Regra Número 06: Sem Sentimentalismo

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- Então – Steve começa enquanto brincava com uma mecha do meu cabelo. Nós estávamos deitados no banco de trás do meu carro simplesmente aproveitando a companhia um do outro depois do surto de ciúmes que ambos tivemos – Quer me contar agora o que aconteceu naquela sala?

Apoio-me em meu cotovelo para encará-lo. Era uma tarefa complicada já que o banco não era tão espaçoso assim, o que nos fazia ficar praticamente grudados... Se bem que nenhum de nós ia reclamar por conta desse último ponto.

- Meu relacionamento com James sempre foi complicado, mesmo durante as fases boas. Afinal, nós dois somos pessoas complicadas – rio fraco e contorno os lábios dele com meu polegar, suspiro antes de contar sobre mim e James, os detalhes que nos levaram a catástrofe – Resumindo, hoje...

- Ontem – ele brinca olhando a hora pelo celular – São duas da manhã Nat.

- Okay então, ontem – enfatizo a palavra e o mesmo abre um sorriso bobo – Ele percebeu a forma como eu estava te olhando, a forma como nós dois estávamos nos olhando. E ele entendeu mais do que eu queria que tivesse entendido. Lembrou-me do porque nós dois juntos é um tremendo erro – ignoro a careta dele – deixou uma ameaça subtendida e me beijou, o que culminou em mim batendo nele e deixando a marca dos meus cinco dedos naquele rostinho bonito. Então eu saí correndo e cheguei à minha, por enquanto nossa, sala e você estava me ignorando. O resto você sabe.

- Então... Você acha que ele tem um rosto bonito? – a me ver revirar os olhos, ele começa a rir – Algum dia eles não vão voltar ao normal de tanto que você faz isso.

- Eu não reviro os olhos tanto assim – isso só faz com que ele realmente caia na gargalhada e eu esboce uma cara de indignação – Você um idiota, sabe disso certo?

- Eu sei – a forma como os olhos dele brilhavam, me admirando fazia meu estômago revirar, não de um jeito ruim, mas como se diversas borboletas estivessem voando ao mesmo tempo ali na minha barriga.

- Como você conseguiu chegar a sala tão rápido? – mudo de assunto rapidamente, e acho que ele percebeu, mas não contesta – Você disse que viu o beijo, mas pouco tempo depois eu saí da sala de reuniões, e quando cheguei na nossa você já estava lá, parecendo mais o Zangado do que o meu estagiário.

- Seu estagiário? – posso sentir a malícia em seu tom de voz e minhas bochechas coram levemente, eu nunca o chamava assim em voz alta. Felizmente ele ignorou minha referência A Branca de Neve e os Sete Anões.

- Eu sou uma das donas da empresa, você é um estagiário nela, então... – tento me fazer de doida, mas sei que ele já me conhece bem o suficiente para que isso dê certo.

- Certo – havia um tantinho de desapontamento em sua voz – Eu vou aceitar isso... Por enquanto.

Antes que eu possa perguntar o que ele quis dizer com por enquanto, o mesmo simplesmente gira nossos corpos, me deixando debaixo dele. Merda, eu estava rendida por aqueles olhos azuis, que tinham um pouquinho de verde quando encarados de perto. O beijo que trocamos é daquele que me deixava fraca, me deixava incapacitada de raciocinar, por exemplo, que nos encontrávamos dentro de um carro e que apesar dos vidros escurecidos, não era difícil perceber que o estava acontecendo ali dentro caso eu não tomasse o controle da situação.

Percebendo minha hesitação, Steve se afasta lentamente depois de uma mordidinha leve em meu lábio inferior, ele tinha um sorriso travesso no rosto e parecia uma criança que tinha acabado de ganhar o melhor presente de natal. Começava a suspeitar que ele sabia sim o efeito que tinha sobre mim, e honestamente eu não podia me importar menos, afinal eu também tinha noção do poder que tinha sobre ele e já havia abusado disso algumas vezes.

Take it Easy - RomanogersWhere stories live. Discover now