou, tentando criar fôlego para continuar contando – Então me afastei para que os outros também pudessem falar com ele.