5• Sushis e abraços

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Calma aí, espera um minuto!
Sinta a intenção do meu coração
Calma aí, espera um minuto!
Eu deixei minha consciência
Na sexta dimensão
Deixei minha alma em sua visão
Vamos buscá-la, oh, oh
Algumas coisas não funcionam
Algumas coisas são o que devem ser
Algumas coisas machucam
E elas me destroem

Wait a minute, Willow.

Eu quase podia sentir tudo aquilo de novo, a mão suada de Félix agarrada a minha, o sol quente sobre nossas cabeças, o sorvete derretendo do meu cone de biscoito e uma longa tarde no parque de diversões

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Eu quase podia sentir tudo aquilo de novo, a mão suada de Félix agarrada a minha, o sol quente sobre nossas cabeças, o sorvete derretendo do meu cone de biscoito e uma longa tarde no parque de diversões. Me pergunto se Jeyce se lembrava daquele dia, o dia em que ele fez Félix recuar todos os passos possíveis para longe de mim. Três anos atrás.

O pior e melhor dia da minha vida.

Era verdade, o beijo de Félix era horrível e sei que eu não era especialista nesse quesito, mas quando Jeyce me beijou naquela mesma tarde, eu tive plena convicção de que Félix precisava melhorar. Não me lembro quando foi o momento, mas quando aqueles olhos azuis caíram sobre a minha mão agarrada a de Félix, quase vi faíscas saírem.

Jeyce me fez rir, porque há muito tempo eu queria que ele se sentisse provocado. E eu nunca achei que Félix Rivera era uma ameça para ele. Mas naquele momento eu entendi, Félix era muito bom, um garoto ingênuo, mas inteligente e de grande coração, e Jeyce? Jeyce era mal.

Ele largou seus amigos para trás e caminhou até nós, fazendo meus pelos se eriçarem, eu tinha certeza que ele faria alguma loucura, que nos insultaria e riria de nós dois. Mas ele me surpreendeu quando comprimentou Félix com um aperto de mão, sei que sua presença intimidava o pobre garoto, Jeyce tinha um jeito imponente de andar que deixava qualquer um intimidado.

— Um encontro em! — ele falou, uma veia saltando do seu pescoço me dizendo que ele estava se controlando muito. Um pouco mais atrevida, agarrei o meu braço ao de Félix e Ah! se eu era manipulável, Jeyce era um fantoche. — Sol, será que posso falar com você?

Quanto mais irritado mais gentil, quão estranho Jeyce conseguia ser. Eu fui, deixei Félix a poucos passos de nós dois e o que aconteceu a seguir foi uma bela discussão acalorada com Jeyce.

— Só me diz a verdade! — ele pediu em um determinado momento, fazia exatos quinze minutos que eu abandonara Félix pra estar ali, discutindo com aquele idiota. Só que, quando eu senti aquele suspiro batendo contra meu rosto, sabia que havia ido longe demais. Ele havia feito um pedido e aguardava pacientemente pela resposta, seus olhos azuis a centímetros dos meus, mirando cada detalhe do meu rosto e me roubando o ar. Eu podia me ver dentro daquele mar azul, me afogando e sorrindo ao mesmo instante. Suspirei fundo e falei:

— É, eu não gosto dele! Satisfeito? — eu quis muito saber o que Jeyce queria de mim, naquela época eu não ansiava estar longe da sua presença como hoje, eu era boba e me deixei levar pelos sentimentos, hoje não consigo me livrar deles. Eu poderia ter evitado, poderia ter dado dois passos atrás quando ele se aproximou e tocou meu rosto, talvez se eu lembrasse que Félix estava logo ali, não teria deixado aquela coisa rolar. Mas, assim que sua voz deslizou até meus ouvidos eu soube que era tarde demais. Por que eu sempre esperei algo de Jeyce, sempre gostei da sensação de ter borboletas no estômago quando estava ao seu lado. Eu nunca quis lutar contra tudo aquilo como hoje, Jeyce havia plantado um sentimento dentro do meu coração e eu não conseguia mais cortar as suas raízes.

Jeyce Me BeijouWhere stories live. Discover now