Regra Número 07: Sem Demonstração de Afeto no Trabalho

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Okay, eu estava mentindo para mim mesma em tentar continuar negando que isso com Steve já estavam se encaminhando para algo muito mais profundo. Eu queria conversar com alguém, eu precisava falar com alguém na verdade, era isso ou enlouquecer na dúvida. Precisava que me dissessem que não era loucura todo esse sentimento que vinha crescendo dentro de mim, que não era loucura me relacionar com meu estagiário apesar de todas as complicações que isso trazia.

Ter dormido e acordado ao lado dele, não na minha casa, mas em seu apartamento, havia trago alguns questionamentos para minha mente. Sobre quão intimista aquilo parecia. Acabou que eu conheci os amigos dele também e se os dois estavam surpresos em encontrar uma estranha tomando café na cozinha deles, disfarçaram muito bem. Mas algo me dizia que eu não era uma completa estranha, pelo menos não para a garota Carol que tentou muito não surtar ao ver minha foto na capa de uma das revistas que ela tinha ali. Eu tinha esquecido completamente o fato de ter dado entrevista para uma daquelas revistas sobre empresários e muito menos que a publicação ia sair durante essa semana, eu realmente precisava checar meu e-mail. Steve habilmente conseguiu impedir que a amiga começasse uma onda de questionamentos e que as coisas ficassem ainda mais constrangedoras.

E agora, enquanto eu estava aqui pensando no breve encontro com seus amigos e analisando as novas ofertas e relatórios da companhia, eu podia sentir o peso dos belíssimos olhos azuis sobre mim. Sabia que se levantasse os meus olhos, ficaríamos naquele transe que parecia durar várias horas, era sempre assim, como se ele realmente pudesse ler minha mente.

- Espero que esteja apreciando a vista – falo ainda sem olhar para ele.

- Nunca vi uma vista tão linda assim, exceto talvez quando você está... Deixa para lá é imaginação demais e o horário não permite – estreito os olhos em sua direção, tentando parecer a mais séria e brava possível, mas um sorriso dele já era suficiente para desmanchar minha carranca.

- É bom que esses relatórios estejam impecáveis Rogers, ou nem suas horas extras vão ser capaz de manter seu emprego – ele tenta não rir muito alto, o que era um alívio já que naquele momento James passava pela minha porta. Eu precisava ter uma conversinha com a segurança do meu andar.

- Eu sinto muito senhorita Romanoff, eu tentei impedi-lo, mas – Wanda entra esbaforida atrás do meu ex-namorado e eu reviro os olhos, não para a Maximoff, lógico que ela não tinha culpa de nada.

- Eu sei que não é sua culpa Wanda, pode se retirar – ela acena e olha de mim para James um pouco assombrada antes de ir embora – O que você quer?

- Eu vim me desculpar com você – ele estava claramente desconfortável em ter essa conversa na frente de Steve e não posso dizer que eu estava em uma posição melhor.

- Pelo que? – ah, mas se ele queria pedir desculpas eu exigia um negócio mais elaborado e com certeza iria tortura-lo um pouco.

- Por tudo o que aconteceu ontem depois da reunião – levanto a sobrancelha de forma desafiadora e ele bufa antes de continuar – Por ter te beijado, pelas coisas que eu insinuei entre você e o... De qualquer forma, eu achei que te devia um pedido de desculpas e um aviso de que não vai mais se repetir.

- Ah isso com certeza é verdade, porque se acontecer eu cumpro minha promessa de cortar contato com a empresa que você trabalha, vocês precisam do nosso dinheiro, mas nós estamos muito bem. Então pense bem da próxima vez em que ao menos pensar em tocar em mim sem permissão – eu nem ao menos havia me dado o trabalho de ficar de pé, por isso simplesmente volto a olhar para os papéis.

- Isso não vai ser um problema – agora ele havia me pegado de surpresa - Eu aceitei uma promoção e vou voltar para a Alemanha em três dias, já passei todos os contratos e acordos assinados entre nossas empresas, então não vamos mais precisar nos encontrar durante um bom tempo.

- Boa viagem – respondo simplesmente e ele dá um sorriso triste, não sei o que ele esperava que eu fizesse.

- Ah e eu achei isso no meio das minhas coisas enquanto arruava as malas – ele põe o urso de pelúcia surrado em cima da minha mesa – Você deve ter esquecido no meu apartamento na última vez em que terminamos porque fui para a Alemanha. Eu vou tentar vir no próximo mês, mas não sei se vou conseguir então vou hoje ao cemitério, antes de terminar de arrumar as malas.

- Okay – minha voz não passava de um sussurro enquanto eu encarava o ursinho, eu o odiava por ter me devolvido aquilo, mas o agradecia também porque já tinha revirado meu apartamento inteiro atrás dele no ano passado.

- Adeus, Natasha – ele me estende a mão e eu sabia que ter achado aquilo também deveria ter sido difícil para ele, por isso em um impulso acabo levantando e o abraçando.

- Adeus, James – me afasto e sei que dessa vez era realmente um despedida, e estava aliviada por isso, mas agora tinha que contar uma história não muito agradável para Steve, porque não era justo que ele não soubesse, não agora que estávamos tão envolvidos.

James deixa um beijo protetor em minha testa e sai da sala, ele até mesmo cumprimentou Steve com um aperto de mão e falou algo que eu não fui capaz de escutar. Quando o mesmo sai, eu me sinto completamente indefesa e me agarrava aquele ursinho idiota como uma ancora para não me deixar afundar. Levo o urso até me nariz e aspiro seu cheiro, apesar de saber que ele provavelmente estava cheio de poeira, meus sentidos me enganavam e diziam que ele ainda tinha o mesmo perfume contagiante que todas as coisas de bebê parecem ter.

Percebo a hesitação de Steve, sei que ele está cheio de perguntas, mas eu realmente não me encontrava no estado de responder nenhuma delas. Sento no sofá que tinha ali e peço a Steve que tranque a porta da sala, mesmo confuso se deveria ou não obedecer ele faz o que pedi e fica parado diante de mim, esperando por alguma reação. Acho que a única reação que ele não esperava que eu tivesse fosse começar a chorar, foi como ontem à noite, as lágrimas simplesmente caiam sem parar.

- Eu sei que você tem muitas perguntas – consegui que a frase saísse completa, apesar da voz embargada – E eu... Eu não estou chorando por causa dele e prometo que vou responder todas as suas perguntas, mas agora... Agora eu só preciso que você me abrace... Por favor.

Não foi preciso que eu pedisse duas vezes, imediatamente eu estava sentada em seu colo enquanto o mesmo me abraçava de forma forte e me deixava chorar expulsando todos aqueles demônios que sempre me atormentavam pelo menos uma vez ao ano e agora haviam chegado mais cedo.

-Eu estou aqui – cada vez que ele repetia isso era como se uma onda de alívio caísse sobre o meu corpo e aos poucos minha respiração vai voltando ao normal – Você não precisa falar nada agora, eu estou aqui e não vou a lugar nenhum.

Quebrando mais ainda a regra que eu havia criado, a regra que eu considerava mais importante, simplesmente ponho o rosto dele entre minhas mãos antes de puxá-lo para um beijo sôfrego, eu só precisava que ele visse que independente do que acontecesse, eu também não iria a lugar nenhum. 

desculpa a demora para postar gente, eu tive um problema com meu computador

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Take it Easy - RomanogersWhere stories live. Discover now